quarta-feira, dezembro 19, 2007

Tsunami

Hoje o tópico são ondas.

Em 1979 houve uma, em 1989 outra. Pequenas?

Ninguém com mais memória e idade do que eu irá esquecê-las, foram as bolhas de construção especulativas mais destrutivas depois da Grande Depressão.

Há quem diga, com todo o bom senso, que o fundamento de tais bolhas são o desfasamento entre a capacidade financeira de quem compra e o preço do que é comprado.

Há quem diga também que vivemos tempos interessantes.

Tipo, irreais.

Resta-me apenas postar o gráfico mais interessante da semana, que compara o vencimento das pessoas com o preço das casas (nos EUA).



Tsunami?

Fonte.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

O pai natal

Uma das maiores calamidades culturais, a meu ver, é a substituição do mito do menino jesus pelo pai natal.

De um mito de generosidade e adoração a um recém-nascido sobrenatural, ao qual se dão presentes, símbolo da esperança que se coloca no futuro, sobrepõe-se outro oferecido pelo consumismo de um velho sobrenatural em péssima forma, sofrendo de obesidade e miopia, que oferece presentes aos putos da nossa geração.

Podia o distraído concluir que hoje tem-se esperança não em messias sobrenaturais mas nas próprias crianças mortais e humanas, e que isso seria coisa boa.

Proponho que não.

Proponho que é um retrocesso.

À vossa imaginação deixo a construção das razões para tal.

flip flop

"The abandonment of the gold standard made it possible for the welfare statists to use the banking system as a means to an unlimited expansion of credit. In the absence of the gold standard, there is no way to protect savings from confiscation through inflation. There is no safe store of value. Deficit spending is simply a scheme for the hidden confiscation of wealth. Gold stands in the way of this insidious process. It stands as a protector of property rights. If one grasps this, one has no difficulty in understanding the statists' antagonism toward the gold standard."
-Alan Greenspan, 1966


Há quem diga que o poder corrompe.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Então e esse Terry Jones?

Como foi a visita do sr. Jones na Tugolândia?

Bem me lembro da famosa cena dele.

Aqui a coloco para a revisitarmos.

Não a vejam depois de jantar :)

terça-feira, dezembro 11, 2007

Windows Vista

Parece que está a ter tanto sucesso que a MicroSuave já colocou uma página web de dicas para os técnicos vendedores para vender melhor o SO.

Brilhante

Melhor citação:
"So how do you convince management to buy new machines, or upgrade the RAM and get the latest OS, if what they are doing right now seems to work OK?"
Sim, de facto. Boa pergunta. Como?

WOW!

Pára tudo!

Quinta-feira às 21h30, na Fnac do Chiado!


TERRY JONES!


Vénia! Vénia! Vénia!




Lá vou eu, de lenço atado na cabeça! :D

Novos tempos

Um pivôt inglês famoso brincou com a noção de que vale mais do que seiscentos jornalistas prestes a perder o emprego e a avaliar pelo que ganha, não lhe falta verdade.

Logo vieram os sindicalistas dos seiscentos jornalistas despedidos indignarem-se pela obscenidade da anedota. O que para um é brincadeira, para 600 significa a sua vida.

O que isto tem a ver connosco?

Tudo. É que hoje já trabalho para esta gente. Pois se há despedidos graças a estes multimilionários do "entertainment", o seu dinheiro não se perde, antes se transforma. Em bens de luxo. Que alguém tem de criar. Construir.

Desenhar.

Benvindos ao neo-feudalismo.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Publicidade enganosa

Posso fazer publicidade descarada? Bem, se não puder... processem-me!


Tive uma ideia há uns tempos atrás... e cá está o início da "tradução" dessa ideia para algo mais concreto...


www.portugaldepontaaponta.blogspot.com


PS: O Layout vai mudar todo... não começem a mandar vir! É só para saberem da ideia, mais pormenores se seguirão. :)

terça-feira, dezembro 04, 2007

Everytime you close your eyes (lies)

Rebellion, Arcade Fire.

Bom fim de tarde.

sábado, dezembro 01, 2007

... é possivelmente uma das piadas mais estup1das que alguma vez foram inventadas!

Estavam 2 Impressoras.
> Uma vira-se para a outra:
- Esta folha é tua ou é impressão minha?

quarta-feira, novembro 28, 2007

Definições

Pesquisando pelos Blogs, descobri uma fantastica palavra: "Procrastination" esta pequena palavra parece encerrar os meus segredos mais intimos... mais do que preguiça.. chama-se inquietação... agonia... Ansiedade... sei lá... mas faz sentido!!

From Wikipedia
"
Procrastination
is a type of
avoidance behaviour which is characterised by deferment of actions or tasks to a later time. Psychologists often cite procrastination as a mechanism for coping with the anxiety associated with starting or completing any task or decision.
For the person procrastinating this may result in
stress, a sense of guilt, the loss of personal productivity, the creation of crisis and the chagrin of others for not fulfilling one's responsibilities or commitments. While it is normal for individuals to procrastinate to some degree, it becomes a problem when it impedes normal functioning. Chronic procrastination may be a sign of an underlying psychological or physiological disorder. The word itself comes from the Latin word procrastinatus: pro- (forward) and crastinus (of tomorrow). The term's first known appearance was in Edward Hall's Chronicle (The union of the two noble and illustre famelies of Lancestre and Yorke), first published sometime before 1548."


Fantastico não concordam? um termo que define muitas das nossas actitudes... e que pelos vistos existe desde 1548 e nunca tinha ouvido falar...
Para alguns piratas de água doce a definição refina-se..


"Genius procrastinator"
is a type of "relaxed" procrastinator. Unlike the typical "relaxed type" procrastinator, who usually does not care about the task they are delaying, geniuses do care but do not need to put a great deal of effort into that task to do well, and therefore can wait until the last minute, put in minimal effort, and still produce a good result. "Genius" procrastinators often work well under pressure; often when they do not have a set deadline for a project, their work lags. Other "genius" procrastinators are just lazy with their time in general, and when they're procrastinating in a subject that they are not as skilled at, they usually fall under the "tense-afraid" type.
A common example of the "genius" procrastinator is the precocious student who is working in a class where the expectations are set far below their ability level in that subject. For example, a gifted writer in a standard-level English class often waits until the last minute to write their papers because they know that they will get an A even by putting in the lowest amount of effort possible, and that to expend any more effort than that on such an assignment would be wasteful.

Esqueçam radiohead... a resposta está na wikipédia!!!

Contraponto

Surgiu-me um contraponto ao meu último post.

Ei-lo.


Don't get any big ideas
they're not gonna happen
You paint yourself white
and feel up with noise
but there'll be something missing

Now that you've found it, it's gone
Now that you feel it, you don't
You've gone off the rails

So don't get any big ideas
they're not going to happen
You'll go to hell for what your dirty mind is thinking




terça-feira, novembro 27, 2007

Esperança

Para mim, este século será definido por um lema comum que assenta na esperança. Porquê?

Porque só a tem quem nada mais tem (perguntem a qualquer sportinguista), porque haverá objectivos claros e comuns pela primeira vez em décadas.

Porque haverá um desígnio comum a todos, mais forte do que qualquer outra coisa.

O desígnio da sobrevivência.

Consciência Tranquila

Deviam limpar o sebo a quem inventou a expressão.

É a coisa mais estúpida de se dizer. Ou se tem consciência, ou se é tranquilo.

Nunca os dois.

Evidentemente, quem a escreveu, nem era consciente, nem tranquilo.

sábado, novembro 24, 2007

Historia de uma vida...


