segunda-feira, dezembro 27, 2004

a digestão

pois é, a altura do natal já passou, assim como o genocidio das minhas primas rabanadas, e fatias douradas, todos os anos é assim, uma fartura cria sonhos, alimenta-os e depois nada acontece! todos os anos é sempre a mesma indegestão com a minha familia e ninguem faz nada...


rezo por uma intervenção da fada dos doçes, a conhecida defensora dos salgados oprimidos e dos doçes com açucar! isto tem que acabar!!

(ainda estou a tentar perceber o q realmente todos estes post significam para ti e para a tua forma "by the book "de pensar )

quarta-feira, dezembro 22, 2004

1984

... e as arrumações continuam LOL

Agora um excerto que eu cuidadosamente guardei de um livro terrífico, da autoria de George Orwell. É o clímax do livro. Winston está a ser interrogado pelo "Partido" por O'Brien, num processo de cura.

O'Brien "-...O passado existe concretamente, no espaço? Existe algures um lugar, um mundo de objectos sólidos, onde o passado esteja ainda a acontecer?
Winston "- Não.
"- Então onde é que o passado existe, se é que existe?
"- Nos arquivos. Está registado, por escrito.
"- Nos arquivos. E mais?
"- Na memória. Na memória dos homens.
"- Na memória. Ora muito bem. Nós, o Partido, controlamos todos os arquivos e controlamos todas as memórias. Portanto controlamos o passado, ou não?
"- Mas como é que podem impedir as pessoas de se lembrarem das coisas! - exclamou Winston (...) - isso não depende da vontade. É exterior a nós próprios. Como é que se pode controlar a memória? Vocês não controlaram a minha!
O'Brien voltou aos seus modos ríspidos(...)
"- Enganas-te - disse - quem não a controlou foste tu. E foi isso que te trouxe até aqui. Estás aqui porque te falta humildade, auto-disciplina. Nunca quiseste aceitar o acto de submissão, que é o preço da saúde mental. Preferiste ser louco, uma minoria de um só. Apenas a mente disciplinada granjeia a realidade, Winston. Julgas que a realidade é uma coisa objectiva, externa, que existe por si própria. Julgas também que a natureza da realidade é evidente. Quando, numa das tuas alucinações, visionas alguma coisa, é exterior. A realidade existe no espírito humano, e em mais parte nenhuma. Não no espírito individual, que pode cometer erros, e que para todos os efeitos é perecível: só existe no espírito do Partido, colectivo e imortal. O que o Partido consagrar como verdade, é verdade. Impossível ver a realidade excepto através dos olhos do Partido. É isso que tens de reaprender, Winston(...).
"- Lembras-te - prosseguiu - de escreveres no teu diário que «Liberdade é a liberdade de dizer que dois e dois são quatro»?
"- Lembro-me - confirmou Winston.
"O'Brien ergueu a mão esquerda, com a palma voltada para si, o polegar escondido e os outros quatro dedos esticados.
"- Quantos dedos tenho aqui, Winston?
"- Quatro.
"- E se o Partido disser que não são quatro mas cinco, quantos são?»

In ORWELL, George, "Mil novecentos e oitenta e quatro"; 4ª edição, Antígona, pp. 249-250

Old quotes

Desculpem lá caros leitores, o despejar de coisas, mas é que estou a arrumar o porão (sim é verdade!) e encontrei uns pequenos grandes tesouros de escrita, já de há alguns anos. Dou-lhes uma sequência para não serem tão secantes. Interessante, ver o passado...

é sobre a verdade e outras mentiras do género:

"A totalidade é a não verdade"
Adorno

"Também o pensamento complexo é animado por uma tensão permanente entre a aspiraão a um saber não parcelar, não fechado, não redutor e o reconhecimento do inacabamento, da incompletude de todo o conhecimento"

"Esta tensão animou toda a minha vida"

"Se houvesse uma única verdade, seria impossível fazer cem quadros sobre o mesmo tema"
"A arte é uma mentira"
Pablo Picasso

"... os que pretendem deter a verdade são os mesmos que deixaram de a procurar. A cerdade procura-se não se possui. (...) A felicidade não consiste em beber da nascente, mas em abeirar-se dela"

"A patologia da razão é a racionalização que encerra um sistema de ideias coerente, mas parcial e unilateral, e que não sabe nem que uma parte do real é irracionalizável. Nem que a racionalidade se encarrega de dialogar com o irracionalizável"

1. Factor religioso:

"... é aquela natureza original do homem pela qual ele se exprime de forma total em perguntas "últimas", procurando o porquê último da existência em todos os aspectos da vida e em todas as suas implicações."

"... expressão adequada daquele nível da natureza em que esta se torna consciente do real (...); e é a este nível que a natureza pode dizer "eu", reflectindo-se nesta palavra potencialmente toda a realidade. São Tomás dizia: (...) a alma é de algum modo tudo"

"a palavra DEUS define o objecto próprio deste desejo último do homem"

"Deus (...) é uma presença que domina empre o horizonte humano, mas situa-se, no entanto, sempre para além desse mesmo horizonte"

"Esta imperecível situação de desproporção e de impossibilidade de atingir facilita o surgimento na consciência da ideia de mistério"

2. Vertiginosa condição humana
"Aquele «Deus», aquela realidade pela qual em última análise vale a pena viver, como vimos, é aquilo de que ultimamente a realidade é feita"

"... é um «x» em última análise incompreensível e que não pode ser encontrado na capacidade de memória da razão. Está fora. A razão no seu vértice pode chegar a apreender-lhe a existência, mas, uma vez atingido esse vértice, é como se falhasse, não pode ir mais além."

"Conheces tu essa ausência mais poderosa do que a presença?"

