sábado, abril 30, 2005

Poema: dos bons

Desculpem-me esta enxurrada, mas tenho montes de porcaria na minha cabeça e isto tem de ir para algum lado, e o melhor caixote que encontro é este!!

William Buttler Yeats (1865–1939)

He Wishes For the Cloths of Heaven

Had I the heavens’ embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.

Not Searching for the Real Thing

Remove the site of perfect days
The lust of loss
The Warmth of pain!

We hang by the golden streets
By the jungle celebrains (??)
Spare me lobotomies of LOVE!

Just spread your wings across the tainted seas
Get high on celebrations:

(chorus!) NOT SEARCHING FOR THE REAL THING,
we are NOT SEARCHING FOR THE REAL THING!

Financial times,
our schizo friends
Are here to sell
The promised laaand!

Struck by the rollercoaster
That hangs with the speed of light
The man with the money booster
Gets his pleasure out of sharped knifes!

Just spread your wings across the tainted seas
Get high on celebrations:

(chorus!) NOT SEARCHING FOR THE REAL THING,
we are NOT SEARCHING FOR THE REAL THING!

(chorus!) NOT SEARCHING FOR THE REAL THING,
we are NOT SEARCHING FOR THE REAL THING!
Belle Chase Hotel

sexta-feira, abril 29, 2005

Muita preocupação pouca vida

Ainda hoje li num autocarro da Carris uma pequena frase escrita num letring amarelo agressivo, impossível não ler, quase dá vontade de processá-los por assédio. Ela dizia: "Durante o tempo em que ler esta frase, 2 pessoas morrem de doenças profissionais". Depois de me lembrar da piada fácil "mas há doenças amadoras? E juvenis não?", fiquei lixado e pensei "E depois?!?" ou na versão inglesa: "Who cares?". Com tanta preocupação na minha cabeça ainda me vêm bombardear com esta treta de psicologia da culpabilização por não fazermos nada por um problema que passámos a saber que existe...

Fiquei a pensar no assunto, pois uma sensação de culpa cresceu mas ao mesmo tempo uma revolta, uma indignação. Obviamente que, se eu for a ver todos os problemas que me bombardeiam pelos média 24 horas por dia eu tenho duas hipóteses, qual a pior: ou endoideço por não conseguir ir a todas (ou a nenhuma...) ou alieno-me da situação e torno-me num drone.

E cheguei a uma conclusão: A culpa é da globalização!! Há um século o pessoal tinha de se preocupar era com os problemas da sua própria terra, e dentro da comunidade resolvia-os (a mal ou a bem!!), hoje já não há comunidades "locais" por isso não há controlo social ou assistência social no lugar. Impossível a um centro social pedir ajuda aos seus vizinhos: ora trabalham em Lisboa ora no Porto e estão sempre longe de casa, que é em Viseu...

Então a quem? Ao país inteiro. Imaginem uma catrefada de gente e de associações sociais a pedir o mesmo ao país inteiro. Imaginem que existe UMA por concelho capaz de fazer um anúncio que nos chegue a nós (exagerando um pouco, mas não muito!), agora imaginem um MUNDO a fazer isto a todos os países. (a palavra singularidade matemática diz-vos alguma coisa?!?) É de doidos. E pior: os anúncios estão cada vez mais agressivos, culpabilizando todos. O resultado não é mais ajuda: é a menor auto-estima de Portugal!!

Concelho: E se criássemos uma rede LOCAL para contrariar o GLOBAL? Assim cada um preocupava-se a SÉRIO com os seus problemas locais, e só quando a coisa fosse mais séria se pediria ajuda extra-local. Só uma ideia!

quinta-feira, abril 28, 2005

Desculpem lá...

... mas eu tenho de dizer isto!

O coração do Homem deseja o infinito, NADA MENOS!!

quarta-feira, abril 27, 2005

Futsal domingueiro

Avisos.

Avisam-se todos os jogadores de futsal na categoria abaixo de amador que deveriam ter mais tento na língua e dar menos conselhos, parece que há gente que já começa a fartar-se...

mai nada!

domingo, abril 24, 2005

sábado, abril 23, 2005

Morpheus

Deus do sono. Subscrevo o que ele responde a Lock, e para bom entendedor meia palavra basta:

"Lock: Goddamnit, Morpheus! Not everyone believes what you believe!
Morpheus: My beliefs do not require them to."