By Daniil Kharms

Now I will describe how I was born, how I grew up and how the firstsigns of genius were discovered in me. I was born twice. This is how ithappened. My Dad got married to my Mum in 1902, but my parents brought me intothe world only at the end of 1905, because Dad was adamant that his childshould be born at New Year. Dad calculated that conception had to take placeon the first of April and only on that day did he get round my Mum with theproposition of conceiving a child. My Dad got round my Mum on the first of April 1903. Mum had long beenawaiting this moment and was terribly thrilled. But Dad, as it seems, was ina very playful mood and could not restrain himself, saying to Mum: 'AprilFool!'. Mum was absolutely furious and didn't allow Dad anywhere near her thatday. There was nothing for it but to wait until the following year. On the first of April 1904, Dad again started getting round Mum withthe same proposition. But Mum, remembering what had happened the yearbefore, said that she had no further desire to be left in that stupidposition and again would not allow Dad near her. It didn't matter how muchnoise Dad created, it got him nowhere. And only a year later did my Dad manage to have his way with my Mum andbeget me. And so my conception took place on the first of April 1905. However, all Dad's calculations broke down because I turned out to bepremature and was born four months before my time. Dad created such a fuss that the midwife who had delivered me lost herhead and started to shove me back in, from where I had only just emerged. An acquaintance of ours who was in attendance, a student from themilitary medical academy, declared that shoving me back in would not work.However, the student's words notwithstanding, they still shoved me andshoved me back, for all they were worth. At this point a fearful commotion broke out. The progenetrix yells: -- Give me my baby! And the response comes: -- Your baby -- they tell her -- is inside you. -- What! -- yells the progenetrix. -- How can my baby be inside me whenI have just given birth to him! -- But -- they say to the progenetrix -- mightn't you be mistaken? -- What! -- yells the progenetrix -- mistaken? How can I be mistaken! Isaw the baby myself, he was lying here on a sheet only just now! -- That is true -- they tell the progenetrix -- but perhaps he'scrawled off somewhere. -- In a word, they themselves don't know what to tellthe progenetrix. And the progenetrix is still making a noise and demanding her baby. There was nothing for it, but to call an experienced doctor. Theexperienced doctor examined the progenetrix and threw up his hands; however,he thought it all out and gave the progenetrix a good dose of English salts,and by this means I saw the light of day for the second time. At this juncture, Dad again started creating a fuss, saying that,surely, this couldn't be called a birth, that this, surely, couldn't yet becalled a human being, but rather a semifoetus, and that it ought to eitherbe shoved back again or put into a incubator. And so they put me into an incubator.

1935--------

The Incubating Period


I sat in the incubator for four months. I remember only that theincubator was made of glass, was transparent and had a thermometer. I satinside the incubator on cotton wool. I don't remember anything else aboutit. After four months they took me out of the incubator. They did this, asit happens, on the first of January 1906. By this means, I was to all intents and purposes born for a third time. But it was the first of January that was counted as my birthday.

1935

* Note: Daniil Kharms was in fact born on 17 December (Old Style) / 25December (New Style), 1905.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Considerações

Gostaria de esclarecer vários pontos sobre o meu crude interesse.

Tem-me sido dito que estou a colocar tempestades em copos de água. Não é apenas uma ou duas pessoas, mas uma plêiade de gente. E racional como tento sempre ser, evito a sete pés à paranóia. Penso sempre, Estou certamente enganado, é que é impossível ser o único a preocupar-me com este assunto e ser são ao mesmo tempo, isto pode ser de facto um não acontecimento. Tipo daqueles como foi o Y2k, lembram-se? Pois eu quase também não, meu ponto precisamente.

O meu ponto começa aqui: isto é de facto um acontecimento importante, que a meu ver, irá mudar radicalmente o mundo, e com a palavra "mudar" estou a ser simpático ao meu caro leitor, pois não passa pela cabeça de nenhum histórico referir-se de passados colapsos económicos como "mudanças". Estudem o assunto, acho que vale a pena pelo menos folhear alguns jornais internautas sobre a questão.

O meu ponto, impossível para um infinitesilmal cartesiano ("neard" alert!, ed) , continua. O aquecimento global está sério e rápido. Configura-se um desejo enorme de acabar com o consumo de carbonatos. Excelente, pode pensar o distraído, Com menos petróleo, menos carbono para a atmosfera, certo? Errado, pois se há algo que ao Homem é particular fazer, é saber substituir coisas. E embora seja quase impossível substituir o petróleo na transportação, até é fácil fazê-lo na electricidade. Ah! Problema resolvido! Ou talvez não, se pensarmos que a óbvia solução é construir centrais eléctricas de carvão (a China constrói-as ao ritmo de uma por semana). Gulp. Alguém fica com a sensação de que se está a chamar o Padrinho para "repôr" a justiça?

E continua. Está a haver um "meltdown" de um país minimamente importante. Chama-se Estados Unidos da América, já ouviram falar? É um país com um governo com uma conta de 50 triliões de dólares a caminho para pagar. É o único país do mundo que cresce o PIB apesar de importar muito mais do que exporta. É um império. E está a entrar num lento colapso. Interessante de olhar. Vejam o dólar. Desce quase tão rápido como o crude sobe (if only!) porque o euro é uma alternativa decente, existe um mercado de "derivativos" na ordem de uns semelhantes "triliões" de dólares que ninguém sabe onde pararam devido à crise imobiliária (que todos dizem ter acabado, excepto quem sabe minimamente do que fala. O pior só vai ser visível em março do ano que vem, e espero muitos estragos no terceiro e quarto trimestre de 2008, quem sabe, quiçá, um crash? Tudo é possível), e é um país que importa 8 milhões de barris de petrol por dia. Antecipo toda a gente e faço uma previsão. Podem, com o tempo passado, gozar-me na cara, assim o espero: os EUA vão colapsar no seu todo (tipo rússia) até no máximo 2015 (são oito anos).

E o que isto tudo significa para nós? Básico. Voltamos a ser pobres de novo. Com uma diferença: agora vamos estar pobres e endividados, a não ser que haja praí uma hiper-inflação do tipo "fodam-se os bancos todos (e mais os pobres)". Nunca se sabe. Seja como for: Benvidos à escravidão do séc. XXI. (Tu não Ricardo, que os médicos sempre se safaram na História. Sempre.)

E finaliza: tou-me a cagar. Isto para mim é igual a ver uma novela imparável como a do Mourinho, a do Porto, da Apple até, de fundo de tudo o que se esteja a mexer rápido. Excelente entertainment. Deixo-me fascinar pelo mundo altamente polarizado do Bola na Rede B (de baixaria) e pelo ultrajante caso da Maddie enquanto canto José Cid.

Não porque o assunto não é importante.
Não porque não é definitivo e decisivo.
Mas porque não posso fazer nada por isso,

além, claro, de vos avisar (e de, provavelmente com isso perder o meu tempo e o do vosso saco roto...)

quarta-feira, novembro 07, 2007

Tapis

Benvindos à era oficial do triplo dígito. O preço do petróleo atingiu os 100 dólares hoje, e apesar de baixar um pouco no final do dia, a tendência é clara e para continuar.

E para evitar que pensem que isto não interessa assim tanto, pensem que por cada dólar que o barril custa, Portugal gasta sensivelmente 100 milhões de euros por ano. Sim. Enquanto que em 2003, o nosso bairro nacional gastou cerca de 3 mil milhões de euros pela coisa, no próximo ano se o preço se mantiver nos 100 (não aposto nisso, e tenho razões técnicas para entender assim) iremos gastar 10 mil milhões.

São dois aeroportos a menos que iremos construir. O melhor é que teremos cada vez menos razões para o fazer, já que se adivinha um crescendo de preços brutal no serviço em causa...

(...)

Num tom mais cómico, um blog inglês que encontrei que se faz passar pelo CEO da Apple, Steve Jobs. Não vale pelo cargo fictício, mas pela literatura. Por vezes é genial.

sexta-feira, novembro 02, 2007

The Godfather - Mario Puzo

Amerigo Bonasera sat in New York Criminal Court Number 3 and waited for justice; vengeance on the men who had so cruelly hurt his daughter, who had tried to dishonor her. The judge, a formidably heavy-featured man, rolled up the sleeves of his black robe as if to physically chastise the two young men standing before the bench. His face was cold with majestic contempt. But there was something false in all this that Amerigo Bonasera sensed but did not yet understand. “You acted like the worst kind of degenerates,” the judge said harshly. Yes, yes, thought Amerigo Bonasera. Animals. Animals. The two young men, glossy hair crew cut, scrubbed clean-cut faces composed into humble contrition, bowed their heads in submission. The judge went on. “You acted like wild beasts in a jungle and you are fortunate you did not sexually molest that poor girl or I’d put you behind bars for twenty years.” The judge paused, his eyes beneath impressively thick brows flickered slyly toward the sallow-faced Amerigo Bonasera, then lowered to a stack of probation reports before him. He frowned and shrugged as if convinced against his own natural desire. He spoke again. “But because of your youth, your clean records, because of your fine families, and because the law in its majesty does not seek vengeance, I hereby sentence you to three years’ confinement to the penitentiary. Sentence to be suspended.” Only forty years of professional mourning kept the overwhelming frustration and hatred from showing on Amerigo Bonasera’s face. His beautiful young daughter was still in the hospital with her broken jaw wired together; and now these two animales went free? It had all been a farce. He watched the happy parents cluster around their darling sons. Oh, they were all happy now, they were smiling now. The black bile, sourly bitter, rose in Bonasera’s throat, overflowed through tightly clenched teeth. He used his white linen pocket handkerchief and held it against his lips. He was standing so when the two young men strode freely up the aisle, confident and cool-eyed, smiling, not giving him so much as a glance. He let them pass without saying a word, pressing the fresh linen against his mouth. The parents of the animales were coming by now, two men and two women his age but more American in their dress. They glanced at him, shamefaced, yet in their eyes was an odd, triumphant defiance. Out of control, Bonasera leaned forward toward the aisle and shouted hoarsely, “You will weep as I have wept– I will make you weep as your children make me weep”– the linen at his eyes now. The defense attorneys bringing up the rear swept their clients forward in a tight little band, enveloping the two young men, who had started back down the aisle as if to protect their parents. A huge bailiff moved quickly to block the row in
which Bonasera stood. But it was not necessary. All his years in America, Amerigo Bonasera had trusted in law and order. And he had prospered thereby. Now, though his brain smoked with hatred, though wild visions of buying a gun and killing the two young men jangled the very bones of his skull, Bonasera turned to his still uncomprehending wife and explained to her, “They have made fools of us.” He paused and then made his decision, no longer fearing the cost. “For justice we must go on our knees to Don Corleone.”