3 Busca de uma solução

"Surge sempre um desejo [no homem] de dobrar o destino à sua vontade, um desejo de fixar o significado ou o valor a seu próprio gosto..."

"A única ajuda adequada à reconhecida impotência existencial do homem, não pode ser senão o próprio divino"

"O homem sempre exprimiu, na sua história, a convicção de poder ser iluminado sobre o «totalmente outro» de si, sobre o Desconhecido, enquanto este se quer propriamente manifestar na realidade"

SIMBOLO / MITO "grandes instrumentos por excelência cognoscitivos e reveladores do mistério - «para o mundo arcaico o mito é real dado que narra as manifestações da verdadeira realidade: o sagrado"

etc.

"Ao aceitar a contradição, assim como a complexidade, tenho em vista a vitalidade, tanto quanto a validade"
Robert Venturi

Tudo é trágico

"Aprendi que não há diferença. Nenhuma diferença entre a comédia e a tragédia. O que se passa não é que uma coisa seja cómica e outra trágica. Tudo é trágico. Há pessoas que vêem tragicamente a vida, e compreendem a sua tragédia, e há outras que vêem a tragédia de uma forma tão ... trágica que, então, dizem piadas e riem-se, porque não sabem como lidar com isso de outra maneira. A alternativa seria matarem-se, mas não o fazem. A vida é trágica, para todos. Se virmos O Ladrão de Bicicletas [filme de Vittorio de Sica], ou O Sétimo Selo [de Ingmar Berngman], filmes trágicos sobre a vida, a morte, a tristeza, e, depois, formos ver um filme de Fred Astaire é maravilhoso, porque é uma forma de nos escaparmos. Mas são ambos trágicos: um é tragédia e explora isso dramaticamente e o outro tenta negar a tragédia e escapar-lhe, savendo que só o consegue por uns momentos. No fim de contas, tudo é trágico.

Mas de onde vem essa tragédia todas, nas nossas vidas?
"A tragédia vem da falta de sentido. Com os avanços da ciência, parece-me cada vez mais claro que tudo que existe está aqui por acaso. É tudo completamente aleatório, sem um sentido, sem uma razão, um objectivo. Nada tem sentido. Vivemos a nossa vida, morremos e, depois, nada restará. A longo prazo, tudo pode acabar: deixa de haver ar, existência, vida - não há mais beethoven, tudo o que nós julgamos que é imortal. Tudo isso vai desaparecer. Nada restará. Zero.
(...)
"«Toda a gente sabe a mesma verdade sobre a vida; e as nossas vidas consistem em escolher maneiras diferentes de distorcermos essa verdade.»
(...)
"É muito importante continuarmos a enganar-nos a nós próprios. Temos as nossas estratégias: distraímo-nos com uma relação amorosa, distraímo-nos a ver televisão... Qualquer coisa que nos impeça de pensarmos em que situação estamos metidos. E inventamos problemas triviais para nos entretermos (...) Coisas muito dolorosas para nós mas que, afinal, não são comparáveis ao verdadeiro terror com que toda a gente lida, ao longo das suas vidas."
Woody Allen in Visão nº 616, 23 dezembro 2004, pp. 105-109

terça-feira, dezembro 21, 2004

Curto-Circuito

Por falar em fraqueza de espírito, estou hoje eu toldado pela fraqueza.

Gostaria de falar hoje de TOTALITARISMO. O que é? Nem pensem que fui ao dicionário. Ou que fui ler coisas. Tretas. Hoje vai tudo da garganta que é pequena só diz disparates e hoje até parece ter bebido mais do que água das pedras.

Totalitarismo é uma ferramenta. Imagine um formigueiro, caro leitor. A formiga é um disparate autêntico em termos unitários, mas quando acompanhada de milhares é imbatível. O totalitarismo resulta na busca desta força. Deste poder.

Mas como obter tal poder se o Homem é individualista por natureza? Criemos um ideal. Se tivermos um ideal conjunto, o Homem transforma-se naquilo que o ideal pressupõe. Se o moldarmos bem, conseguimos toldá-lo a ser uma formiga. E aí conseguimos o nosso formigueiro. À custa da sua humanidade, mas nós não queremos saber, pois o que interessa não é o ser humano, mas o formigueiro = poder.

Como criar tal coisa? Vários métodos. Na idade média tentou-se a inquisição. Pouco. Patriotismo? Dura pouco. Nacionalismo Nazi? Quase lá, mas quebra-se nos momentos chave. Comunismo? Pouco convincente.

Então como haveremos de domesticar o pessoal?
Já sei. Se nós conseguirmos criar um processo quasi-automático de individualizar, massificar, preocupar, etc... se nós dermos uma catrambada de coisas para fazer ao Homem ele nem vai ter tempo para pensar! É isso! Se nós tivermos uma sociedade de consumo, se tivermos uma televisão a massificar o seu cérebro todos os dias com publicidade, novelas, futebol e notícias holocausticas todo o dia, 24/7, ele nem sequer vai reparar na sua alienação!

Eureka! Ainda por cima, poderemos proclamar a liberdade de todos fazerem o que quiserem, ou quase, como moral aplicada. Sexo é grátis e aconselhável, especialmente se não conhecermos a gaja. E se o fizermos, garantido que no dia seguinte cagamos nela. Matemos os velhotes. Compremos fotos de gajas nuas e carros lindos. Admiremo-nos pelo PRODUTO.

Consome consome. Consome filha!

E voilá!
Obtemos um tipo obtuso com uma filosofia de vida completamente profunda em superfície, mas alienado da vida. Sem espírito. Sem amor. Sem vida.