Quanto a dizer que o século XX foi o século do "iluminismo" deveria ser a prova suficiente da importância que tem a história para a nossa cultura, nem que seja para evitar que digamos disparates tontos...

O Séc. XX foi o século da emancipação do orgulho do Homem, resultando em duas grandes guerras como nunca tínhamos imaginado, foi o século da descrença na ciência como substituta da religião, foi o século do desenfrear de todas as libertinagens escondidas por detrás de uma vontade de quebrar com o falso moralismo presente.

O final do século XX iniciou o fim da modernidade, ao acabar primeiro com a sua primeira grande promessa (o comunismo), ao evidenciar a falência da ciência experimentalista como criadora de valores (no descalabro cultural que se tornou a Holanda, símbolo do modernismo ainda hoje para os mais distraídos), ao desmantelar-se num relativismo que consumiu todas as verdades ou evidências conseguidas com o próprio modernismo numa espécie de fluído onde todos nos inserimos e não nos podemos libertar.

Hoje vivemos numa nova era. A era do agnosticismo e da descrença seja no que for, no relativismo que consome qualquer relação, jamais alguma relação será profunda pois considera-se antes de mais nada a "minha vida" em detrimento da "nossa vida", pois esta última é uma "ilusão".

"Its my life,
its now or never.
I aint gonna live forever
etc."


Nenhum estudo mais será considerado. Nenhuma ciência humana será acreditada. A cada um a sua opinião, e até como diria o outro "odeio quem tenha opiniões". Talvez seja essa a resposta!! Não nos preocupemos com opiniões, já que elas são tão verdadeiras como o papel sobre o qual escrevo, que é virtual (basta um clik errado e foisse!).

Encontramo-nos sozinhos, alone in the dark, a cada um a sua perspectiva relativística à la Einstein. Resta-nos porventura a masturbação e dizer desesperadamente: "my precious".

Benfica e a Final da Taça

Os senhores do apito devem andar todos cheios de dor de costas… andar com “6 milhões” ao colinho não deve ser nada fácil.

REVOLUÇÃO, EVOLUÇÃO..... MODERNIDADE!!

Viva a juventude Hitleriana... viva os nazis! Longa vida para a Opus day e para a santíssima trindade...

Abaixo com as mulheres e a igualdade… viva a instituição de burkas e a segregação sexual e racial…. rua com os infiéis, com os crentes de outras religiões e com esses ratos impossíveis de controlar q são os livres pensadores... viva a opressão e a ignorância... abaixo com a liberdade vamos voltar atrás no tempo até a altura em que o q a igreja dizia era sagrado e como tal lei... abaixo com o culto dos homens... "eu sou a resposta as vossas orações" foi assim que esse senhor se apresentou ao mundo... pois bem... não foste a resposta as minhas porque eu ñ as fiz... este papa para mim é o nome de um guarda redes com o numero do Jardel… é toda a importância que decidi lhe atribuir…. (já o disse.. uma pessoa só tem a importância que as outras pessoas lhe atribuíram… e o futebol tb é um religião….)

vamos regredir 50anos na evolução das mentalidades com este senhor... OU ENTÃO NÃO... mas toda a gente vai deixar de ligar ao q o senhor de branco diz....

Agora que estamos perto de 25 de Abril e á beira de fazer 1 ano de EVOLUÇÃO, vamos celebrar 31 ANOS DE REVOLUÇÃO.... o giro era esse senhor perceber ql foi a grande conquista do século passado... ñ, ñ foi a tecnologia... esse foi só um mero instrumento... o sec passado foi o verdadeiro séc. do iluminismo e do humanismo... de repente foi o homem q passou a ser a coisa mais importante... ñ vamos desperdiçar lutas antigas nem liberdades alcançadas em nome de uma velha gloria q pertence ao passado...

REVOLUÇÃO, EVOLUÇÃO..... MODERNIDADE!!!! Qq coisa… desde que haja progresso e caminho para andar!!! Para atrás andam os historiadores!!!

sexta-feira, abril 22, 2005

Mai nada!