* * *

Amerigo Bonasera followed Hagen into the corner room of the house and found Don Corleone sitting behind a huge desk. Sonny Corleone was standing by the window, looking out into the garden. For the first time that afternoon the Don behaved coolly. He did not embrace the visitor or shake hands. The sallow-faced undertaker owed his invitation to the fact that his wife and the wife of the Don were the closest of friends. Amerigo Bonasera himself was in severe disfavor with Don Corleone. Bonasera began his request obliquely and cleverly. “You must excuse my daughter, your wife’s goddaughter, for not doing your family the respect of coming today. She is in the hospital still.” He glanced at Sonny Corleone and Tom Hagen to indicate that he did not wish to speak before them. But the Don was merciless
“We all know of your daughter’s misfortune,” Don Corleone said. “If I can help her in any way, you have only to speak. My wife is her godmother after all. I have never forgotten that honor.” This was a rebuke. The undertaker never called Don Corleone, “Godfather” as custom dictated. Bonasera, ashen-faced, asked, directly now, “May I speak to you alone?” Don Corleone shook his head. “I trust these two men with my life. They are my two right arms. I cannot insult them by sending them away.” The undertaker closed his eyes for a moment and then began to speak. His voice was quiet, the voice he used to console the bereaved. “I raised my daughter in the American fashion. I believe in America. America has made my fortune. I gave my daughter her freedom and yet taught her never to dishonor her family. She found a ‘boy friend,’ not an Italian. She went to the movies with him. She stayed out late. But he never came to meet her parents. I accepted all this without a protest, the fault is mine. Two months ago he took her for a drive. He had a masculine friend with him. They made her drink whiskey and then they tried to take advantage of her. She resisted. She kept her honor. They beat her. Like an animal. When I went to the hospital she had two black eyes. Her nose was broken. Her jaw was shattered. They had to wire it together. She wept through her pain. ‘Father, Father, why did they do it? Why did they do this to me?’ And I wept.” Bonasera could not speak further, he was weeping now though his voice had not betrayed his emotion. Don Corleone, as if against his will, made a gesture of sympathy and Bonasera went on, his voice human with suffering. “Why did I weep? She was the light of my life, an affectionate daughter. A beautiful girl. She trusted people and now she will never trust them again. She will never be beautiful again.” He was trembling, his sallow face flushed an ugly dark red. “I went to the police like a good American. The two boys were arrested. They were brought to trial. The evidence was overwhelming and they pleaded guilty. The judge sentenced them to three years in prison and suspended the sentence. They went free that very day. I stood in the courtroom like a fool and those bastards smiled at me. And then I said to my wife: ‘We must go to Don Corleone for justice.’ ” The Don had bowed his head to show respect for the man’s grief. But when he spoke, the words were cold with offended dignity. “Why did you go to the police? Why didn’t you come to me at the beginning of this affair?” Bonasera muttered almost inaudibly, “What do you want of me? Tell me what you wish. But do what I beg you to do.” There was something almost insolent in his words. Don Corleone said gravely, “And what is that?” Bonasera glanced at Hagen and Sonny Corleone and shook his head. The Don, still sitting at Hagen’s desk, inclined his body toward the undertaker. Bonasera hesitated, then bent down and put his lips so close to the Don’s hairy ear that they touched. Don Corleone listened like a priest in the confessional, gazing away into the distance, impassive, remote. They stood so for a long moment until Bonasera finished whispering and straightened to his full height. The Don looked up gravely at Bonasera. Bonasera, his face flushed, returned the stare unflinchingly. Finally the Don spoke. “That I cannot do. You are being carried away.” Bonasera said loudly, clearly, “I will pay you anything you ask.” On hearing this, Hagen flinched, a nervous flick of his head. Sonny Corleone folded his arms, smiled
sardonically as he turned from the window to watch the scene in the room for the first time. Don Corleone rose from behind the desk. His face was still impassive but his voice rang like cold death. “We have known each other many years, you and I,” he said to the undertaker, “but until this day you never came to me for counsel or help. I can’t remember the last time you invited me to your house for coffee though my wife is godmother to your only child. Let us be frank. You spurned my friendship. You feared to be in my debt.” Bonasera murmured, “I didn’t want to get into trouble.” The Don held up his hand. “No. Don’t speak. You found America a paradise. You had a good trade, you made a good living, you thought the world a harmless place where you could take your pleasure as you willed. You never armed yourself with true friends. After all, the police guarded you, there were courts of law, you and yours could come to no harm. You did not need Don Corleone. Very well. My feelings were wounded but I am not that sort of person why thrusts his friendship on those who do not value it– on those who think me of little account.” The Don paused and gave the undertaker a polite, ironic smile. “Now you come to me and say, ‘Don Corleone give me justice.’ And you do not ask with respect. You do not offer me your friendship. You come into my home on the bridal day of my daughter and you ask me to do murder and you say”—here the Don’s voice became a scornful mimicry—” ‘I will pay you anything.’ No, no, I am not offended, but what have I ever done to make you treat me so disrespectfully?” Bonasera cried out in his anguish and his fear, “America has been good to me. I wanted to be a good citizen. I wanted my child to be American.” The Don clapped his hands together with decisive approval. “Well spoken. Very fine. Then you have nothing to complain about. The judge has ruled. America has ruled. Bring your daughter flowers and a box of candy when you go visit her in the hospital. That will comfort her. Be content. After all, this is not a serious affair, the boys were young, high-spirited, and one of them is the son of a powerful politician. No, my dear Amerigo, you have always been honest. I must admit, though you spurned my friendship, that I would trust the given word of Amerigo Bonasera more than I would any other man’s. So give me your word that you will put aside this madness. It is not American. Forgive. Forget. Life is full of misfortunes.” The cruel and contemptuous irony with which all this was said, the controlled anger of the Don, reduced the poor undertaker to a quivering jelly but he spoke up bravely again. “I ask you for justice.” Don Corleone said curtly, “The court gave you justice.” Bonasera shook his head stubbornly. “No. They gave the youths justice. They did not give me justice.” The Don acknowledged this fine distinction with an approving nod, then asked, “What is your justice?” “An eye for an eye,” Bonasera said. “You asked for more,” the Don said. “Your daughter is alive.” Bonasera said reluctantly, “Let them suffer as she suffers.” The Don waited for him to speak further. Bonasera screwed up the last of his courage and said, “How much shall I pay you?” It was a despairing wail. Don Corleone turned his back. It was a dismissal. Bonasera did not budge. Finally, sighing, a good-hearted man who cannot remain angry with an erring friend, Don Corleone turned back to the undertaker, who was now as pale as one of his corpses. Don Corleone was gentle, patient. “Why do you fear to give your first allegiance to me?” he said. “You go to the law courts and wait for months. You spend money on lawyers who know full well you are to be made a fool of. You accept judgment from a judge who sells himself like the worst whore in the streets. Years gone by, when you needed money, you went to the banks and paid ruinous interest, waited hat in hand like a beggar while they sniffed around, poked their noses up your very asshole to make sure you could pay them back.” The Don paused, his voice became sterner. “But if you had come to me, my purse would have been yours. If you had come to me for justice those scum who ruined your daughter would be weeping bitter tears this day. If by some misfortune an honest man like yourself made enemies they would become my enemies”– the Don raised his arm, finger pointing at Bonasera– “and then, believe me, they would fear you.” Bonasera bowed his head and murmured in a strangled voice, “Be my friend. I accept.” Don Corleone put his hand on the man’s shoulder. “Good,” he said, “you shall have your justice. Some day, and that day may never come, I will call upon you to do me a service in return. Until that day, consider this justice a gift from my wife, your daughter’s godmother.” When the door closed behind the grateful undertaker, Don Corleone turned to Hagen and said, “Give this affair to Clemenza and tell him to be sure to use reliable people, people who will not be carried away by the smell of blood. After all, we’re not murderers, no matter what that corpse valet dreams up in his foolish head.”

segunda-feira, outubro 29, 2007

O desafio

E pronto.....


Lanço desde já o desafio....

O concurso....

Encontrar o infnito mais infinito que existe no infinito.....

paga-se em imperiais.....