Mas porquê tudo isto? AAAHH. Porque se eu for esperto consigo usar este tipo. Este e outros! As maravilhas da democracia capitalista tem destas coisas: vou usar as suas necessidades criadas por mim ou pelos outros espertos de modo a que ele trabalhe para mim, para eu (empresário que sou) criar outras necessidades. Para que haja ainda mais desejos e trabalho. Claro que tou também a ser usado, mas pouco importa porque depois posso comprar o porsche que sempre desejei... (quem foi o esperto que o criou?)

E depois chamamos isto de "riqueza"!!

Epa e se criarmos casas cada vez mais individualistas, cada vez com mais produtos, mais tvs, mais internets, mais tudo... heheheeh. Mais tão na minha palma da mão!!! MWuahahahaahahAHAHA!

Bolas. O mais triste é que mesmo que eu compre o Porsche sei que vou ficar insatisfeito. Talvez tente comprar depois um bordel. Isso é que era (quem foi o esperto que criou a mulher??)

I can't get no satisfaction!

domingo, dezembro 19, 2004

sa(n)tanismo

Tenho andado um pouca afastado das lides deste blog. É um facto inegavel e que não pretendo camuflar, a verdade é que tenho sido atingido por uma preguiça intelectual galopante que me tem feito voltara a ver tv e olhar apaticamente para o mundo durante uns dias. Embora não me podendo afirmar um niilista convicto acredito piamente no poder da ignorancia e na fraqueza de espirito. Será certamente complicado de explicar que aceito que por vezes uma pessoa se cansa de fazer as coisas correctamente e decide fazer exactamnete o contrario daquilo q acredita estra certo. É certamente um sentimento que qualquer psicologo de se trazer por casa me poderia facilmente explicar, oq que leva uma pessoa a tornar-se apatica para com o que o rodeia, o que a leva a escolher o entretenimento no lugar da sua propria vida, a indiferência no lugar da decisão e da experimentação de novas aventuras e novos sentimentos.

Mas não foi por isso q hje decidi voltar a estar na presença dos dignissimos e indesejados leitores. Acabei a pouco de ler um artigo no jornal ("-olha para ele a armar-se em intelectualoide da batata...até já parece o outro... qq dia tb começa a vir para aqui com citações e nomes de correntes de pensamento obscuras" dirá o fiel leitor... mas asseguro-lhe q foi pura casualidade, não é meu costume praticar tais actos de cultura!!!) sobre o satanismo.

Além da abordagem histórica do assunto e dos seus recentes desenvolvimentos abordava o assunto de um ponto de vista que me pareceu fantastico... o satanismo como forma de gerar o religioso, o mal como definição do bem, as páginas tantas atribuiam o aparecimento do mal como uma discordância entre os deuses que ao tomarem posições diferentes e antagonicas obrigaram a criar um novo conceito, o de certo e o de errado. será talvéz uma descoberta filosófica pouco importante da minha pessoa por si própria, mas ela fez-me pensar um pouco mais. Admitido que existe apenas uma divindade, jeová, alá, buda... não importa qm, como terá então nascido o mal? teria sido apenas uma invenção terrena, algo criado pelos imperfeitos humanos? ou será que o mal é algo tb divino? será? é mesmo preciso um inferno que justifique um paraiso? essa é uma questão... não a vou responder pq sinceramente não sei a verdade.. pessoalmente não acredito nessa tese de um deus poderoso acredito numa tese em que todos nós somos deuses e senhores do nosso destino, somos (ou se ñ somos deveriamos ser) livres de pensar e tomar a actitude que acharmos melhor... mas ai deparei-me com uma outra nova questão... e o diabo? somos deuses e diabos, somos senhores do nosso destino, da nossa fortuna e da nossa desgraça, somos todos poderosos e no fim acabamos por nunca nos aperceber disso. O mundo que existe foi inventado por cada um de nós... existem centenas, milhares, biliões de mundos diferentes... no meu mundo a guerra é um conceito abstracto que vejos nos telejornais, mas para outras pessoas pode ser a sua forma de vida e o seu ganha pão, para outras pessoas ainda o conceito que têm de guerra pode ser tão diferente do meu que podem atribuir o nome de guerra ao nosso dia a dia... conceitos diferentes para mundos diferentes... mas afinal onde é q entra aqui o diabo? será que todos os dias pensamos igual? não será o diabo a pequena disputa interna entre os deuses que crescem dentro de nós? não será que afinal o diabo só existe no nosso corpo, e sim, estamos todos possuidos por um pequeno diabo? ñ será esse um dos problemas do mundo? o facto de nós não tolerarmos os pequenos diabos dos outros enquanto que simultaneamente tratamos os nosso como inofensivos? o facto de não aceitarmos que a nossa verdade possa estar errada ( e de facto está... pelos simples motivo que ela ñ existe.. ou ña rara eventualidade de ele existir, nós não a conhecemos....) leva a simplesmente não sejamos tolerentes com outras ideias e outras verdades absolutas e indiscutiveis diferentes das nossas verdades absolutas... verdade essa que nos ultimod dias me tem impelido a optar pelo mais facil, a aceitar aquilo que me oferecem na tv, a aprender vom as massas... a criar um sentido de colectivo, a descer a terra e partilhar o meu deus com o deus das outras pessoas. é essa a maravilha da tv de hje em dia, ela nivelas as pessoas, por baixo , mas nívela... e isso pode parecer que não mas origina pontes de contacto, ligações afectivas, formas de comunicação, maneiras de fugir a pequena ilha isolada que somos, formas de contactarmos uns com os outros... nem sempre é positivo, mas as vezes é necessário... a apologia da cOltura pimba com uma forma de progresso numa sociedade cada vez mais fechada e virada para si mesma, com a cultura da mastrubação e a era da informática, e amizades por correspondência electronica, cada vez existe menos espaço para a coversa franca ...

domingo, dezembro 12, 2004

E ENTAO?