«Estamos a mover-nos em direcção a uma ditadura do relativismo na qual nada é dado como certo e em que se dá primazia ao ego e aos desejos pessoais de cada um.

Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é com frequência taxada como fundamentalista. No entanto, o relativismo, é decidir e desejar chegar aqui ou alí por qualquer vento de doutrina, parece ser a única atitude à altura dos tempos modernos»

Cardeal Ratzinger, hoje papa Bento XVI.

Subscrevo!

quinta-feira, abril 21, 2005

Um pouco de humanidade

"Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar

Ver-te sorrir eu nunca te vi
E a cantar, eu nunca te ouvi
Será de ti ou pensas que tens...que ser assim?...

Olha que a vida não, não é nem deve ser
Como um castigo que tu terás que viver

Muda de vida se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar"

António Variações.

Realmente, este projecto dos Humanos fascina-me cada vez mais, com músicas desconhecidas para mim mas que me são tão familiares que penso que as tenho ouvido desde sempre. Descobri no entanto, que se tratam de originais nunca produzidos pelo próprio António, e há apenas dez anos descobriu-se todo o material numa cave. Aquilo que seriam sem dúvida êxitos logo à partida tiveram de esperar por vinte anos desde a sua morte para nos chegarem aos ouvidos através da reinterpretação de muito bons músicos portugueses.

Fascina-me sobretudo pela sua simplicidade sem raiar nunca o populismo pimba, estamos pelo contrário nos antípodas. Sente-se uma grande voz realmente portuguesa, como que vinda do mesmo lugar que as outras músicas mais populares e tradicionais (embora mais actualizadas...). Sinto-me instantaneamente diferente, alegre, simples e crente na vida. Crente na "Portugalidade"!

E tem ritmo porra!

quinta-feira, abril 14, 2005

100 anos de relatividade restrita

Faz cem anos! Já se tinham lembrado disso? Para celebrar a ocasião do annus mirabillis de Einstein, cito as suas palavras sobre a sua própria experiência humana:

"Se bem que seja um típico solitário na vida quotidiana, a minha consciência de pertencer à comunidade invisível daqueles que lutam pela verdade, a beleza e a justiça, impediu-me de me sentir isolado. A experiência mais bela e profunda que um homem possa ter é o sentido do mistério; é o princípio subjacente à religiosidade, assim como a todas as tentativas sérias na arte e na ciência. Quem nunca fez esta experiência parece-me que esteja, se não morto, então pelo menos, cego. É sentir que por trás de qualquer coisa que se possa experimentar está algo que a nossa mente não pode colher por completo, e cuja beleza e sublimidade nos alcança só indirectamente, como um débil reflexo. Esta é a religiosidade, neste sentido sou religioso. A mim basta-me o espanto destes segredos e tentar humildemente alcançar com a minha mente uma simples imagem da sublime estrutura de tudo aquilo que está ali presente."

quarta-feira, abril 13, 2005

É mesmo assim

O benfica proclamado campeão há dez dias já é vítima do sistema que assolava o Dias da Cunha antes do seu jogo com o Beira-mar, parece que lhe trocou as voltas e agora "abraçou" outros. Estranham-se certos cumprimentos entre árbritos e agentes desportivos clubistas, outros dizem que os adversários foram "aliciados", tudo à espreita do erro adversário. Liga engraçada. Enquanto o Benfica se preocupa em estar à altura da sua posição na tabela, sem grande sucesso diga-se, o Sporting na taça UEFA e nos seus inexistentes problemas de balneários (Sá Pinto nega tudo e quem o leia ou oiça até parece que está ali um santo do futebol), o Porto na ingerência total do seu balneário e treinadores, provavelmente mais preocupados com o futuro da direcção do clube do que com os jogos em si (ou cansadíssimos tal é o peso do emblema de campeões mundiais que levam no seu braço), vemos talvez um Sporting de Braga a surgir sorrateiramente a dizer "não é nosso objectivo mas nada é impossível..."