एकम् सत् विप्रा: बहुदा वदन्ति

numa noite branca interminavel, cruzei-me com palavras desconhecidas na mula, e movido pela paciencia dos mortos vivos resolvi pesquisar na wikipédia... fiquei fascinado... descobri a coisa maior coisa infinita que existe.... o Hinduismo....
infinito mais infinito não existe... ou será que existe?

Cópia integral da wikipédia:

"
Contrário a crença popular, o Hinduísmo prático não é politeístico nem estritamente monoteístico. A variedade de deuses e avatares que são adorados pelos Hindus são compreendidos como diferentes formas da Verdade Única, algumas vezes vistos como mais do que um mero Deus e um último terreno Divino (Brahman), relacionado mas não limitado ao monismo, ou um princípio monoteístico como Vishnu ou Shiva.
Acreditando na origem única como sem forma (
nirguna brahman, sem atributos) ou como um Deus pessoal (saguna Brahman, com atributos), os Hindus compreendem que a verdade única pode ser vista de forma variada por pessoas diferentes. O Hinduísmo encoraja seus devotos a descreverem e desenvolverem um relacionamento pessoal com sua deidade pessoal escolhida (ishta devata) na forma de Deus ou Deusa.
Enquanto alguns censos sustentam que os adoradores de uma forma ou outra de Vishnu (conhecido como
Vaishnavs) são 80% dos Hindus e aqueles de Shiva (chamados Shaivaites) e Shakti compõem o restante dos 20%, tais estatísticas provavelmente são enganadoras. A maioria dos Hindus adoram muitos deuses como expressões variadas do mesmo prisma da Verdade. Entre os mais populares estão Vishnu (como Krishna ou Rama), Shiva, Devi (a Mãe de muitas deidades femininas, como Lakshmi, Sarasvati, Kali e Durga), Ganesha, Skanda e Hanuman.
A adoração das deidades é geralmente expressa através de fotografias ou imagens (
murti) que são ditas não serem o próprio Deus mas condutos para a consciência dos devotos, marcas para a alma humana que significam a inefável e ilimitada natureza do amor e grandiosidade de Deus. Eles são símbolos do príncipio maior, representado mas nunca presumido ser o conceito da própria entidade. Conseqüentemente, a maneira Hindu de adoração de imagens as toma apenas como símbolos da divindade, opostos à idolatria, geralmente imposta (erroneamente) aos hindus.

"

lutando pra decifrar o brasileiro intragavel do artigo, e meio zonzo pelo sono, dei comigo a pensar se esta esta definição não acaba por albergar todas as outras no seu seio.... não será uma religião englobante? tipo... cabe tudo lá dentro.... diz tudo e no entanto nada ensina.... é o alfa e o Omega.... Contem o delirio mais metafisico de um musico de jazz a curtir uma trip! de cocaina até ao meu par de meias sujas que calço alegremente, a caminho de mais um dia de sono mal dormido...

acho que foi esta a definição mais vaga e abrangente que já conheci... o universo é infinito... mas esta definição é muito mais infinita que o universo....

A mente Paranóica

Existe uma determinada característica do Homem que me fascina. A paranóia.

O paranóico é aquele que inventa causas ou ligações onde aparentemente não existem, apesar da falta de qualquer sentido ou senso comum, ou provas até. Por muito que se coloquem factos à sua frente, estas mentes não abdicam da sua lógica, criada instantaneamente e logo colocada acima de qualquer dogma. São pessoas que olham para a realidade pelos olhos do seu dogma instantâneo, encontrando sinais em toda a parte da confirmação da sua teoria, ignorando todos os sinais contrários. Quando toda a sua teoria não se encaixa na teoria geral do conhecimento humano, não é o primeiro que está errado, mas o último. Há que reescrever toda a enciclopédia para encaixar o seu regurgitamento mental.

Por exemplo, existe um lunático, "brilhante" e "génio incompreendido" para alguns, que diz que a Terra não possui placas tectónicas nenhumas, e que o que acontece é que a Terra "expandiu" nos últimos milhões de anos.



Mas de onde nasceu toda a massa? Inexplicável? Népias. Se a física actual é incompatível, não se deite a ideia brilhante fora. Deite-se mas é a física, porque nós somos brilhantes e sabemos mais do que várias gerações de milhares de cientistas:

    "I thought, you know, there must be a theory out there that explains that and that's how I'll start my little adventure. I will try to explain how it's possible for earth to grow by taking out books that everybody else has and reading them and trying to find theories that might explain this"

Outra característica presente é a cabala. Imaginem uma sociedade totalitária a lavar constantemente a mente das pessoas, e vejam o mundo em que estas pessoas vivem. Pouco importa se as suas teorias são ridículas ou não se sustêm na comunidade científica. Se as ideias não vingam, nunca é por serem idiotas, mas por causa do "sistema". Existe, por exemplo uma comunidade de pessoas que clamam que o 11 de setembro foi causado pelo próprio governo dos EUA.

Existem já imensos sites sobre a conspiração "do século":

http://www.911truth.org/
http://wearechange.org/
http://www.911research.wtc7.net/
http://www.stj911.org/

... e até um filme sobre o incidente. (Não o vejam, excepto se tiverem uma hora e meia para desperdiçarem na vossa vida, nem eu o fiz):



Pouco importa se todos os argumentos falham no escrutínio rigoroso da ciência, se existe uma explicação muito mais simples (os aviões colidiram, os prédios caem, ponto), o que importa é criar um ambiente de suspeição, introduzir segmentos históricos irrelevantes e fora de contexto, pegar em ideias pré-concebidas. São pessoas para quem a dúvida metódica se aplica à teoria e explicações de todos os outros, excepto da sua. Quando se lhes aponta esta falha, a réplica não se faz esperar, nós é que não estamos a ver, estamos vendidos ao "outro lado", lavados cerebralmente, ou simplesmente, cegos, ingénuos. Estamos a ver, estamos. Simplesmente, é que depois de o vermos, definitivamente, não queremos mais disso.

São pessoas para quem a sua "verdade" é a patriota, a voz da liberdade, e por isso fazem tudo para parecerem os mártires da geração mais aborrecida da história da humanidade, e o resultado é a palhaçada que se vê a seguir (hilariante). Bill Maher (o senhor à direita no vídeo) é um conhecido cómico político dos EUA, esquerdista e anti-Bush, mas que não está para idiotices como esta:



A sua existência deve-se a uma deturpação do espírito crítico e céptico da ciência. Uma paranóia mal amestrada.

Excesso de imaginação.

Ou será que os Fantasmas, Espíritos, OVNIS, as telepatias, as experiências extra-corporais existiram (e existem) mesmo, e o mundo apenas tem seis mil anos e vimos todos do planeta Zork?

sábado, outubro 27, 2007

sexta-feira, outubro 19, 2007

Daniil Harms

Para mim a grande descoberta literária dos últimos tempos (dos meus tempos...que os dele, já lá vão), talvez até dos últimos anos foi Daniil Harms, que conheci através do livro A Velha e Outras Histórias, publicada pela Assírio e Alvim. Em resumo, foi um vanguardista russo, de seu nome Даниил Иванович Ювачёв (Daniil Ivánovitch Iuvatchov) e de pseudónimo Daniil Harms, Daniil Kharms ou ainda Daniil Charms, que nasceu em S. Petersburgo no Inverno de 1905, e morreu à fome na prisão da mesma cidade(rodeada pelos Nazis) no Inverno de 1942. Pelo meio parece que escreveu umas coisas... e que sensação brutal me transmitiram essas "coisas" ao lê-las nos últimos tempos. Basicamente são pequenos contos, cheios de absurdo e humor negro... recomendo mais que vivamente. Recomendo MUITO! :)




Aqui ficam dois pequenos exemplos deste mestre:

"SINFONIA Nº2
Anton Mikhailovich escarrou, fez «ah», voltou a escarrar, fez outra vez «ah» e foi-se embora. Tanto pior para ele! Vou antes falar de Ilia Pavlovich.
Ilia Pavlovich nasceu em 1893, em Constantinopla. Pequeno ainda, levaram-no para S. Petersburgo, onde concluiu estudos na escola alemã da rua Kirochnaia. Depois trabalhou numa loja, depois fez outra coisa qualquer, e quando começou a revolução emigrou para o estrangeiro. Olhem, tanto pior para ele! Vou antes falar de Anna Ignatieva.
Mas falar de Anna Ignatieva não é assim tão simples. Começa por que não sei nada dela, e depois acabo de cair da cadeira e esqueci tudo quanto tinha para contar. Vou antes falar de mim.
Sou alto, não sou nada parvo, visto com elegância e gosto, não bebo, não vou às corridas mas tenho um fraco por mulheres. E as mulheres não fogem de mim. Gostam mesmo que dê passeios com elas. Serafina Izmailovna convidou-me mais do que uma vez para ir a casa dela, e Zinaida Iakolevna também costumava afirmar que tinha muito prazer em ver-me. Com Marina Petrovna é que se passou uma coisa divertida, que desejo contar. Uma coisa banalíssima mas ainda assim divertida. Marina Petrovna ficou completamente careca por minha causa, careca como um ovo. O facto deu-se desta forma: um dia fui a casa de Marina Petrovna, e ela «zás!», completamente careca. Só isto."