..... onde é que está o novo BLOG?

sexta-feira, dezembro 03, 2004

[I am just a boy / playing the suicide game]

Pois é. O governo cai, o Pinto da Costa é indiciado e o Santana é enrabado pelo Sampaio. Isto é cá um mundo!! Aquilo que tenho para dizer sobre isto é se conduzir, não beba! E mais, se beber, não conduza! Aliás, é francamente mau o que se anda a dizer. A competência não é mais do que colocar uma garrafa de vinho tinto no momento certo, na garganta certa.

Vai uma jola? Agora não que me dói a barriga, antes uma Seltzer.

INDIRECTO AO ASSUNTO

O centro é inabordável. Rogo-te essa indisposição, maldade que é por bem ou apenas por capricho. Digo-te apenas que sim, existe uma fórmula com duas expressões matemáticas que definem TUDO. E não estou a falar de idiotices abstractas.

Em relação à falta de rigor, não te contradigo a crítica. Todavia fico um pouco desiludido com a minha incapacidade de te chocar um pouco mais.

1. POOOEMA
Em relação à tabacaria, não podias ter escolhido melhor poema para o teu ponto. Toda a literatura moderna e pós-moderna está cheia de apocalipses, desespero total e angustiante, que nos faz perguntar de onde vem sequer energias para viver: "Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra".

Tanto faz. Desprezo pela própria vida e pela existência:
"Vivi, estudei, amei e até cri,E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.", ou
"Meu coração é um balde despejado".
Não queiras viver, não queiras estudar, amar ou crer. Tudo é falso, tudo é lixo que se despeja. Desprezo que se minora tanto ao seu ser como aos seus feitos, hipocritamente:

"Não, não creio em mim.Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?Não, nem em mim..."

O Pessoa bem tenta empurrar a sua vaidade para debaixo do tapete mas ela rebenta pelos seus poros como perfume de vaca no campo. A sua incrível inteligência é nada comparada com a vastidão do universo. So what? Mísero exercício de humildade, antes de desprezar os objectos alheios, chamando-lhes feitos e minorando-os em comparação com o seu próprio (im)potencial:

"Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu"

Coitado. Dêem-lhe um tiro. Não vês que isto é tudo patológico? Quer dizer, até ele o diz:

"E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto."

A única coisa que ele diz certo não diz, pensa. Para logo a seguir negar. E desesperar. Não há salvação, apenas morte.

Este poema resume muita coisa, consegue agarrar muito bem o "momento". Mas tens de ser mais inteligente que isto! QUE momento é este agarrado? Que tipo é este? O que é que estás a sentir ao vê-lo a escrever isto? É este Homem aquele a quem reconheces a maior das humanidades? É isto que queres "aprender"? Mas é que não há mais nada para além disto... (embora no poema ele QUASE salte para fora do próprio poema, quase salte para fora do curto-circuito em que se encontra, mas desiste. É a imagem de um braço a cair, a largar a corda de salvamento (que um bombeiro lançou ao náufrago)).


Muita coisa fica por escrever, por falta de talento e sabedoria.



2. MORALI
A moral é falsa e verdadeira, seja ela qual for. Sinceramente, tou-me a cagar para a questão pura e dura da "moral". Tal como gostas de dizer, ela é uma falsa questão. É um formalismo. Não é assim que as coisas se passam, o que existirá porventura são metodologias do viver. E estas são encontradas, segundo critérios.

O problema desde o Renascimento é a crise do "Critério". Donde ele vem? O que é? Qual o estado de espírito para o conceber, quais as condições para as ter? Será que existe algum estado "de graça" em que se consegue conceber um critério "exacto"? Claro que não. Existirá um que seja humanamente bom? Haaa.... Aliás, já estás a ficar para trás com uma pergunta ainda mais idiota: "Mas para quê sequer um critério?"

O critério é o conteúdo da moral. Forma e Essência, Forma Formante e Forma Formada. Forma que forma e Forma que é formada. Através da experiência da Forma, através da captação da sua essência. E volta a formar outra forma. Tradição. Renovação. Revolução? (Não.) Tudo isto faz sentido mas é um ciclo fechado. Requer um sentido. Requer uma razão de existência para "morais" existirem.

Sem essa razão tudo perde sentido. Não há razão hoje, e tudo está a perder o seu próprio sentido. As coisas estão a ficar estranhas ao seu próprio nome, o ruído está a apoderar-se da realidade, e todas as morais arrebatadas. As próprias palavras ESTÃO a desconstruir-se. A PERDER o seu próprio significado. Amanhã a segurança é sinónimo de liberdade, igualando opressão à liberdade. Existirá um ministério chamado "da Verdade" que promulgará mentiras. (não existe já? O que são os média?)

"Ma perché?" Essa deve ser a pergunta. A pergunta que salva. "mas porquê?" é a pergunta que nos faz seres humanos. Porque há de ser assim? (e porque não?...)
Essa é a pergunta que move o ser humano que não é estrangeiro ao seu nome, apenas o decide encontrar. Essa é a pergunta que faz o Homem esperar mais um dia. Agarrar a corda que o sustenta no limbo da realidade sustentável. À honestidade da sua procura surge a resposta.

