Rui Costa não é um jogador de futebol. Ele é uma novela inteira. Pouco importa se, com ilustres excepções, o homem anda quase sempre lesionado, cansado, ou mesmo relegado para o banco. Essas são coisas secundárias. Porque não é por acaso que o futebol é a contraparte masculina da telenovela. As emoções são, sempre, parte fundamental de qualquer narrativa pelada. E este homem é exemplo apolíneo. Quem, pergunto, consegue resistir ao turbilhão de emoções que este personagem difunde pelo campo e fora dele, como que envolto num campo de forças comparável ao Axe effect, quem realmente acredita que consegue sofrer ou alegrar-se mais com o futebol do que este homem, que vive o futebol como se vivesse num livro de Dostoievsky? Quem não consegue realmente acreditar que o dia em que marcou contra o Benfica foi o pior dia da sua vida? Quem não consegue ver a aura insurdecedora de romantismo pedante e platónico estampado nos seus olhos lacrimosos, na sua despedida perante milhares de adeptos milaneses?
E dizem-me que o futebol não é uma novela?
É óbvio que, ao pé disto, a história de duas equipas que se digladiam até ao resultado tão previsível não interessa para nada.
E dizem-me que o futebol não é uma novela?
É óbvio que, ao pé disto, a história de duas equipas que se digladiam até ao resultado tão previsível não interessa para nada.
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