"CADERNO AZUL Nº 10
Era uma vez um homem ruivo, sem olhos nem orelhas. Também não tinha cabelos, e só por convenção lhe chamávamos ruivo.
Não podia falar porque não tinha boca. E nariz também não.
Nem sequer tinha braços e pernas. Também não tinha barriga, nem coluna vertebral, nem mesmo entranhas. Não tinha coisa nenhuma! Por isso pergunto de quem estamos nós a falar.
Desta forma é preferível nada acrescentarmos a seu respeito."

segunda-feira, outubro 15, 2007

Parem de pensar! Divirtam-se! (o que ganham em pensar tanto??)

"A rapariga? Uma bomba de explosão retardada. A família tinha-lhe deformado o subconsciente, sem dúvida alguma. Dei por isso ao consultar os seus boletins de escola. Não queria saber o como, mas o porquê das coisas. O que pode ser muito incómodo. A gente interroga-se sobre o porquê das coisas e, se se insiste, podemo-nos tornar muito infelizes. A pobrezinha está morta, e foi o melhor que lhe podia ter acontecido

(...)

É a fonte de todos os tormentos. Todo o homem capaz de desmontar um écran de televisão e de o tornar a montar - e, hoje, quase todos eles são capazes - é bem mais feliz que aquele que tenta medir, experimentar, pôr em equação o Universo, o que não pode ser feito sem que o homem tome consciência da sua inferioridade e da sua solidão. Eu sei-o. Experimentei. Tretas! Conclusão: agarremo-nos aos clubes, às reuniões. aos acrobatas, aos prestidgitadores, quebra-cabeças, carros a reacção, motogiro-planos, ao sexo e à heroína, tudo o que não obrigue senão a reflexos automáticos. Se a peça é má, se o filme não tem sentido, tomemos uma dose maciça de teremina, Considero-me sensível ao espectáculo desde que se trate apenas de uma reacção táctil às vibrações. Mas estou-me nas tintas e tudo o que desejo é um sólido passatempo.

(...)

O importante para ti, Montag, é lembrares-te que somos alegres foliões, tu, eu e os outros. Fazemos frente à maré daqueles que querem mergulhar o mundo na desolação, suscitando o conflito entre a teoria e o pensamento. Aguentemos. Não deixemos a torrente de melancolia e da triste filosofia afogar o nosso mundo. Contamos contigo. Não creio que dês conta da tua importância, da nossa importância para proteger o optimismo do nosso mundo actual"

in Fahrenheit 451; BRADBURY, Ray

sexta-feira, outubro 12, 2007

Joy of Tech

A gargalhada do ornitorrinco, ou como um bando de putos mimados tão bem amuam

Para quem não está ao corrente da novela política portuguesa, o Ornitorrinco é uma ofensa da mais última moda. Originalmente, trata-se de um animal que foi uma dor de cabeça para os biólogos classificarem, já que tinha mamas, bico de pato, e punha ovos. Hoje, é a metáfora chic do Pacheco Pereira para classificar o seu próprio partido.

Houve aí uma sexta-feira na qual o Luís errado ganhou as eleições da direcção do tal partido, e desde então que uma fornada de homenzecos, adjectivados de "barões" por um bando de jornalistas obcecados em categorizações, têm exprimido a sua desilusão e desgraça aos sete ventos do mundo: o que será agora do PSD?

Pior, esta gentinha nem sequer vai aparecer no congresso geral. Ineditamente, o próprio Marques Mendes vai faltar à passagem do testemunho. Mas onde estava esta gentinha que por tudo não desejava este Luís à frente do partido na campanha? Onde estava a sua escolha? A sua solução? Não. Silenciaram-se. Não se quiseram queimar, talvez. Preferem a metáfora da moeda e do ornitorrinco. E publicar livros à conta. Não me surpreende pois o resultado. Pior é o que acontece depois.

A democracia segundo esta elite só é válida e inteligente enquanto lhes beijar o cú. Caso contrário, pobre país. Burra população. Ovelha militância (olá Vasco Pulido, podemos bater à tua porta?!). Que queria esta gente? Acreditavam mesmo que as ovelhinhas iriam pastar os vários Me me me Mendes até um dos denominados como "Barões" se resolvesse sacrificar (enfim!) pelo povo e pela "democracia" em lutar pelo partido e ser aclamado como um D. Sebastião?

Pensam que de algum modo a sua inteligência consiste nalgum "Perfume"?

AZAR.

Para mim, se há algum derrotado nesta anedota do ano, é a arrogância.

quinta-feira, outubro 11, 2007

Por vezes é impossível resistir aos génios!

Vão até à Fnac e agarrem no livro Banksy! Folheiem-no...

Se são demasiado preguiçosos para tal, vão até www.banksy.co.uk e passem as páginas e páginas virtuais...

Se preferem uma visão mais global vão simplesmente ao Google e procurem Banksy...



Para mim, génio é aquilo.

quarta-feira, outubro 10, 2007

terça-feira, outubro 09, 2007

3 fragmentos do Mestre...

" Não é necessário saíres da tua casa. Continua sentado à mesa, ouve. Não ouças sequer, espera simplesmente. Não esperes, sequer, sê absolutamente solitário, absolutamente silencioso. Então o mundo irá oferecer-se a ti para se fazer desmascarar, não pode agir de outro modo; sob o teu encanto, desenrolará os seus anéis a teus pés."

" O que é que te perturba? O que é que te abala o coração? Quem é que tacteia no puxador da tua porta? Quem é que te chama da estrada sem contudo entrar pela porta aberta? Ah! É precisamente aquele que perturbas, aquele a quem abalas o coração, aquele à porta de quem tacteias, aquele que chamas da estrada e pela porta do qual não queres entrar."

" A partir de um certo ponto deixa de haver regresso. É esse ponto que é necessário atingir."

Franz Kafka

segunda-feira, outubro 08, 2007

a pedra....

"Marco Polo descreve uma ponte, pedra por pedra.
– Mas qual é a pedra que sustenta a ponte? —pergunta Kublai Khan.
– A ponte não é sustentada por esta ou aquela pedra —responde Marco—, mas pela curva do arco que estas formam.
Kublai Khan permanece em silêncio, refletindo. Depois acrescenta:
– Por que falar em pedras? Só o arco me interessa.
Polo responde:
– Sem pedras, o arco não existe."


Italo Calvino - Cidades Invisíveis

Efemeridades

Existem 10 tipos de pessoas neste mundo.

Aquelas que entendem o código binário e aquelas que não o entendem.

Leaked


Odeio não ser o mestre das minhas invenções.

Ossos do ofício de todo o colaborador.

E, infelizmente, nem é preciso procurar muito, onde o intrometedor interveio.

Por mim, aquela pala já era.

domingo, outubro 07, 2007

Quiz

Pergunta: Como é que prolongas o teu poder num país se já estás no teu último mandato de presidente e não queres nem alterar a constituição nem fazer um golpe de estado?

Resposta: Fácil. Dás poder ilimitado ao primeiro-ministro, acabas o mandato de presidente e deixas que o próximo presidente te nomeie como tal.

Básico.

sábado, outubro 06, 2007

I told you so.

O problema já está a entrar no "mainstream", aqui.

quinta-feira, outubro 04, 2007

O estrelato...

10 penetras/dia ? existe gente com muito tempo livre…..

qualquer dia somos mais famosos que as tardes da Julia....

Out of time, but

...não quero deixar os nossos 10 visitantes por dia sem mais uma posta. Não se preocupem, não tenho apenas explosm na manga, mas para já fica esta.
Cyanide and Happiness, a daily webcomic
Cyanide & Happiness @ Explosm.net

Edit: peço imensa desculpa pelo sucedido erro técnico, indesculpável da minha parte.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Busy

Semana difícil. Entrega dia 8. E o pior é que nem acredito muito no que estou a fazer.

Ok. De volta ao buraco.

segunda-feira, outubro 01, 2007

It's up to you. Really it's up to you.


O novo álbum dos Radiohead, In Rainbows já está em pré-venda. O site www.radiohead.com explica os detalhes. Basicamente, podemos fazer o download do álbum dia 10 de Outubro. O grupo já terminou o contrato com a EMI e deu-lhes um pontapé no rabo ao decidir fazer as coisas por eles próprios.

Ah, e quanto ao preço, bem, vejam o título.

Releiam-no.