Que liga esta! E o que dizer do Chelsea? Apesar de todos os esforços da UEFA em destruir a marca Mourinho que se estava a tornar demasiado grande, eis que a equipa vai para Munique levar um banho de bola e ainda quase que sai a ganhar o encontro, numa ironia espectacular, uma anedota (in)completa que o golo de Drogba quase presenteou o confronto com. Valeu ao Munique (e ao futebol em geral) a sua preserverança e crença, para no final estabelecer o resultado justo. Seja como for, M vai ganhar tudo de novo (como é de crer) e nada me dará mais gozo do que ver as caras de parvos dos idiotas que escarneceram dele no caso Rijkaard e lhe chamaram mentiroso (já teriam lido o relatório de Frisk?) a colocarem palitos nas suas bocas para anguentarem os seus sorrisos branqueados enquanto entregam o prémio de melhor treinador do mundo ao que é hoje em título.

domingo, abril 10, 2005

segunda-feira, abril 04, 2005

Roll up!

"Drying up in conversation,
you'll be the one who cannot talk
All your insides fall to pieces,
you just sit there wishing you could still make love
They're the ones who'll hate you
when you think you've got the world all sussed out
They're the ones who'll spit on you,
you'll be the one screaming out"

Radiohead - High and Dry

"When I am king, you will be first against the wall
With your opinion which is of no consequence at all"

Radiohead - Android Paranoid

Civilização desesperada do eterno presente que nega qualquer presença do Eterno. Prefere a dinâmica do movimento e do líquido orgástico, anunciando todos os momentos contados milimetricamente, prometendo a cada segundo a (possível) salvação do presente com um alarme jornalístico.

Hoje para sempre, matemos o amanhã. Temos as armas para isso, tomemos a pílula do dia seguinte, abortemos, não desesperemos que a solução é esvaziar o "Recycle Bin". Passemos antes o dia a trabalhar freneticamente, sempre no presente, sempre no cumprimento do propósito do hoje de amanhã: o comprar um ferrari, o arranjar uma gaja nunca vista na Maxim (são todas diferentes e nunca vistas, sempre actuais, nunca passadas - pneumáticas neguem lá!). Fodamo-la até mais não que o futuro é estéril e antes que a morte chegue (que admitamos, trabalhamos infindavelmente para matar a morte ou pelo menos adiá-la) ao menos divertimo-nos um bocado (divertir quer dizer desviar, que é fixe).

Let meeeeeeeee entertain you!
Let meeeeeeeee entertain you!

Cum on Cum on Cum on, Cum on Cum on Cum on, Cum on Cum on Cum on, yeah!

(why the fuck not? Get here and blow me up!!)


Hoje para sempre, matemos o ontem. O que foi já lá vai, quero lá saber de tradições, o que digo hoje é tão ou mais verdadeiro do que já foi dito, matemos para resolver o estado obsoleto e arcaico em que nos encerram, enterremos os nossos avós e quanto mais cedo melhor que já chateiam de tanta ansiedade (ainda nos matam antes do seu enterro). Lutemos para sempre contra os nossos pais, destruiremos para sempre o seu mundo, with blood (I'm bad, I'm bad, I'm bad - really bad). (Blasfemos!) Quanto ódio me provocam com o seu esgar piedoso, cantemos (berremos, ululemos)!

WE WILL WE WILL ROCK YOU !

Presente eternamente, sempre mudando, mutanti mutantus. Prometemos o amanhã será outro presente, outra aventura, outra montanha russa!

Roll up, roll up for the mystery tour.
Roll up, roll up for the mystery tour.
Roll up and that’s an invitation, roll up for the mystery tour.
Roll up to make a reservation, roll up for the mystery tour.
The magical mystery tour is waiting to take you away,
Waiting to take you away, take you today.

The Beatles - The magical Mystery Tour

E a apatia do sono ganha terreno

“Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro”


E agora? Sou suposto conseguir” igualar a capacidade profética” da poesia dos mind da gap? Sou suposto escrever na forma de verso um sentimento que não tem conteúdo? Sou suposto alguma coisa?? Será que alguém verdadeiramente espera algo novo de outra pessoa? Ainda existe esperança na versão moderna da cinderela? E mais importante q tudo.. será isso de alguma importância?

