sábado, abril 23, 2005

Morpheus

Deus do sono. Subscrevo o que ele responde a Lock, e para bom entendedor meia palavra basta:

"Lock: Goddamnit, Morpheus! Not everyone believes what you believe!
Morpheus: My beliefs do not require them to."


Quanto a dizer que o século XX foi o século do "iluminismo" deveria ser a prova suficiente da importância que tem a história para a nossa cultura, nem que seja para evitar que digamos disparates tontos...

O Séc. XX foi o século da emancipação do orgulho do Homem, resultando em duas grandes guerras como nunca tínhamos imaginado, foi o século da descrença na ciência como substituta da religião, foi o século do desenfrear de todas as libertinagens escondidas por detrás de uma vontade de quebrar com o falso moralismo presente.

O final do século XX iniciou o fim da modernidade, ao acabar primeiro com a sua primeira grande promessa (o comunismo), ao evidenciar a falência da ciência experimentalista como criadora de valores (no descalabro cultural que se tornou a Holanda, símbolo do modernismo ainda hoje para os mais distraídos), ao desmantelar-se num relativismo que consumiu todas as verdades ou evidências conseguidas com o próprio modernismo numa espécie de fluído onde todos nos inserimos e não nos podemos libertar.

Hoje vivemos numa nova era. A era do agnosticismo e da descrença seja no que for, no relativismo que consome qualquer relação, jamais alguma relação será profunda pois considera-se antes de mais nada a "minha vida" em detrimento da "nossa vida", pois esta última é uma "ilusão".

"Its my life,
its now or never.
I aint gonna live forever
etc."


Nenhum estudo mais será considerado. Nenhuma ciência humana será acreditada. A cada um a sua opinião, e até como diria o outro "odeio quem tenha opiniões". Talvez seja essa a resposta!! Não nos preocupemos com opiniões, já que elas são tão verdadeiras como o papel sobre o qual escrevo, que é virtual (basta um clik errado e foisse!).

Encontramo-nos sozinhos, alone in the dark, a cada um a sua perspectiva relativística à la Einstein. Resta-nos porventura a masturbação e dizer desesperadamente: "my precious".

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