Yep. That's it.

Nota: existe uma versão física do álbum em CD e em duplo vinil (!!!) com cover art, e mais sete músicas (onde se inclui a
Down is the new Up), que custará £40 libras.

domingo, setembro 30, 2007

Da cave (Down is the new up)

Cheirinho do que nos espera em 2008.

Sim, eu sei, já é um pouco antigo (so last week), mas para mim é fresh new.

Enjoy

Father & Son - efemeridades musicais contextualizadas

(Father)
Its not time to make a change,
Just relax, take it easy.
You're still young, that's your fault,
Theres so much you have to know.
Find a girl, settle down,
If you want you can marry.
Look at me, I am old, but I'm happy.

I was once like you are now, and I know that it's not easy,
To be calm when you've found something going on.
But take your time, think a lot,
Why, think of everything you've got.
For you will still be here tomorrow, but your dreams may not.

(Son)
How can I try to explain, when I do he turns away again.
It's always been the same, same old story.
From the moment I could talk I was ordered to listen.
Now theres a way and I know that I have to go away.
I know I have to go.

(Father)
It's not time to make a change,
Just sit down, take it slowly.
You're still young, that's your fault,
There's so much you have to go through.
Find a girl, settle down,
If you want you can marry.
Look at me, I am old, but I'm happy.

((Son)-- away away away, I know I have to
Make this decision alone - no)

(Son)
All the times that I cried, keeping all the things I knew inside,
It's hard, but it's harder to ignore it.
If they were right, I'd agree, but it's them you know not me.
Now theres a way and I know that I have to go away.
I know I have to go.

((Father)-- stay stay stay, why must you go and
Make this decision alone? )

Novo Campeão


Vishy Anand é o novo campeão mundial de xadrez, batendo os seus sete adversários numa dulpa ronda (14 jogos), e com 9 pontos no México. Finalmente, desde a divisão forçada por Kasparov, a reunificação do título mundial com um digno vencedor, que é, após a saída do mestre, definitivamente o melhor.

O mundial ficou marcado pela presença do campeão mundial clássico (Kramnik) e a ausência (assim ficou acordado) do anterior campeão mundial FIDE (Topalov), derrotado o ano passado pelo primeiro. À excepção da ausência do búlgaro, o torneio foi fortíssimo, com os maiores jogadores mundiais presentes após uma fase de eliminatórias.

Para o ano há uma desforra entre Anand e Kramnik, na qual Anand vai defender o título perante o anterior campeão mundial.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Como destruir sonhos

Cyanide and Happiness, a daily webcomic
Cyanide & Happiness @ Explosm.net
e com esta me fico...

agora reparo, ultimamente todas as minhas postas são citações, breves alusões as palavras de outrem q melhor relatam o dia a dia quotidiano de uma vida fugaz e com pouco interesse alheio.... é tão mais facil não ter q sofrer as dores do parto das frases, refugiarmo-nos em pedaços de historia alheia e apropriarmo-nos da sua sinceridade, roubando-as para as nossas proprias vivencias mesquinhas, mas tão cheias de sentido... gostava de poder exprimir por palavras aquilo q me atravessa a rotina, e me faz avançar... mas certas imagens não têm descrição, e certas decisões também não, tudo isto é um emaranhado de definições e teias que se enrrolam umas nas outras... em busca da suprema inspiração prossigo... plagiando um pouco de tudo aquilo que me apraz como belo e sublime...
"Me consideram um idiota? Entro em algum lugar e penso: "Pois bem, me consideram um idiota, mas apesar de tudo eu sou inteligente e eles nem adivinham." "

O Idiota - Fiódor Dostoiévski
"Chigalióv é um homem genial! Sabe, é um gênio como Fourier; Porém mais ousado que Fourier, mais forte que Fourier; vou cuidar dele. Ele inventou a "igualdade"! No esquema dele cada membro da sociedade vigia o outro e é obrigado a delatar. Cada um pertence a todos, e todos a cada um. Todos são escravos e iguais na escravidão. Nos casos extremos recorre-se a calúnia e ao assassinato, mas o principal é a igualdade. A primeira coisa que fazem é rebaixar o nível da educação, das ciências e dos talentos. O nível elevado das ciências e aptidões só é acessível aos talentos superiores, e os talentos superiores são dispensáveis! Os talentos superiores sempre tomaram o poder e foram déspotas, sempre trouxeram mais depravação do que utilidade; eles serão expulsos ou executados. A um Cícero corta-se a língua, a um Copérnico furam-se os olhos, um Shakespeare mata-se a pedradas - eis o chagaliovismo. Ah, ah, ah, está achando estranho? Sou a favor do chigaliovismo!"



Os Possessos - Fiódor Dostoiévski

Proverbio Arabe

اتق الأحمق أن تصحبه إنما الأحمق كالثوب الخلق كلما رقعت منه جانبا صفقته الريح وهنا فانخرق

"Esteja atento ao idiota, pois ele é como um velho vestido. Sempre que remendares, o vento voltará a rasgar."

quinta-feira, setembro 27, 2007

Chavez vs RCTV: sinais de totalitarismo ou de independência?

"However, let me say that I agree with the western criticism in one crucial respect. When they say nothing like that could ever happen here, that's correct. But the reason, which is not stated, is that if there had been anything like RCTV in the United States or England or Western Europe the owners and the managers would have been brought to trial and executed – In the United States executed, in Europe sent to prison permanently, right away, in 2002. You can't imagine the New York Times or CBS News supporting a military coup that overthrew the government even for a day. The reaction would be "send them to a firing squad" . So yeah, it wouldn't have happened in the west because it would never have gotten this far. It seems to me that there should be more focus on that."
CHOMSKY, Noam; in venezuelan analysis

quarta-feira, setembro 26, 2007

What can possibly go wrong?


When you add it all up, according to Das' research, a single dollar of "real" capital supports $20 to $30 of loans. This spiral of borrowing on an increasingly thin base of real assets, writ large and in nearly infinite variety, ultimately created a world in which derivatives outstanding earlier this year stood at $485 trillion -- or eight times total global gross domestic product of $60 trillion.
in MSN Money Central, negrito meu.

Efemeridades inesquecíveis

Há um ano atrás, uma pequena conversa.

Correu assim:

    - Leste o Código da Vince, não leste?
    - Sim...
    - Então sabes que o Natal, antes de ser Natal era um ritual pagão do solstício de inverno?

Não consegui conter a gargalhada. É que a pessoa que me disse isto não era um vendedor de jornais do quiosque. Não. Esta era uma pessoa que teve uma excelente nota no trabalho final de um curso difícil, Arquitectura.

Nunca me esqueci.

terça-feira, setembro 25, 2007

Just leaked


Trabalho ultra-secreto e tal.

Concursos, sabem como é?

(não... sobre o que é?)

Não posso dizer.

Nem posso mostrar.

Por isso, pequeno filtro aplicado.

Mas, àparte disso, tá fixe, n tá?

Q acham?

segunda-feira, setembro 24, 2007

One of those days...

Cyanide and Happiness, a daily webcomic
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Concurso

O tempo é pouco. O paisagista só faz merda porcaria. Os gémeos do patrão decidiram romper as águas às 24 semanas, o avô de um colaborador está doente e só o tem a ele para recorrer, dois outros colaboradores pifaram-se, os engenheiros estão-se a cagar.

À parte de tudo isto, não poderia estar tudo a correr melhor!!

quinta-feira, setembro 20, 2007

Neo-Colonialismo

Aludi num pequeno texto em baixo como o ártico poderia ser o futuro mediterrâneo, o centro económico do século XXI e diante. Não tenhamos dúvidas, isto está a acontecer. O último reduto de campos petrolíferos e de gás natural encontra-se nos pólos. A antárctida ainda é demasiado gelada, mas graças ao aquecimento global, encontramos no ártico um território crescentemente apetecível pela indústria energética. A Rússia já deu o toque de partida, ao colocar simbolicamente uma bandeira no fundo do pólo norte, autêntica proeza da engenharia, com a crítica óbvia de todas as nações concorrentes.


O porto na imagem encontra-se no mar de Barents, e é uma ilha norueguesa e é a primeira indústria de gás no ártico fora do Alaska. Esteticamente, fascinante. E pensar nas condições extremas em que o homem já se encontra a extrair energia, incrível. Inaugurou-se neste Agosto.

Meus senhores, é apenas a primeira de muitas.

efemeridades

O preço do petróleo chega aos 82 $ (dólares), mas ao mesmo tempo o dólar chega a mínimos recordes: cada euro compra 1,40 $. Por isto, vou passar a acompanhar o preço do crude em euros. Neste momento, vai em 58.6 .

Aposto que ainda chega aos 60 / 65 este mês. Se o inverno for quente, como no ano passado, veremos uma nova diminuição do preço. O que quer dizer que, se não houver guerras (Irão), novos aumentos agora só para o ano.

