sexta-feira, novembro 18, 2005

my big brother

Acordo de um dia mal passado. Alucino e devaneio, começo a sonhar. Imagino bondades e maldades nos objectos que me rodeiam, a cadeira que é maléfica, o candeeiro que me despreza e o conta-gotas minúsculo, impotente para me ajudar. Vejo tecnologias e palavras, e-palavras, realidades inexistentes no concreto que teimam em falar-nos virtualmente. Máquinas de escrever que se agigantam em moínhos imensos, e todos nós nos julgamos Quixotes. Mas não somos. Somos apenas uma gota de água. Que não brilha. Dentro do oceano, alguém a distingue? Só se distinguem os peixes e os tubarões.

Eu que sou a gota, apenas me é possível ver a carnificina. Sou empurrado para todos os lados, mas não me "tocam" realmente. Sou povo e já estou habituado, os peixes sim, esses é que se magoam.

Dizem-me que o grande tubarão é a Microsoft. Enganam-se. É a Google. A Microsoft tem alterado a sua "estratégia" mas já é tarde. Os recursos humanos da Google (que eu me atrevo a dizer que são os melhores do mundo) estão num crescendo imparável de serviços. Primeiro o "Google", hoje o mais utilizado em todo o mundo, sucesso matemático aclamado por todos (e a home page mais utilizada também). Mais tarde o Gmail, depois o Google Earth, agora o Google Analytics, veja-se também o recém-estreado Google News (wow) e a versão beta do Google Book. Sabe-se também que o reconhecimento facial já vai ser "comprado" pela Google.

Onde pára o monstro? No domínio completo do mundo?
Veja-se esta interessante profecia.
Para termos uma ideia do poder da Google, note-se que a própria microsoft alia-se a outros parceiros para tentar derrotar o google no seu projecto "Google Book"!!!, veja-se aqui.

Por outro lado, a MS é poderosíssima, lembram-se da Netscape? Pois... poderá o Google ser "netscaped"? Outro interessante artigo que trás estas e outras questões...

O conceito "Google" será mesmo o futuro?

quinta-feira, novembro 17, 2005

efemeridades artísticas




Fractais. Site oficial de onde os tirei.

Efemeridades arquitectónicas

Excelente trabalho do repórter Fernando Guerra, que capta as efemeridades visuais de algumas obras primas... a não perder.

Somos todos parvos?

Não conheço ninguém que fale "bem" da Ota e do TGV, mas o governo, munido do seu autismo de tradição cavaquista soma e segue, agora pressupostamente com os "estudos" feitos e disponibilizados. Vital Moreira, na sua arrogância habitual diz-nos que Agora que tais estudos começaram a ser disponibilizados, quase todos os protagonistas da referida campanha fazem de conta que eles não existem...

Vejam os estudos! Dou um bolo a quem conseguir abrir os primeiros PDF! MAS PRONTO, verdade seja dita, ainda há uns poucos que são legíveis. Talvez para apimentar sem dar toda a verdade?!? Como quem quer esclarecer sem o fazer?!? Ainda por cima mal "scannados"... Mas irei ler para ver o parvo por quem nos tomam realmente...

quarta-feira, novembro 16, 2005

Ainda os Franciúús

Antes de mais tenho q deixar bem claro uma coisa, defendo castigos mais brandos para ladrões do que para vândalos. Um ladrão qdo rouba é para fazer negocio, ganha dinheiro, faz pela vida, um vândalo, qdo estraga, ñ ganha nada com isso, é só estragar por estragar.


Mais do que isso não me posso alongar, porque não compreendo as movimentações do sub-mundo francês. Estou certo q estas implicam realidades que nos ultrapassam a todos, é fácil tecer comentários sobre a escumalha de um pais, o difícil é perceber de onde ela aparece… será esta uma geração oriunda de um Magreb desolado pela guerra, incompetencia politica, e fome? Esta é uma geração de pessoas q vieram de africa, arábia, e afins, com a intenção de trabalharem num pais desenvolvido e terem uma vida melhor. Será que foi isso que encontraram? Esta sociedade de comunicação em q vivemos, mostra o idílico todos os dias. Ela empanturra-nos com o belo e o sublime aimperar, argumentando q o feio horrivel é algo de apenas pontual, e as pessoas acreditam piamente no que lhes mostram… não será q o senhor Bin Laden, qdo mandou as torres do WTC a baixo queria chamar a atenção para as mesmas coisas que este bando de rufias está agora a fazer?