Tudo já foi sentido, escrito, vivido... se não por mim por outra pessoa com igual importância… afinal as pessoas só tem a importância que as outras lhe derem…”hoje estou vencido como se não existisse um ontem e o futuro fosse uma realidade demasiado distorcida pela distância” hoje estou vencido por uma apatia que me empurra para um sono que (espero!) será sem sonhos… não sinto nem vontade nem desejo... apenas indiferença… cansado de lutar contra moinhos de vento e com pouca vontade de enfrentar um mundo com tantos truques que me obriga a ser injusto… - sou demasiado sério... odeio injustiças - construí uma personagem que me envolve, um ser superior e indiferente.. um ser que é injusto sempre que pode.. Maldoso sexista porco e sempre q possível desconfiado… que toda a gente parece adorar mas que desprezo profundamente não por não ser eu… mas por ser o oposto do eu q sou e reflectir o eu que querem q seja… por ser o resultado cabal da fraqueza de espírito… odeio pq é forte e eu fraco.. odeio pq sou eu e ao mesmo tempo não o sou..… e tal como o actor que no meio da peça esqueceu o seu papel a pele interligou-se e esqueci como tirar a mascara… estou condenado a viver comigo próprio sobre esta mascara opaca que me transtorna a realidade e a transforma num reality show demasiado pimba e burlesco…


Chego a casa a assimilo sem pensar, saio e concordo com absurdos q insultam a inteligência que ainda me resta… vivemos no tempo do instante presente… nada mais importa se não o instante.. a vida é uma longa pedrada.. sim o sentimento será qq coisa semelhante a isso… o estarmos presente, mas vermos a situação de outro ângulo, como se estivéssemos dentro de outra cabeça, de outro corpo de outro universo… uma espécie de apatia que desafia a realidade instalada e como tal a apatia instalada… é isso… falta-me o álcool a correr nas veias… a adrenalina já ñ chega… tragam os palhaços os acrobatas e os mágicos… a revolução vai ser novamente adiada por falta de revolucionários sóbrios.

domingo, abril 03, 2005

Mind da Gap - No Ódio E No Amor:

Passei-me de vez, a solo, não quero ninguém.
Assumo o que penso, digo e o que faço também.
Já me segurei vezes de mais, quase rebento por dentro,
Expludo, inundo o mundo com o meu sentimento, sou cinzento,
Obscuro, já visitei o lado escuro
E no passado já quis limitar o meu próprio futuro.
O Presente é negro, cercam-me de todo o lado
Hipócrisia, mentira, falsidade, deixam-me abalado.
Dou-vos um bom combate, não retribúo o vosso abraço.
O ataque é a melhor defesa e causa embaraço
Uma palavra vale mais que mil imagens, coragem,
Caguei, por isso vejam como agem ou reagem
Antes a morte à desonra, pena máxima a vergonha
Sonha quem achar que vou perder a minha honra
Desafio a própria vida pelo stress que me ofereçe
Fala o que nunca obedece, porque o que é bom nunca aparece!
Desabafo e sei que vou escandalizar muita gente
Paciência, tenho que me libertar antes que rebente.
Começo agora e falo, pra quê enfiar o barrete?
Se te sentires atingido então a música promete
Escreves torto por linhas certas, pensas ser o maior.
Só se for o maior palhaço, ou o ignorante-mor!
Cruzaste-te no meu caminho, resolveste chamar a atenção
Tudo o que conseguiste foi oferecer-me um ódio de estimação
Safas-te pela distância, levas uma dedicatória
Uma carta e uma música que entraram para a história.
Tu, também ainda não sei como escapaste
Bazaste, conseguiste, quase todos enganaste
Cobarde, não voltes, esconde-te! Aponta, dispara!
Sai, vai prá cova, cai, antes de ires repara
Na cara que te olha, EU, riu-me de contente, sente!
Não és homem, és nada, és um excremento de gente.
Como aqueles que me invejam e desejam tudo mal.
Eu sou o Mal! Nunca fui um gajo 100% normal
Não tenho nada a perder enquanto não tiver ganho.
Quando me conhecem percebem que sou um tipo estranho
Há pessoas pelas quais morreria, gajos pelos quais mataria
Outros pelos quais na boa cagaria e continuaria
A vida e assim, assim é esta merda de vida
No ódio ou no amor, a verdade é que me guia
x2