Nano step for mankind, huge gigantic leap for cookies' monster

Decisão difícil. Resisti até hoje à tentação de colocar ao lado uma barrinha com os links dos blogs que aconselhamos, não sei se por teimosia se por genuina resistência estilística. Vou preferir pensar a primeira, e estampar aqui então a barrinha de links.

Bem, tomada esta decisão, segue-se outra. Quais e quantos links? Aviso desde já um minimalismo a conter. Não quero listas telefónicas. Quero uma lista ultra-intimista onde só entram as páginas que realmente navegamos (logo o Abrupto fica de fora, aviso já). Por outro lado, alguma liberdade experimentalista é permitida. Uma regra ocorre-me, a divisão entre nacionais e internacionais. Segue-se a lista dos primeiros priviligeados de figurarem na melhor lista do mundo.

Ligações Externas:
  • The Best Page In The Universe - o título diz tudo. As opiniões (maradas) de um pirata. Não é (bem) um blog, mas quase. Leitura prolongada aconselha-se.
  • The Oil Drum - já vos disse que sou um obcecado pela crise energética? Hei de desenvolver mais o assunto. Este é o melhor blog sobre o tema, com centenas de comentários por cada post, sempre muito bem desenvolvidos.
Ligações Internas:
  • Curva Descendente - O Tolstoi Trotsky ressuscitado é mais directo, sucinto e egnimático. E mais dado à iustitiæ.
  • Escrever é Rasgar(mo-nos) - a melancolia tornada escrita de um recém-médico e portista ferrenho. Não é bom, não é excelente. Não tenho adjectivos.
Por agora não me ocorrem mais. Até o título das listas é idiota. Sugestões aceitam-se.

Vendedor de telemóveis canta ópera

Fraquinho....

quarta-feira, setembro 19, 2007

Arrivederci, amore mio!


Rui Costa não é um jogador de futebol. Ele é uma novela inteira. Pouco importa se, com ilustres excepções, o homem anda quase sempre lesionado, cansado, ou mesmo relegado para o banco. Essas são coisas secundárias. Porque não é por acaso que o futebol é a contraparte masculina da telenovela. As emoções são, sempre, parte fundamental de qualquer narrativa pelada. E este homem é exemplo apolíneo. Quem, pergunto, consegue resistir ao turbilhão de emoções que este personagem difunde pelo campo e fora dele, como que envolto num campo de forças comparável ao Axe effect, quem realmente acredita que consegue sofrer ou alegrar-se mais com o futebol do que este homem, que vive o futebol como se vivesse num livro de Dostoievsky? Quem não consegue realmente acreditar que o dia em que marcou contra o Benfica foi o pior dia da sua vida? Quem não consegue ver a aura insurdecedora de romantismo pedante e platónico estampado nos seus olhos lacrimosos, na sua despedida perante milhares de adeptos milaneses?

E dizem-me que o futebol não é uma novela?

É óbvio que, ao pé disto, a história de duas equipas que se digladiam até ao resultado tão previsível não interessa para nada.

terça-feira, setembro 18, 2007

Como fazer pouco do Archie Bunker

2006. Jantar de jornalistas na Casa Branca. Stephen Colbert, do Colbert Report - programa que segue de perto o brilhante Daily Show - faz um discurso cómico sobre Bush. O resultado é já tido como clássico. Reparem na multidão, nas caras espantadas, ele disse mesmo aquilo? Reparem também na escassez de risadas. E reparem como ela contrasta com a qualidade do stand up. Jon Stewart classifica o acontecimento como "balliscious!" e não é para menos.

O texto é hilariante:

    We're not so different, he and I. We get it. We're not brainiacs on the nerd patrol. We're not members of the factinista. We go straight from the gut, right sir? That's where the truth lies, right down here in the gut. Do you know you have more nerve endings in your gut than you have in your head? You can look it up. I know some of you are going to say "I did look it up, and that's not true." That's 'cause you looked it up in a book.

    Next time, look it up in your gut. I did. My gut tells me that's how our nervous system works. Every night on my show, the Colbert Report, I speak straight from the gut, OK? I give people the truth, unfiltered by rational argument. I call it the "No Fact Zone." Fox News, I hold a copyright on that term.



Ou nesta parte, admoestando os jornalistas:

    But, listen, let's review the rules. Here's how it works: the president makes decisions. He's the Decider. The press secretary announces those decisions, and you people of the press type those decisions down. Make, announce, type. Just put 'em through a spell check and go home. Get to know your family again. Make love to your wife. Write that novel you got kicking around in your head. You know, the one about the intrepid Washington reporter with the courage to stand up to the administration. You know - fiction!



E continua, sempre neste tom. É oficial: ainda há homens com corajem.

Procurem a continuação (p2 e p3) no "menu" do vídeo. Estão lá.
Neste link também podem ver no Google Video.
Neste link podem ver a transcrição do monólogo.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Grey Storm

Espaço cinza de vários tons. Preto, mate, meio verde, áqua, azulado, brilhante, opaco. A minha mesa, o keyboard, carteira, telemóvel, pen, papéis, canetas. O meu carro é cinza lightning. Sinto-me dentro de um filme de ficção científica distópica. Este foi o futuro que nós imaginámos no passado. A cor, textura e variação cromática de uma nuvem generalista. Silenciosa. Distante.

Faz todo o sentido.

Não há, nunca houve tempestade que se anunciasse às cores, aos gritos e aos abraços.

domingo, setembro 16, 2007

Uma verdade inconveniente

"I am saddened that it is politically inconvenient to acknowledge what everyone knows: the Iraq war is largely about oil."

in "The Age of Turbulence"; GREENSPAN, Alan; 17 Semptember 2007

sexta-feira, setembro 14, 2007

Vintage Pollack


Sempre fui um fã de Star Trek. William Shatner (capitão kirk) foi um actor genial na série, sempre a exagerar a actuação sem razão aparente. Foi por isso, alvo de algumas impressions. Esta já tem vinte anos, altura em que a tripulação da nave espacial embarcava num novo filme (ST 5), e uma nova série com novos actores entrava na televisão (TNG - The Next Generation). Pollack pega em Kirk e em vários actores famosos da época e coloca-os como fazendo parte da sua tripulação. Hilariante!!

Quem me consegue dizer o nome de todos os actores representados?

Déja Vu

Engraçado.

Sempre que vejo o senhor Bush na televisão tenho uma sensação que já vi aquele personagem algures.

Até que me veio à mente.

Bush é Archie Bunker reincarnado.

quinta-feira, setembro 13, 2007

A gota d'água


Um treinador não é só um professor e estratega, mas sobretudo um líder, sempre pronto a dar o exemplo. Contrariando mal-dizeres de que o sr. Scolari já não deverá ter mão na equipa, rumor de mau gosto que não tenho prazer algum em divulgar, nada melhor do que o episódio decorrido para o desmentir. Em verdade, a sintonia entre o seleccionador e a selecção foi notória, simbiose perfeita, desde a elevada agressividade com que Scolari enfrenta o adversário, energia e vigor, até que num autêntico "toca-e-foge" ao sérvio, consegue o golo e imediatamente se refugia na defesa, simulando a cobardia, ignorando assobios e reacções alheias. Mais uma vez, a Sérvia marca através da sua estratégia: esperar pelo erro do adversário. O golo já se pressente: uma suspensão alongada ou mesmo a demissão podem eliminar de vez Scolari.

No entanto, o mais provável é uma lavagem cerebral e ficar tudo bem. Assim o espero. Afinal, quem ainda se lembra de Zidane?

quarta-feira, setembro 12, 2007

Verdade ou areia para os olhos?


Bomba Ecológica!

Depois de a America ter anunciado "a mãe de todas as bombas" a russia decide contra atacar e criar o "pai de todas as bombas", 20 vezes mais destrutiva... curioso.. não vi o destaque devido nas noticias... Guerra Fria 2.0 (?)

Sci-Fi Quickies VI

Dear Emma.

How are you my love? And how has Stuart faced his first day of school?

Well, for me it's been five days now and I'm very excited. The people around trust me, and I've been assigned to this enormous task: I'm with this team which is mapping the uncharted waters and recifes, to draw the coastline of the entire inner sea! Yes, it's that good. Imagine now, I'll be granted the pleasure to study all the riches of this environment, so wealthy of different cultures, so full of commerce and resources. I couldn't ask for more, this is what every geographer dreams to do. I'll travel by boat and record every mountain, island, river, city, town, village, forest, desert, every landscape.

So many myths envolve this sea, dear, so many legendary heroes, semi-gods and even gods themselves. And it feels that way too. Here the weather is calm, the climate perfect for agriculture. The temperature right for human settlement. No wonder all the great cities of this world evolve around this sea. No wonder they call it the core of civilization. No wonder our great Empire is trying to encircle all the coastline of this sea, for it surely is the key to this world.

