sexta-feira, fevereiro 09, 2007

ahhhh e tal...

Do próprio site do PCP:

10-É verdade que, no que respeita ao aborto, a lei penal portuguesa e a lei penal espanhola, são bastante similares, só que em Portugal ela é aplicada de forma muito restritiva ?

Na verdade a lei penal espanhola tem aspectos até mais restritivos que a lei portuguesa como por exemplo os prazos para aborto eugénico (22 semanas) ou na sequência de violação (12 semanas). Contudo, enquanto os serviços públicos de saúde fazem uma interpretação mais restritiva da lei, assim já não acontece com as clínicas privadas aonde se faz a larga maioria das IVGs em Espanha. De destacar que a lei espanhola não pune as mulheres que recorram ao aborto clandestino nos casos em que esse aborto tenha sido praticado pelos motivos que a lei permite (no entanto, os médicos, parteiras e outros, são punidos). De assinalar que, desde Fevereiro de 2000, foi autorizada em Espanha a utilização da pílula abortiva (Ru-486) nos serviços de saúde públicos, possibilitando a rapidez de atendimento nestes serviços. Está também regulamentada por lei a forma como se processa a acreditação de estabelecimentos de saúde privados para efeitos da prática da IVG e as exigências que são efectuadas (especialistas, instalações, práticas médicas a seguir, etc...).


Que treta. Quer dizer que isto tudo é uma farsa pegada. Aliás, a clínica espanhola Arco já disse que iria começar a "vender" abortos mesmo que o não ganhasse em Portugal. Lendo a lei portuguesa (no mesmo site, pode-se ver a referência aos artigos 140 a 142, etc do Código Penal) percebe-se porquê.

Pormenor interessantíssimo, a mulher na espanha não é criminalizada por fazer aborto clandestino. Mas o referendo omite qualquer alteração da lei portuguesa a este respeito.

Pergunta óbvia: mas então que merda de referendo é este que nos espetaram nas fuças?

Desabafo da Máquina

Uma percepção invade-me sempre a minha mente, aparentemente eterna sorvedoura de material de pensamento, sempre intrigada com possibilidades e receios, oportunidades e loucuras. Como separar o trigo do joio? Será a visão do todo separada da minha visão pessoal irremediavelmente? Deverei evitar qualquer discernimento sobre o mundo? Concentrar-me sobre o "inner-self", este mundo tão "belo", numa orgia masturbatória que se escape às diatribes conspiracionistas de outro modo inevitáveis?

Pergunto-me. Será o mundo intocável, impenetrável, diferentes cubos para diferentes pessoas, a cada um a sua lógica pessoal? A cada um a sua liberdade? E para quê esta liberdade toda? Qual a sua função? O que nos permite ela fazer? Foder a vizinha sem preocupações posteriores?!?
E se a cada um a sua vida, restar-nos-á apenas as nossas memórias da infância inexistente como literatura possível? A máxima tolerância pelo outro acoplada à mínima atenção, reconhecimento da verdade do outro?

Existirá a verdade? Como separar a teoria mais realista e confiável da pura especulação conspiracionista? Pensem um pouco nisto. Sempre se vê a lição do Pedro e do Lobo como uma questão moral que se impôe ao Pedro, mas ninguém se pergunta sobre a lição que a sua aldeia não retirou: como discernir entre a partida e o relato desesperado?

Será a visão de Einstein e de Darwin assim tão "verdadeira" como isso, o que as separa da ficção?!?

Vejamos a sociedade por este prisma. Pedros não nos faltam, acossando-nos constantemente sobre os perigos iminentes, escândalos políticos ou judiciais, fraudes gigantescas, big brothers mundiais que nos controlam e escravizam, um planeta inteiro engrenado na auto-destruição.

Como não poderia a enorme aldeia das massas se alienar com tanto barulho? Tanta idiotice à volta de um "problema grave de saúde pública" como o aborto, quando morrem por dia tantas mulheres em acidentes de automóvel como por ano por causa do aborto?
Problema de saúde pública? Tão problema como a Gripe das Aves, que é A doença menos mortífera do mundo alguma vez conhecida (e vejam a mediatização...)

Tanta idiotice à volta do caso Camarate, Casa-Pia, Apito-Dourado, raptos ou adopções de sargentos bem intencionados?!?

Tudo isto enquanto há guerra? (e onde o referendo sobre a nossa participação na invasão?) Tudo isto enquanto há milhões de pessoas a morrer por falta de condições? (Lá vem ele!) É verdade, porra. E o que fazemos nós? Que mundo desejamos, desejamos, construir? Palavra chave: desejamos... Desejamos ainda seja o que fôr?

(Who cares?)

Como não poderia a enorme aldeia das massas gostar tanto de futebol, de vinho, de sexo e noites para esquecer?

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Sci-Fi Quickies V

- You see, science generally consists in an eternal refusal of common sense. For instance, current biochemistry theory states that all life is an expression of the first and second law of thermodynamics. It is widely proven that the universe spontaneously organizes energy and matter in the most complex and non-chaotic of forms if, and only if, such forms are more effective at conducing energy states and thus generate more entropy.
Life is then understood as a true complex form that exists because it generates entropy faster than any non-organized matter, and in the human intelligence we find the ultimate mammoth of entropy creators.

- Yes, those laws are well understood.

- They were widely used to create the technologies we rely on, and acts as the fundamental political theoretical basis for the determination of the best course of action in every local sector's major policies.
And on top of that, if Science can ever give any meaning for the existence of Man, it definitely bases itself on to "grow and multiply"! Now, of course, this philosophy explains the psycho-sociological events Man has gone through the millennia since we spawned in planet Earth. The urge to grow, to produce more, to eat more, to speculate, to work harder, to investigate new technologies, all constitute behaviors of expansionist economics, of increasingly wasteless economics. Alas! There is nothing so much directly relationed with joy than the elimination of waste! The pure machine! And what do we call it? Creation! Technological Breakthrough! Again, to "grow and multiply"... It is embedded in the human nature, in everything we do.
Quite intentionally, we were made to conquer the stars. That is, if we fail to choke ourselves with our own entropy.

Enterview with Noorda Topal, 31st century's philosopher.