O encontro.

quinta-feira, dezembro 02, 2004

tabacaria

Não sou nada.Nunca serei nada.Não posso querer ser nada.À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é(E se soubessem quem é, o que saberiam?),Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,E não tivesse mais irmandade com as coisasSenão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da ruaA fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitadaDe dentro da minha cabeça,E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.Estou hoje dividido entre a lealdade que devoÀ Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.A aprendizagem que me deram,Desci dela pela janela das traseiras da casa.Fui até ao campo com grandes propósitos.Mas lá encontrei só ervas e árvores,E quando havia gente era igual à outra.Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!Gênio? Neste momentoCem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,E a história não marcará, quem sabe?, nem um,Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.Não, não creio em mim.Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?Não, nem em mim...Em quantas mansardas e não-mansardas do mundoNão estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,E quem sabe se realizáveis,Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?O mundo é para quem nasce para o conquistarE não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,Ainda que não more nela;Serei sempre o que não nasceu para isso;Serei sempre só o que tinha qualidades;Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,E ouviu a voz de Deus num poço tapado.Crer em mim? Não, nem em nada.Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardenteO seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.Escravos cardíacos das estrelas,Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;Mas acordamos e ele é opaco,Levantamo-nos e ele é alheio,Saímos de casa e ele é a terra inteira,Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena;Come chocolates!Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.Come, pequena suja, come!Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca sereiA caligrafia rápida destes versos,Pórtico partido para o Impossível.Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,Nobre ao menos no gesto largo com que atiroA roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,E fico em casa sem camisa.
(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!Meu coração é um balde despejado.Como os que invocam espíritos invocam espíritos invocoA mim mesmo e não encontro nada.Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,Vejo os cães que também existem,E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei e até cri,E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o raboE que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soubeE o que podia fazer de mim não o fiz.O dominó que vesti era errado.Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.Quando quis tirar a máscara,Estava pegada à cara.Quando a tirei e me vi ao espelho,Já tinha envelhecido.Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.Deitei fora a máscara e dormi no vestiárioComo um cão tolerado pela gerênciaPor ser inofensivoE vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,Calcando aos pés a consciência de estar existindo,Como um tapete em que um bêbado tropeçaOu um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltadaE com o desconforto da alma mal-entendendo.Ele morrerá e eu morrerei.Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,E a língua em que foram escritos os versos.Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como genteContinuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,Sempre uma coisa tão inútil como a outra,Sempre o impossível tão estúpido como o real,Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.Semiergo-me enérgico, convencido, humano,E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-losE saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.Sigo o fumo como uma rota própria,E gozo, num momento sensitivo e competente,A libertação de todas as especulaçõesE a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeiraE continuo fumando.Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeiraTalvez fosse feliz.)Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.(O Dono da Tabacaria chegou à porta.)Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universoReconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.Álvaro de Campos, 15-1-1928

Smoke and mirors.....

Confesso… fiquei confuso… mas afinal o meu caro amigo pêlo acredita ou não na existência da verdade? Existe então uma equação suprema que rege todos os seres humanos? Uma simples forma matemática que explica tudo o que nos passa pela cabeça, que explica o génio e o fracasso, que explica o nascimento e a morte, que explica o nada e o infinito? Ñ percebi… essa equação existe mesmo ou ñ? Ñ quero saber sem é útil para alguma coisa ou ñ…. Será que essa equação existe mesmo? E que diferença terá essa equação de uma qualquer divindade que nos tenha criado a todos? Ñ serão conceitos que em si encerram muitos pontos comuns? Mas ñ vamos por ai…

Confesso que fiquei um pouco chocado com a falta de rigor intelectual desses teus “tabefes na cara” mas a medida que ia lendo cada vez ia sorrindo, encontrei muito pouco de argumentação neste teu texto, quem te não conhecesse acreditaria que estavas mais interessado na forma do texto do que no próprio conteúdo, pela forma como (não) argumentavas a questão principal do texto. Tenho que te congratular pela tirada de nietzche da “origem da tragédia” infelizmente já li esse livro a demasiado tempo para te poder responder a altura, mas admito que foi muito bem aplicada. Por outro lado a forma como utilizas os seus argumentos é exasperante, todos os conceitos que esse senhor introduziu aparecem trocados, o conceito de moral, o conceito de piadade… Moral em linhas grossas é aquilo que a sociedade defino como certo e errado, como bem e como mal, e se leres com algum cuidado o meu Post vais ver que acredito que também é a moral que define aquilo que é verdade e errado… e que o conceito de verdade é algo próprio de cada ser humano, uma vez que cada pessoa tem direito a acreditar no que acha ser a sua verdade, certas pessoas acreditam num deus que as criou a sua imagem e semelhança, outras acreditam que são um mero acaso estatístico, “-Em tantos planetas espalhados pelo universo, em algum as coisa teriam que correr mal e ter aparecido vida…..” Outros acreditam numa equação…. A minha teoria é que todos e cada um deles tem razão, a verdade deles só a eles pertence e cada um tem o direito de acreditar no que quiser… já o disse e continuo a afirmar, a verdade é um conceito inatingível… que a possas perceber ao não, não me parece relevante… isso é a mesma coisa do que dizer que consegues conceber um conceito perfeitamente, que o consegues definir, delimitar, mas que depois não consegues criar conteúdo… e ñ o consegues criar porque ele é vazio! Nesse caso passo a te apresentar o conceito de “keepop” (tem k e tudo para parecer estrangeiro e mais fino…). Este conceito diz que as pessoas têm poderes intelectuais proporcionalmente ao numero de pelos que têm nos ouvidos, mas que esses poderes podem nunca se revelar…. Tu q em parte tens sangue de cientista, que adoras a teoria dos fratais e do caos, deverias saber que os próprios números são uma aproximação da verdade, no inicio foram criados os números naturais, mas a medida que o ser humano foi evoluindo foi necessário criar algo mais complexo para explicar a realidade que nos rodeia… até pq ñ existem 2 maçãs iguas e nem nenhuma vara com exactamente 2 metros de comprimento… chama-se isso números racionais por algum motivo, já nem vou falar nos números imaginários e a necessidade e extrema utilidade que eles contêm… ou seja eles são assumidamente mentira, mas servem para muitas coisas…. Sem eles ñ tinhas carros nem electricidade nem…. As aproximações servem para tentarmos ter qq coisa próxima da verdade… já que ñ conseguimos obter o puro, ficamos pelo mais próximo que pudermos…

Li, e já reli algumas vezes este teu post e continuo a não perceber a tua posição.. até pq ñ senti nenhuma estalada….

