Evitando uma boa gargalhada
Nem consigo uma rima desemparelhada
não sei rimar
para quê continuar.
gostaria tanto
de o vocabulário saber
para sem o maior espanto
dizer o que me apetecer
dos meus pares aprecio imenso
o seu tão eloquente discurso
mas quando por aí incurso
tudo me sai demasiado tenso
sente-se na escrita
sente-se na oralidade
na falta de ingenuidade
sobra-me a mentira proscrita
porquê a falta de talento?
porquê o nítido tormento?
para apenas umas linhas pintar
e assim a minha memória gravar
para num pedaço branco
tornar o meu coração franco
e, suspeito, declarar
o meu pecado de amar
(ai que nojento
este gosto pela pieguice
confesso-me desse mal isento
é pura patetice)
Nada de novo no céu, azul
ponto cardeal, sul
norte este oeste
excepto, imagine-se! que a nordeste
desbota uma musa, onde
da ciência da palavra disponde
e até ensina a escrever poemas
a quem só sabe resolver problemas
assim, um analfabeto sem gosto
uma rima escreveu
mas apesar de transposto
ele nada enterneceu.
resta-me a lágrima
por ainda não estar pronto
para chegar a uma obra-prima
espera-me um confronto
com ambiguidade e infortúnio
desbotando interpretações erradas
espero até ao plenilúnio
para redigir palavras amadas
oh sim oh mais,
que tudo é demais
o infindável cansaço aos dois chegamos
chega-te a mim, que nos aconchegamos
um longo porvir nos espera
uma longa caminhada nos tempera
o juízo, que sempre na bamba
corre perigo da descamba
para onde vamos?
por onde iremos?
o que aprenderemos?
que nos amamos?
continua...
2 comentários:
Este teu poema qual Camões, qual flor bela, ou antero ou outro mais digno tu, só tu te comaparas aqueles que nao deixaram de pó sua memória porque esses são deuses e esses não são piegas nem tao pouco sabem amar.
Estás desnorteado quer isto dizer que bussola na é coisa que te faça companhia,
mas enfim la se leva a vida.
e Trambolho vai chamar à tua tia!
se lágrimas não tens copia-as!
lol
e se não fosses tu morria.
lol
obrigado pelo elogio, mas era desnecessário. De facto, tenho bem presente a genialidade inerente ao poema e de como irá alterar para sempre a literatura portuguesa. Resta-me apenas encaminhar o trambolho, perdão, obra-prima, para os media mais tradicionais que o sucesso estará garantido.
Perdoe-me igualmente a arrogância de me atrever no meu próprio blog arreigar-me da liberdade de chamar trambolho às minhas próprias obras literárias. É um direito do qual não estou pronto a abdicar. Mas com o qual e com todo o gosto poderei discutir.
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