sábado, maio 27, 2006


Tornei-me fã deste programa, a Entrevista do Clube e deste senhor, Luís Osório. Todas as tardes quando chego do trabalho, entre as 19:30 e as 20:15, ligo o rádio na 104.3 e deleito-me com as suas entrevistas intimistas, despudoradas e extremamente inteligentes a pessoas conhecidas do mundo português, de todos os ramos e profissões, contando as suas histórias de vida, as suas filosofias, os seus medos e desejos.

Desvelando as suas almas.

quinta-feira, maio 25, 2006

Capítulo XIII e meio

puro devaneio estilístico.... ah quem me dera saber escrever!

Este planeta era ainda mais estranho do que os anteriores. Nele estavam duas pessoas sentadas nas suas cadeiras conversando um com o outro numa mesa, e pareciam irritados um com o outro.
-Bom dia. Porque discutem um com o outro?

-Ora, respondeu a pessoa da esquerda, porque o meu amigo pensa que o lado direito é melhor que o esquerdo! Quando é óbvio o inverso!
-Porque é óbvio o inverso?
-Ora porque o direito não tem futuro.
-Não lhe ligue, disse o do lado direito. Ele é da esquerda. Tem a ideia ridícula de que o futuro é que define as pessoas, quando é óbvio que é a memória do passado que lhes dá significado na vida.
Estas pessoas pareciam inteligentes ao principezinho, mas a sua conversa era estranhíssima. Perguntou o que eram.
-Nós somos filósofos. Nós damos definições às coisas.
-E para que serve isso?
-Serve para as coisas terem um sentido, eu penso que têm o da esquerda, e ele o da direita.
-Então vocês fazem com que as coisas andem ora para a esquerda ora para a direita?
-Isso é impossível, não fazemos as coisas andarem para um lado ou para o outro. Dizemos para onde elas vão, mas temos de ser inteligentes o suficiente para perceber onde elas próprias vão. A minha função é dizer que vão para a esquerda, a dele que vão para a direita. E tentar convencer o adversário da nossa razão.
-Que ganham com isso?
-Ora, quando as coisas vão efectivamente para o lado que defendemos, obtemos o reconhecimento em como as coisas foram para o nosso lado. No entanto, se o contrário se verificar, não convém reconhecer o valor do nosso adversário.
-Isso, diz o outro, porque depois o outro fica convencido de que tem razão, e isso sei eu que não tem! É complicado, chama-se retórica.
-E o que isso interessa às coisas que vocês definem?
-Ora, essa conversa não é para aqui chamada.
O principezinho foi-se embora daquele planeta, convencido cada vez mais de que os adultos são mesmo estranhos.

sábado, maio 13, 2006

O paraíso



Um dia acordei acima das nuvens. Nem quis acreditar. Quase caí das escadas a correr, com medo de perder o momento, aquele segundo que cremos dar sentido a toda a nossa vida. Saí pela porta de vidro e madeira para a varanda com aquele tronco maciço, ou assim o lembro pela medida da minha então pequena mão, aquele que me segurou enquanto viajava pelos céus. Era de manhã e todas as terras desde o Douro até Vila Real estavam cobertas de espuma branca. Nunca mais tive semelhante visão.

Recordo dos verões que passava em Lamego com uma alegria espantosa. Casas de pedra e madeira sobre a serra das meadas, uma paz e duas redes penduradas nas árvores. Monopólio e King, mini-golf! E sempre as mesmas pessoas e amigos todos os anos. E o rio, a ribeira, a natureza, os pinheiros plantados. Hoje penso que aquilo está tudo abandonado, resultado de uma gerência ingerida, e lembro-me da estupidez humana infinita que faz deitar por terra as coisas mais belas da vida.

Se houver futuro, ainda hei de convencer alguém a comprar aquilo, e a recriar de novo o paraíso.

quarta-feira, maio 03, 2006

Pensamento do dia

"Aquele que é activo como uma abelha, forte como um touro, trabalha que nem um cavalo e que ao fim da tarde se sente cansado que nem um cão deveria consultar um veterinário porque é bem possível que seja burro."

Anónimo