Não chorem quando partir pois lutei com o destino
Queimem a bandeira e façam tocar o meu hino
Tenho flashes de memória que visualizo na pupila
Amigos que eu não quis que esperassem na fila
Familia e conhecidos, ou ilustres desconhecidos
Largaram noutra viagem nunca mais perdidos
Pago o preço de viver com a sentença dum crime
Às vezes vendia a alma ao Diabo para que tudo fosse sublime
Agradeço à minha mãe, pai, por ter acreditado
Que ia ter força pra lutar e me ter mesmo contrariado
Para morrer à nascença estava marcado, caguei
Avisado por uma velhota o destino guardou-me para rei
Meu pai, meu idolo tentei, teu modelo imitei
Pra chegar onde cheguei, acredita que lutei
Li o que muitos ainda não leram, escrevi o que não entenderam.
Descobri o que não me explicaram, as vozes esconderam.
Falo de quem odeio, detesto, ignoro, é normal
Falo de quem admiro, amo e tento proteger do mal
(...)
Sou o pior pesadelo, de gente com dor de cotovelo.
Não sou modesto nem falsamente irei sê-lo!
Conhecido por ser arrogante, não arrogante por ser conhecido!
Tido por antipático, por não ser um falso vendido.
A música é a minha terapia, desculpem lá o tom, agressivo
E muito obrigado pela vossa atenção
(...)
Lealdade, sinceridade, na união ou na saudade
Juntos ou separados, sempre ligados pela verdade

Há pessoas pelas quais morreria, gajos pelos quais mataria
Outros plos quais na boa cagaria e continuaria
A vida e assim, assim é esta merda de vida
No ódio ou no amor, a verdade é que me guia
x2

A verdade é que me guia...A merda é real...
Esta é a minha realidade...Esta é a minha verdade...
Nada é ficção onde eu me encontro...A verdade...
Esta é a minha verdade...

Os falsos escondem-se atrás da mentira...
Os Verdadeiros perpetuam o seu próprio destino,
Através da verdade...

sábado, abril 02, 2005

crepúsculo

The Hollow Men

I

We are the hollow men
We are the stuffed men
Leaning together
Headpiece filled with straw. Alas!
Our dried voices, when
We whisper together
Are quiet and meaningless
As wind in dry grass
Or rats' feet over broken glass
In our dry cellar

Shape without form, shade without colour,
Paralysed force, gesture without motion;

Those who have crossed
With direct eyes, to death's other Kingdom
Remember us -- if at all -- not as lost
Violent souls, but only
As the hollow men
The stuffed men.

II

Eyes I dare not meet in dreams
In death's dream kingdom
These do not appear:
There, the eyes are
Sunlight on a broken column
There, is a tree swinging
And voices are
In the wind's singing
More distant and more solemn
Than a fading star.

Let me be no nearer
In death's dream kingdom
Let me also wear
Such deliberate disguises
Rat's coat, crowskin, crossed staves
In a field
Behaving as the wind behaves
No nearer --

Not that final meeting
In the twilight kingdom

III

This is the dead land
This is cactus land
Here the stone images
Are raised, here they receive
The supplication of a dead man's hand
Under the twinkle of a fading star.

Is it like this
In death's other kingdom
Waking alone
At the hour when we are
Trembling with tenderness
Lips that would kiss
Form prayers to broken stone.

IV

The eyes are not here
There are no eyes here
In this valley of dying stars
In this hollow valley
This broken jaw of our lost kingdoms

In this last of meeting places
We grope together
And avoid speech
Gathered on this beach of the tumid river

Sightless, unless
The eyes reappear
As the perpetual star
Multifoliate rose
Of death's twilight kingdom
The hope only
Of empty men.

V


Here we go round the prickly pear
Prickly pear prickly pear
Here we go round the prickly pear
At five o'clock in the morning.


Between the idea
And the reality
Between the motion
And the act
Falls the Shadow


For Thine is the Kingdom


Between the conception
And the creation
Between the emotion
And the response
Falls the Shadow


Life is very long


Between the desire
And the spasm
Between the potency
And the existence
Between the essence
And the descent
Falls the Shadow
For Thine is the Kingdom


For Thine is
Life is
For Thine is the


This is the way the world ends
This is the way the world ends
This is the way the world ends
Not with a bang but a whimper.


T.S. Elliot

PS: Para quem tiver dúvidas no inglês, www.dictionary.com