terça-feira, dezembro 21, 2004

Curto-Circuito

Por falar em fraqueza de espírito, estou hoje eu toldado pela fraqueza.

Gostaria de falar hoje de TOTALITARISMO. O que é? Nem pensem que fui ao dicionário. Ou que fui ler coisas. Tretas. Hoje vai tudo da garganta que é pequena só diz disparates e hoje até parece ter bebido mais do que água das pedras.

Totalitarismo é uma ferramenta. Imagine um formigueiro, caro leitor. A formiga é um disparate autêntico em termos unitários, mas quando acompanhada de milhares é imbatível. O totalitarismo resulta na busca desta força. Deste poder.

Mas como obter tal poder se o Homem é individualista por natureza? Criemos um ideal. Se tivermos um ideal conjunto, o Homem transforma-se naquilo que o ideal pressupõe. Se o moldarmos bem, conseguimos toldá-lo a ser uma formiga. E aí conseguimos o nosso formigueiro. À custa da sua humanidade, mas nós não queremos saber, pois o que interessa não é o ser humano, mas o formigueiro = poder.

Como criar tal coisa? Vários métodos. Na idade média tentou-se a inquisição. Pouco. Patriotismo? Dura pouco. Nacionalismo Nazi? Quase lá, mas quebra-se nos momentos chave. Comunismo? Pouco convincente.

Então como haveremos de domesticar o pessoal?
Já sei. Se nós conseguirmos criar um processo quasi-automático de individualizar, massificar, preocupar, etc... se nós dermos uma catrambada de coisas para fazer ao Homem ele nem vai ter tempo para pensar! É isso! Se nós tivermos uma sociedade de consumo, se tivermos uma televisão a massificar o seu cérebro todos os dias com publicidade, novelas, futebol e notícias holocausticas todo o dia, 24/7, ele nem sequer vai reparar na sua alienação!

Eureka! Ainda por cima, poderemos proclamar a liberdade de todos fazerem o que quiserem, ou quase, como moral aplicada. Sexo é grátis e aconselhável, especialmente se não conhecermos a gaja. E se o fizermos, garantido que no dia seguinte cagamos nela. Matemos os velhotes. Compremos fotos de gajas nuas e carros lindos. Admiremo-nos pelo PRODUTO.

Consome consome. Consome filha!

E voilá!
Obtemos um tipo obtuso com uma filosofia de vida completamente profunda em superfície, mas alienado da vida. Sem espírito. Sem amor. Sem vida.

Mas porquê tudo isto? AAAHH. Porque se eu for esperto consigo usar este tipo. Este e outros! As maravilhas da democracia capitalista tem destas coisas: vou usar as suas necessidades criadas por mim ou pelos outros espertos de modo a que ele trabalhe para mim, para eu (empresário que sou) criar outras necessidades. Para que haja ainda mais desejos e trabalho. Claro que tou também a ser usado, mas pouco importa porque depois posso comprar o porsche que sempre desejei... (quem foi o esperto que o criou?)

E depois chamamos isto de "riqueza"!!

Epa e se criarmos casas cada vez mais individualistas, cada vez com mais produtos, mais tvs, mais internets, mais tudo... heheheeh. Mais tão na minha palma da mão!!! MWuahahahaahahAHAHA!

Bolas. O mais triste é que mesmo que eu compre o Porsche sei que vou ficar insatisfeito. Talvez tente comprar depois um bordel. Isso é que era (quem foi o esperto que criou a mulher??)

I can't get no satisfaction!

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