Dizes que se ñ somos felizes é pq ñ vivemos a vida de acordo com o seu sentido, mas será necessário um sentido formal para a vida? Será que a teorização de conceitos prático te leva a acreditar que as coisas apenas têm uma solução? Ou mesmo que existam várias será que tens a vã expectativa de as poderes enumerar a todas? Acreditas mesmo nessa história da equação divina (que assim inclui o destino… pq se ela prevê tudo, já tudo está escrito, tudo está previsto e ñ passamos de marionetas de um grande teatro q é a vida….. já leste a historia inteminavel? Pareces o Bastien…. Se acreditas que a vida tem toda um destino uma lógica , que as pessoas querem mm ser felizes e q de facto as coisas contrariam a 3 lei da termodinâmica e caminham para a ordem, deixo-te um dos meus poemas favoritos…. Sei q estás farto de o ler… mas é sempre bom recordar… (principalmente a parte do meio….)

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Tabefes na cara

Isso depende se olharmos para um clone como um ser humano, um membro nosso ou um objecto sexual. Depende da perspectiva.

Quero falar um pouco do que se tem vindo a descobrir, pois eu acredito que a verdade é inteligível, o que é diferente de dizer compreensível. Ou seja, consegue-se conceber um esquema da realidade, seja ele verdadeiro ou não pouco importa, mas sim se ele é útil ou não.

Mas o que é a "Verdade" em sua essência? Fartura diz: "trata-se de uma falsa questão", para depois rematar em cegueira completa (é que só pode): " verdade é que andamos nesta vida não em busca de felicidade… isso é uma ilusão… qtas e qtas vezes ñ optamos por atitudes que nos afastaram desse objectivo? Andamos nesta vida para viver… para apreciar o momento e para deixar junto do nosso semelhante a melhor das impressões e assim ajudar a criar um mundo melhor… "

Gostaria de analisar este comentário que me parece genialmente bestial. Ele é o cerne deste mundo que eu combato, que eu procuro abanar. Vou destrinçá-lo de tal ponto que quase não restará nada senão migalhas em forma de moral. Uma falsa moral (tal como todas). Bora lá. SOU MESMO CHATO NÃO SOU? :D



"...isso é uma ilusão" Claro. Smoke and mirrors... Andamos sempre à procura de fantasmas, não é verdade? Aliás, segundo Nietzche, o rei Midas andava à caça do irmão de Dionísio, pois ele continha a fonte do sentido da vida e a resposta que ele mais queria. Quando o caçou perguntou-lhe, obviamente: "O que é que de melhor há nesta vida?", Qual é o desejo máximo, a plenitude? O semi-deus abriu-se em gargalhadas e troça do mortal: "Meu Rei, o que tu de melhor poderias ter está-te já vedado desde que nasceste e nunca poderás ter, que era nunca ter nascido. A segunda melhor coisa é-te mais possível, é que morras daqui a pouco tempo"

Este é o nascimento da Tragédia Grega. O espelho que nunca nos fala, apenas nos "reflecte". E assim pensamos, assim "reflectimos"...

... Mas então porque pensamos? Para pensar? Para que existe um cérebro?

NEXT

"qtas e qtas vezes ñ optamos por atitudes que nos afastaram desse objectivo? "

Havia um ditado, como é que era, errare humanum est...
Cuidado com os argumentos perniciosos desse tipo. É do género um gajo dizer, é humano não matar. "Balelas. Como se isso fosse humano. Quantas vezes o Homem não matou?"

Claro que faz todo o sentido. Não tou aqui em querelas de lógica. Mas o que vale é que não somos máquinas como tu bem dizes....

NEXT.

"Andamos nesta vida para viver": Um tipo de raciocínio circular é sempre útil neste tipo de discussões. É sonante, tem ritmo e não diz nada. É quase tão ridículo como dizer "Andamos a escrever... para escrever", ou "Andamos de carro para conduzir", ou "Respiramos... para respirar", entre outras nulidades de espírito. Outra questão engraçada seria "o que é viver?", talvez a resposta fosse: "é andar na vida". Brilhante.

Claro que compreendo o sentido da frase, aliás em todo o lado está patente o espírito propositadamente circular da coisa, como se ela se auto-justificasse, sendo em si uma peça coerente e estética, só necessitando disto para existir e ser REAL. Concebe-se a vida como uma obra estética per si. Quer dizer, já os Gregos o diziam. Já Nietzche o disse, porque não uma fartura?

É de quem não sente, é de quem não aspira, não sofre, não... vive. (e tal como a outra diria, como contrário de estar vivo é estar morto, fartura estando viva, talvez se tenha enganado no raciocínio....) just maybe ;).

NEXT.
"para apreciar o momento e para deixar junto do nosso semelhante a melhor das impressões e assim ajudar a criar um mundo melhor…"
Esta é a mais bonita de todas. Vá lá, façam um sorriso, não é bonita? Quase merecia estar num diálogo de filmes de hollywood. Ou uma campanha de GWBush...
O que mais me impressiona nesta frase é a mais hipócrita das atitudes que alguém pode ter. A melhor das impressões???? Mas que merda? Fds se eu quisesse uma impressão tenho aqui uma HP que faz A3 e tudo. Ou então na escola, fazem até A0's. Impressão? É o que eu digo tás a ver? Smoke and mirrors. Coloca a tua máscara que eu coloco a minha, bora lá fazer um teatrozito engraçado. Bora lá divertirmo-nos.

