quinta-feira, maio 25, 2006

Capítulo XIII e meio

puro devaneio estilístico.... ah quem me dera saber escrever!

Este planeta era ainda mais estranho do que os anteriores. Nele estavam duas pessoas sentadas nas suas cadeiras conversando um com o outro numa mesa, e pareciam irritados um com o outro.
-Bom dia. Porque discutem um com o outro?

-Ora, respondeu a pessoa da esquerda, porque o meu amigo pensa que o lado direito é melhor que o esquerdo! Quando é óbvio o inverso!
-Porque é óbvio o inverso?
-Ora porque o direito não tem futuro.
-Não lhe ligue, disse o do lado direito. Ele é da esquerda. Tem a ideia ridícula de que o futuro é que define as pessoas, quando é óbvio que é a memória do passado que lhes dá significado na vida.
Estas pessoas pareciam inteligentes ao principezinho, mas a sua conversa era estranhíssima. Perguntou o que eram.
-Nós somos filósofos. Nós damos definições às coisas.
-E para que serve isso?
-Serve para as coisas terem um sentido, eu penso que têm o da esquerda, e ele o da direita.
-Então vocês fazem com que as coisas andem ora para a esquerda ora para a direita?
-Isso é impossível, não fazemos as coisas andarem para um lado ou para o outro. Dizemos para onde elas vão, mas temos de ser inteligentes o suficiente para perceber onde elas próprias vão. A minha função é dizer que vão para a esquerda, a dele que vão para a direita. E tentar convencer o adversário da nossa razão.
-Que ganham com isso?
-Ora, quando as coisas vão efectivamente para o lado que defendemos, obtemos o reconhecimento em como as coisas foram para o nosso lado. No entanto, se o contrário se verificar, não convém reconhecer o valor do nosso adversário.
-Isso, diz o outro, porque depois o outro fica convencido de que tem razão, e isso sei eu que não tem! É complicado, chama-se retórica.
-E o que isso interessa às coisas que vocês definem?
-Ora, essa conversa não é para aqui chamada.
O principezinho foi-se embora daquele planeta, convencido cada vez mais de que os adultos são mesmo estranhos.

1 comentário:

Barba Rija disse...

PORRA É QUE ESCREVO MESMO MAL!