Certos países ricos, estão a ficar cada vez mais ricos, e outros países pobres cada vez mais esvaziados de uma população que imigra constantemente para tentar encontrar os mundos idílicos que lhes apresentam nas novelas. Até que ponto é que os rufias não têm razão? Será comunismo querer um mundo mais justo e igualitário? Um mundo em q as pessoas não sejam forçadas a mudar de país, abandonar as suas casas, amigos e por vezes até mm famílias. Não concordo com os métodos, mas com as motivações...
A historia comprova q de facto dos oprimidos têm sempre formar erradas de chamar a atenção para as suas causas, o IRA e a ETA matavam conterrâneos seus, os palestinos imolavam-se em fogo, e qdo começaram a perceber que o cheiro a carne assada já não funcionava, começaram a matar-se de bombas ao peito…, no fundo todos esses terroristas do novo mundo lutam por uma nova ordem, melhor ou pior não sei… mas urge que ela apareca… até pq este ciclo histórico q atravessamos vive momentos de ruptura social intolerável!

segunda-feira, novembro 14, 2005

Ai alfama...


Pois é, um dia ainda me mudo para lá, o problema seria onde pôr o carro...

domingo, novembro 13, 2005

2056 - velhos

Acordo numa manhã cinzenta de domingo. Vejo-me ao espelho com algum terror: estou velho. Felizmente, na minha casa de banho encontro as minhas pomadas e cremes, e após me barrar com eles, sinto-me mais novo. Se antes me sentia com 94 anos, agora sinto-me com 54, embora tenha de facto 74. Tenho é de sorrir pouco, pois é bem sabido o mal que os sorrisos fazem a estes cremes.

Saio para a rua. Vou trabalhar pensando que os meus pais a esta idade já eram reformados, que engraçado. Cumprimento a D. Fátima que passa ao meu lado, aparentando os seus 50 anos, mas sabendo eu que pertence à minha geração. "bom dia"
"bom dia." "Então a sua irmã como vai?" "Bem, melhor agora. Sabe que os serviços hoje em dia são mais dignos que nunca. Ela na semana passada andava algo esquisita, e quando começou a espirrar, os filhos fizeram o que deviam."
"ahh pois. E correu bem, então?" "Sim, embora ela parecesse algo triste. Mas o serviço convenceu-a de que a sua morte seria digna. Também o que ela queria? Já pouco trabalhava, andava tristonha pela casa... e depois o espirro!"
"Pois... são já os sinais, não é?" - faço eu um esforço enorme para conter a minha alergia súbita. Estes perfumes matam-me.
"Os serviços são bastante úteis: dão uma lista precisa dos sinais a ter em atenção. Eu claro, nunca os tive. E quando os tiver, darei o passo condignamente."
"Claro claro, D. Fátima!"
"O senhor é que me parece um pouco branco, sr. Luís"
"É do tempo, está acizentado, e este ano evitei a praia..."
"Evitou a praia? Porquê? Está doente? Mas sabe que os novos protectores são ainda mais eficazes do que a camada de ozono..."
"Não, não, é... foi do trabalho sabe..."
"Ah, pois. Eu é que não abdico, gosto de ir à praia e bronzear o meu corpo. Olhe que no outro dia vi uma fotografia antiga, do meu avô - sabe aquele que disparatou imenso quando lhe propuseram o serviço, era louco - na praia, e fiquei enojada. Não é que aquela gente tinha cá umas coisas a sair do seu corpo, umas listas, como se fossem todos gente pobre..."
"Sim, as banhas, os pneus..."
"Mas não era só isso, era horrível, como se a pele ficasse às borbulhas, as mulheres cheias de pêlos. Horrível horrível. Admiro essa geração pela sua coragem, mas não admira que fosse um pouco louca..."
"Claro... bem, gostei muito de a ouvir. Vou para a estação. Para onde a menina vai?"
"Vou ver a minha menina. Foi fazer uma desinfestação de 5 semanas, só então é que se apercebeu..."
"... que estava grávida."
"Que maneira você tem de falar, parece um pouco como o meu avô. Bem, foi a quinta vez este ano, e tenho de lhe dizer que isto tem de acabar. Nem sequer sabe controlar o seu corpo? Basta tomar um comprimido nas manhãs seguintes... vem ela e diz que quer sentir a coisa mais natural... é compreensível."
"Bem, eu vou andando, tenho de ir para o meu ateliêr. Vou desenhar um «desinfestador». É o que hoje mais se desenha..."

E lá fui eu, tentando não sorrir e escondendo a cada vez mais constante tosse. Nem sei porque o faço, pois se significasse que os sinais me fossem dirigidos, não teria eu a coragem de fazer o que é digno? Talvez não. Sou um cobarde! Ah, enfim quanto não me valem os amigos dignos que me cercam e me aconselham sobre o melhor que é preciso fazer.

sábado, novembro 12, 2005

Arrumos de sótão VI


Meself em 2001 num momento de 38,5º graus de febre... (ai ai o cabelinho!!)

quarta-feira, novembro 09, 2005

Sobre os distúrbios em Paris

Parece que hoje todos os blogs têm uma opinião definida sobre a polémica dos imigrantes rebeldes de França, tudo alarmado até parece que estamos em guerra com o Iraque ou que a China nos vai conquistar usando estratégias capitalistas! Porra que ridículo!