No fundo o pos-modernismo resume-se a isso: é tudo um enorme entertainment. Talvez patrocinado pela Mc Donalds, desde que haja pipocas e farturas, tásse bem.

(Eu admito que não consigo deixar a minha própria máscara. Aliás, é necessário sermos humilhados para o conseguirmos. O mais estranho é então esse desejo de humilhação... será que somos masoquistas? Faz parte do teatro? Qual é o desejo maior do Homem? Talvez tenhas razão, talvez não seja bem a "felicidade".... talvez isso seja mais uma consequência do que uma razão - embora eu ainda faça um fincapé nisto, porque tenho pressentimentos - ... mas então qual é? Não é viver...)

Depois claro, vem o mais lindo, o mais óbvio, o mais pimba de todo o discurso... "Criar um mundo melhor". Fds, parece mais uma daquelas miss mundo a desejar "o fim da fome, o fim das guerras..." Quero lá saber dos merdolas que estão a morrer, eu quero é saber de mim!! Da minha "felicidade", como eu digo, da minha "vida", como fartura diz. Quase parece um repertório Comunista "... em favor da causa humanitária..." BALELAS.

"é essa a minha visão romântica da questão…. "
Tretas. O romantismo é uma neurose vinda de uma melancolia grave em que o Mundo se mergulhou. Tal como eu vejo há basicamente dois tipos de culturas neste mundo, com nuances claro:

A primeira é a de um enorme frenesi, em que se sente a máquina a andar, e ai de nós se a perdemos. "É mais uma volta, as crianças não pagam mas também não aaandam". Actividades de hobbies até workaholics, não se pode ter um momento de pausa. Momentos de pausa significam perdas de tempo (como se o tempo fosse uma coisa que se perdesse), vazios que nos lembrariam do vazio que existe no nosso coração. Significam que somos um zero à esquerda que ficou para trás, um idiota perdido em melancolias.

A segunda é a de uma enorme melancolia. Uma melancolia, segundo Freud, é uma doença que vem do nosso confronto com um trauma. Existem várias reacções. Uma delas é o luto, temporário. No entanto, se houver uma grande permanência deste tipo de sentimentos surge a melancolia, que se pode definir como uma permanência no passado, uma nostalgia de um tempo em que as coisas foram (ou são) melhores, sem nunca o serem no presente. No agora. Fica-se na fantasia, a suspirar por ela. Talvez venha, talvez não.

Quer dizer, é patológico. Se não sabemos viver a vida de acordo com o seu sentido, talvez por isso não sejamos felizes. Seja qual for o sentido da vida, ele existe no presente, tal como tu pressentes. No quotidiano. Na escrita. O objectivo do poeta é tentar arrancá-lo da vida, pois não existe só um, existem muitos, todos válidos. Todos o MESMO. Há quem lhe dê nomes, há quem se iluda a pensar que olhando ao espelho talvez o encontre. Há quem até pense que se pode acreditar em si próprio. Como se eu me bastasse a mim mesmo!!! Que ridículo, o meu coração deseja o infinito, é ser mais alto, é ser maior que os Homens, morder como beija, é ser mendigo e dar como quem seja, Rei do Reino de aquém e de além dor. É ter mil desejos e um esplendor, e não saber sequer que se dejesa, é ter cá dentro um astro que flameja, é ter garras e asas de condor.

É ter fome é ter sede de infinito.
É condensar um mundo num só grito.

Recomendo a leitura atenta (e perspicaz) do resto do poema para uma pista sobre o sentido da vida.

ATENÇÃO.
Todo este texto não é para te "ganhar", é para te chocar. Pressinto que a tua resposta é bem mais parecida com aquilo que tenho dito ultimamente do que o que tu próprio tens dito (embora n te dês conta). Escrevo isto para to esbofetear na cara, pois és meu amigo.

Um abraço!

duvida pertinente

Com toda esta polémica a propósito da clonagem, uma grande pergunta urge colocar: Alguém que tenha relações sexuais com o seu próprio clone: éhomossexual, está a masturbar-se ou fodeu-se?"
É caso para dizer: E esta, heim?