The only concern I have is this eternal daylight, which is already derailing my methabolyc system. Well, I'l have to do with it. I'm going to start in the Barents, where many changes are still uncharted, tomorrow. I'll update you about my adventures and discoveries, for I know you are full of curiosity as well. I promise to be your eyes and senses in my next letter.

Give a big big hug to Stuart.
With love,
Lewis.

in letter 4335, found in the shipwreck of GSS Beavis Hunter, Arctic Sea, 2244 A.D.

terça-feira, setembro 11, 2007

Dois minutos de ódio



Mais um instante, e um guincho horrendo, áspero, como de uma máquina monstruosa funcionando sem óleo, saiu do grande televisor. Era um barulho de ranger os dentes e arrepiar os cabelos da nuca. O ódio começara.


Como de hábito, a face de Emmanuel Goldstein, o Inimigo do Povo, surgira na tela. Aqui e ali houve assobios entre o público. A rapariga loira emitiu um uivo misto de medo e repugnância. Goldstein era o renegado e traidor que um dia, muitos anos atrás (exatamente quantos ninguém se lembrava) fora uma das figuras de proa do Partido, quase no mesmo plano que o próprio Grande Irmão, tendo depois se dedicado a actividades contrarrevolucionárias, sendo por isso condenado à morte, da qual escapara, desaparecendo misteriosamente. O programa dos Dois Minutos de ódio variava de dia a dia, sem que porém Goldstein deixasse de ser o personagem central quotidiano. Era o traidor original, o primeiro a conspurcar a pureza do Partido. Todos os subsequentes crimes contra o Partido, todas as traições, actos de sabotagem, heresias, desvios, provinham directamente dos seus ensinamentos. Nalguma parte do mundo ele continuava vivo e planeando as suas conspirações: talvez no além-mar, sob proteção dos seus patrões estrangeiros; talvez até mesmo - de vez em quando corria o boato - nalgum esconderijo na própria Oceania.

(...)


No mesmo momento, porém, arrancando um fundo suspiro de alívio de todos, a figura hostil fundiu-se na fisionomia do Grande Irmão, de cabelos e bigodes negros, cheio de força e de misteriosa calma, e tão vasta que tomava quase toda a tela. Ninguém ouviu o que o Grande Irmão disse. Eram apenas palavras de incitamento, o tipo de palavras que se pronunciam no calor do combate, palavras que não se distinguem individualmente mas que restauram a confiança pelo facto de serem ditas. Então o rosto do Grande Irmão desapareceu de novo e no seu lugar apareceram as três divisas do Partido, em maiúsculas, em negrito: GUERRA É PAZ; LIBERDADE É ESCRAVIDÃO; IGNORÂNCIA É FORÇA


in 1984, George Orwell

segunda-feira, setembro 10, 2007

Game. Set.


Para mim o personagem da década. Imagino o vosso pensamento algo curioso e jucoso perante tal afirmação, pelo que passo a explicar-me. Não vejo, nesta década, outro personagem global tão misterioso, tão poderoso, tão temido, pois desconhecido, tão desrespeitado, incompreendido, tão alvo de crítica e definições pouco generosas, porém tão pouco ouvido de facto, tão invisível por detrás da retórica ocidental, tão pouco debatido, tão tido como facto perene, do tipo lá está outro Czar. Qualquer discussão sobre o homem não se baseia nos critérios aos quais subjugamos todos os outros, colocamos sempre um filtro místico de desumanidade sobre a sua face, proporcional à frieza aparente da sua personalidade.

E no entanto, a leste de todos estas indiferenças e ignorâncias, é o personagem mais interessante de toda esta geração de políticos.

É um líder de derrotados. Não nos podemos esquecer disto. Putin pega num país agastado, humilhado, roubado, violado, estripado e sem esperança, onde o consumo de vodka era superior ao da gasolina. Putin pega num país tresmalhado pela máfia, controladora dos recursos energéticos e de toda a economia de mais valor russa. Putin pega num país com um exército pobre e um arsenal imenso. Putin encabeça um país que acaba de ir ao chão. Porém estamos a falar de um cinturão negro de judo treinado no KGB. Autêntico desporto de quedas, aprende-se sobretudo a ignorar as lesões. A reerguer-se. A reconfrontar. A ganhar.
A desinformação é, no entanto, fulgurante.

Em oito anos, levanta um país. Olham-no de soslaio;


Estripa-o da máfia. Chamam-no de déspota e desumano;

Força a compra dos recursos energéticos pelo seu preço justo, mais de dez vezes aquilo que os abutres tinham pago à mãe rússia. Chamam-no de comunista;

Faz um teste com um submarino que é (acidentalmente) afundado por americanos, abafa o assunto, dá a cara, responsabiliza-se e em troca consegue o perdão da dívida americana. Chamam-no de incompetente;

Copia a Inglaterra e a Espanha e estabiliza o estado com a supressão da rebeldia tchetchénia, e chamam-no de tirano;

Exige de países contíguos que paguem o devido valor pela energia que todos os restantes pagam, e acusam-no de imperialista;

Critica a invasão ao Iraque e apelidam-no de anti-americano, arrogante;

Colocam-lhe mísseis à porta, reconstitui os voos estratégicos que os americanos e ingleses nunca abandonaram. Chamam-lhe agressivo;

Criticam a sua democracia, e por ironia é nos encontros G8 no meio da "civilização democrática" que a polícia se revela mais brutal que em qualquer outro ponto.

Entretanto, a sua dignidade é inabalável a todos os "escândalos". A sua certeza é a de alguém que já viu o futuro. A de alguém que já viu o desenrolar das peças no xadrez mundial. O seu olhar o de alguém que vê a rede a apertar-se cada vez mais à sua volta, o de um lutador que observa os rivais a aproximarem-se. O de um Rei que vê várias raínhas a ameaçarem mate, e ao invés de temer por si, teme por quem com tanta confiança a si avança. Um olhar de quem já quase perdeu o gosto pelo jogo, e no entanto, mais concentrado que nunca. A sua postura, no fundo, a de quem apenas teme a loucura dos outros. Aquele que apenas teme que esses se apercebam do óbvio e enlouqueçam, pressem demasiados gatilhos no desespero e partam o tabuleiro antes do fim do jogo.

Medo dos que não aceitem que o jogo já acabou e que a Rússia já o ganhou.

Game. Set. Match.

sábado, setembro 08, 2007

Tão concreta e definida

Acordamos com esta música na cabeça, cantamo-la pelo dia inteiro.


A nossa banda sonora do dia 8 de setembro.

terça-feira, setembro 04, 2007

O demónio de Morton

Começam por ser educados.
Chamam-te à terra.
Anunciam a subjetividade da filosofia.
Desdenham os teus dados.
Pervertem os teus argumentos.
Chamam-te radical.
Dizem que é tudo demasiado difícil de compreender, quanto mais.
Chamam-te de pessimista.
Oferecem o santo graal.
Nada de factos, imensas promessas.
O futuro é brilhante,
o céu nos espera.
Finalmente, elogiam o quão interessante e inteligente foi a discussão.
O quanto teremos de repeti-la.
Estão a chamar-te de burro.
Acabam educados.
Dão as boas tardes.
Piram-se.

Lasciate ogni speranza, voi ch'intrate.

"Por mim se vai à cidade dolorosa; por mim se vai às penas eternas; por mim se vai junto da gente perdida. A justiça moveu o meu supremo autor fizeram-me a divina potestade, a suma sapiência e o amor primeiro (o pai, o filho e o espirito santo). Antes de mim coisa nenhuma foi criada. A não ser o eterno, e eternamente existirei: vós que entrais, abandonai toda a esperança."

Estas palavras sombrias vi escritas sobre uma porta e disse "meu mestre, não apreendo o seu significado" E ele, como homem clarividente, assim me respondeu "deve aqui deixar-se todo o receio; aqui deve morrer toda a baixeza. Chegámos ao lugar onde te disse q verias a gente condenada que o bem do espírito perdeu." E depois de sobre a minha pôr a sua mão, com o rosto alegre, que me reconfortou, introduziu-me nas coisas secretas."

In :
A divina comédia, O inferno, inicio do canto III, Dante Alighieri

A Obsessão

estava para aqui a pensar com os meus piolhos... nunca postamos nada do Grande livro...


"E quando chegaram para junto da multidão, aproximou-se dele um homem, que se ajoelhou e disse: Senhor, compadece-te de meu filho, porque é lunático e sofre muito; pois muitas vezes cai no fogo e outras muitas na água. Apresentei-o a teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo. Jesus exclamou: Ó geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei? Trazei-me aqui o menino. E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e desde aquela hora, ficou o menino curado" - (Mateus, cap. 17 - 14 a 18).