Bem, se quiserem a opinião deste bloguista sobre os franceses, digo estas palavras de grande sabedoria, que sempre se adequaram aos momentos mais solenes: Cabrões de merda, vão para a puta que vos pariu! Merdosos de trampa que me vêm com ideiais de "libertééé, fratérnitééé, igualitééé" mas que culpam os polícias de desancarem em escumalha (adoro o termo, não me parece haver outro mais preciso) e desculpam estes arruaceiros com ideias humanistas, escondendo-se atrás de merdas tipo sociologia, psicologia e mais tretas acabadas em logia!

Espectacular que políticos visitem o funeral dos dois arruaceiros electrocutados de modo suspeito e ignorem o funeral dos esses sim inocentes que morrem às mãos destes arruaceiros.

"O ataque pelo ataque. A violência pela violência. Um dos alvos da última noite foi um infantário. «Porquê um infantário? Porquê um carro, porquê uma escola? Não há resposta. É a violência cega» (depoimento de um cidadão)"

Extraordinário que, vendo milhares de carros em fogo, violências sem fim, um desrespeito total pelo homem, o jornalista da RTP pergunte logo: «A culpa é nossa, não é?» - e mais tarde remata: «As forças policiais também são acusadas dos distúrbios por aparecerem ostensivamente» (como C. Medina Ribeiro reparou)

Impressionante toda uma nação que se sente culpada por estes distúrbios, lembrando-se porventura dos Direitos Civis na América e pensando na quota parte da culpa da discriminação sobre os "Afro-americanos", fazendo a transposição directa para o seu problema de inserção social dos imigrantes.

Estupidamente ignóbil, se nos lembrarmos ainda da recente morte e funeral de Rosa Parks, que testemunha o modo certo e infalível de criar verdadeiras rupturas e crescimento na dignidade humana em todas as circunstâncias, quer sejamos Negros afro-americanos ou imigrantes franceses deslocados.

Mas perfeitamente compreensível se percebermos que a nação que sempre teve por bandeira a "opressão" capitalista e a resistência aos poderes americanos, desdenhando sempre as lutas internas na América como fazendo parte da sua política "desumana", é agora atacada por dentro dessa própria lógica, ironia das ironias, o país mais "social" da Europa, a França é também opressora e desumana!

Para mim, a esses coitadinhos, queimem-nos e não é muito. E juntem-lhe a eles os campangas da Frente Nacional. Com sorte ainda se conseguem fazer uns guisadosinhos e mandar para países com falta de alimentos. Depois de despidos, claro, que as roupas também dão jeitinho...

terça-feira, novembro 08, 2005

In the Pirkinning


Deparei-me no outro dia com uma pequena maravilha da auto-iniciativa, humildade e devocação extrema e sensibilidade humorística como até há bem algum tempo não testemunhava.

Falo de uma personagem Finlandesa que, fã de ficção científica desde a sua idade de puto, e em especial de Star Trek's e Babylon 5's , vai já em mais de dez filmes caseiros completamente inventados por si próprio. Enquanto que os primeiros fazem lembrar as animações do Spectrum 48, os seguintes vão enriquecendo na sua forma e técnica à medida que Samuli Torssonen - o autor - vem crescendo na puberdade.

No penúltimo, Samuli, que conta já com uma plêiade de amigos que o seguem nas suas aventuras cinéfilas, introduz uma revolução nos seus filmes: o ecran azul e os cenários virtuais.

Aqui mostro-vos, porque o merece, o seu último produto: Star Wreck: In The Pirkinning, uma sátira tanto a Star Trek como a Babylon 5, onde James T. Pirk, o herói interpretado pelo próprio Samuli enfrenta num combate sem tréguas o comandante Sherrypie da estação Babel 13. Convido o atento leitor a assistir, com queixo caído ou olhos esbugalhados à discrição o que um orçamento realmente a zero, (gastando-se os mínimos nos uniformes e nos próprios computadores...), actores completamente principiantes (o que se denota claramente) e uma personalidade ingénua e infantil mas com uma preserverança estóica de ver o seu sonho realizado consegue realmente fazer!

Imagine-se o leitor, apenas com um desejo e a formalizá-lo desta maneira! Eu não me imagino, bem entendido! No entanto, assiste-se de certeza absoluta a um fenómeno novo: a democratização em massa da produção e realização de cinema! Ou pelo menos o seu potencial...

Bem, clique aqui e divirta-se, pois pelo menos merece um grande sorriso este esforço estupendo e simples: http://www-fi3.starwreck.com/index.php