domingo, abril 09, 2006

Ninguém

Ontem senti-me um idiota profundo. Fui ao café do desportivo daqui da freguesia ver o jogo do ano, aquele que iria decidir quem é que vai ser o maior dos maiores por um ano. Estava gente a jantar adornada com cachecóis do sporting, e eu e outros amigos, gente toda da claque adversária, sentámo-nos onde coubemos. O jogo começou e eu estava com uma dor de cabeça enorme, tinha empatado um jogo de xadrez de quatro horas há pouco tempo e estava arrasado. Nisto começam os comentários inevitáveis sportinguistas ao jogo, eles apenas repararam que haviam ali portistas (esses alienígenas) quando num acesso levantei-me e gritei o golo estupidamente, pois acabava eu o grito e senti toda a gente a rir-se de mim, nem quis olhar. Tinha sido fora-de-jogo. "Olha há aqui portistas!" pois há, e depois? As bocas continuam, mansinhas, qual água em pedra dura, tanto mói até que fura. Quando me deparei com aquilo que seriam "injustiças" do árbitro comecei a mandar bocas à televisão, e do Liedson, meu deus, aquilo que eu disse! A euforia aumentava constantemente. Delirante, acho mesmo que com febre. Super maldisposto, saí do encontro quase sem festejar a vitória, consciente da figura que tinha acabado de fazer. Um dos sportinguistas presentes tentou abordar-me, lancei-lhe um olhar que tentou dizer "fica para a próxima", "você é um bocado ...?", não percebi o seu adjectivo, e evitei-o a seguir. Quis evitar cenas que me lançassem na loucura total. Olhei para a porta e saí.

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