terça-feira, novembro 30, 2004

Direito ao contraditório

E assim somos introduzidos numa temática metafísica, pseudo intelectual e com tal armada de argumentos vazados de sentido real. O que nos leva a concluir que todas as argumentações são inúteis e vazias, uma vez que não passam de um mero exercício de expressão de raciocínios encadeados, e que apesar de fundamentados por uma lógica nunca poderão vir a ser provados concretamente recorrendo a provas de facto.
Parte do meu ser reclama como verdadeira a premissa que afirma sermos parte de um grande todo, reclama como certa a teoria que existe uma força superior que nos rege, uma equação suprema e definitiva que explique sem margem para dúvida a rotina quotidiana que nos rege. O pêlo encara a realidade, ou deverei antes dizer a Verdade como um prisma, em que um observador apenas consegue enxergar uma face, ou quanto muito uma aresta. Nesta teoria a verdade é algo palpável, real e que está perante a nossa frente, mas que por motivos obscuros os nossos sentidos não conseguem traduzir para uma realidade cognitiva palpável, transmissível e aceitável pelos outros. A verdade vai sendo revelada a medida que andamos de volta do mesmo conceito onde várias pessoas olham a mesma coisa e obtêm resultados diferentes. O Pêlo acredita que esse é o único processo para a filosofia atingir o seu fim supremo: a descoberta do conhecimento ultimo.
Será talvez deformação profissional, talvez tacanhez, ou até quem sabe má vontade, mas desde a muito que nunca aceito o conhecimento que os outros me oferecem de borla… e será talvez por isso que afirmo que o conceito de verdade é algo que não existe. Trata-se de um conceito altamente pessoal, aquilo que um aceita como verdade pode ser considerado incorrecto por outro. A verdade é que o conceito de verdade é extremamente relativo…trata-se um conceito com um sem fim de condicionalismos… a verdade é influenciada pela história, pela sociologia, pela liberdade… enfim pela moral.
Tentando simplificar um pouco a teoria a verdade é que não existe uma verdade única para a mesma questão, mas verdades múltiplas. E cada verdade encerra em si um sem fim de condicionalismos que a torna única. Tentado retomar a alegoria do pêlo, se a verdade fosse um cubo, estaríamos constantemente a descobrir novas facetas desse mesmo cubo, entrando em novas dimensões do espaço-tempo. Poderá mesmo dizer que sendo um conceito intimamente ligado com a moral de uma sociedade é algo em constante mutação e que a ter um fim significaria a sintonia de todos os seres humanos, o pensamento unificado, algo que estará mais próximo de uma série de computadores do que um conjunto de seres humanos….
Mas se a verdade não existe entramos aparentemente numa contrariedade… se ela não existe, então a afirmação que acabei de produzir não tem qq significado, pois tb ela é desprovida de verdade… mas trata-se de uma falsa questão. Ainda a pouco vinculei a minha verdade a um conceito espaço-tempo-moral. Ou seja neste instante em que escrevo esta é a minha verdade, o que não significa que seja a verdade do leitor, ou a verdade do pêlo. Mas por outro lado isso tb ñ qr dizer que a sua indesejado leitor seja uma verdade errada… mas apenas incompleta. Um problema para estar completo tem que abordar todas as perspectivas, até mesmo as erradas, porque quem sabe visto de um outro ângulo essa pode ser a resposta correcta, ou de novo a errada, mas que ajudou a confirmar que a que considerávamos correcta era de facto a nossa verdade.
A verdade é que andamos nesta vida não em busca de felicidade… isso é uma ilusão… qtas e qtas vezes ñ optamos por atitudes que nos afastaram desse objectivo? Andamos nesta vida para viver… para apreciar o momento e para deixar junto do nosso semelhante a melhor das impressões e assim ajudar a criar um mundo melhor… é essa a minha visão romântica da questão…. Mas isso já é tema para um post completamente diferente….

sábado, novembro 27, 2004

[I Wanna outrace the speed of Pain / For another day]

Há vezes em que acordo dormindo, o dia passa e na memória fica apenas um dia riscado no calendário. Nestes dias vejo tudo com os olhos em bico. Imaginem um filme em pal super super plus, 160:9 ou coisa parecida. Nunca vejo o sol, apenas o crepúsculo de uma civilização em ruínas com os olhos cansados. [The last day on Earth].
Futuro inatingível, Passado inexistente. O eterno presente encharcado em fugas vícios e drogas que nos liquidificam até nos tornarmos indistintos e indissociáveis do fluído orgástico.
A dor é a única coisa que temos que ainda resiste a este torpor inevitável.
A dor do vazio, o medo do não porvir do qual eternamente fugimos e adiamos.
O medo do confronto com o nosso destino.
A sua negação até.

É este medo que nos faz questionar. Medos opostos que se combatem pelo vazio e pela plenitude, uma dúvida permanece e requer resposta imediata, à face de rotura do pêndulo: será a verdade atingível e será ela fundamental para a beleza? Tem o infinito resposta?

Em verdade vos digo. O Homem moderno e pos-moderno diz que não. Jacques Derrida, desconstrutivista-mor: The number of concepts is so large and enormous, and its play so unpredictable that no man can construct the true concept system. A verdade é inatingível pelo Homem. Relativismo Total é a única coisa que realmente existe. Estas próprias palavras são corruptas (pois partimos do princípio que SABEMOS o que elas querem dizer...), todo o Mundo é inatingível.

Pare-se de escrever. Somos apenas ruído que sonha com pedras, areias solipsistas a bailar no universo. O Cubo não existe, só existem espelhos que se reflectem uns aos outros. Smoke and mirrors. Fractais no universo que formam imagens de fluídos turbulentos que não são nem belos nem feios, apenas são.

Pare-se de falar. Tudo são sons ininteligíveis pela incapacidade inata do ser em compreender o Outro, diga-se a "verdade", não se fala, discursa-se. Não se dialoga, monologa-se. TU não existes, só existo EU, ou vice-versa no caso do leitor: EU não existo, só TU existes.

Pratique-se a liberdade. Fodamos até mais não, desde a perda da nossa virgindade à nossa transformação em proxenetas. I am not in love but I'm gonna fuck you till somebody better comes along.

I breathe.... for what?

segunda-feira, novembro 01, 2004

mulheres peludas.....

Pois pois......

essa história de direitos dos pêlos é muito bonita, a malta é toda unida e tal, mas na hora do aperto é q se vê.... pelos de um raio! quem já esteve num autocarro em hora de ponta percebe o que eu estou a falar... por muito direito a vida que desejam, se depender de mim vão ter que bater a bolinha baixinho.... curtinhos e lavadinhos.... e se pertencentes a um elemento feminino da espécie devem simplesmente ser aniquilados... este é um ponto senssivel neste blog, o Pêlo já deixou bem marcada a sua posição no que toca a esta questão, mas meus amigos.... mulheres peludas deveria ser elevado a crime... se não contra a higiene, pelo menos contra o bom gosto... uma mulher que fosse apanhada na rua com a sovacada a transbordar pela camisola deveria ser apontada ás criancinhas como um exemplo negativo, como um bicho papão.... é como dormir com um macaco...e toda a gente sabe q os macacos não gostam de farturas.....

segunda-feira, outubro 25, 2004

Nas ne Dagoniat

Reinvindicação dos direitos do pêlo

O Sindicato dos Direitos do Pêlo (SDP) desde o início da sua existência que realça a importância da criação de uma Carta de Direitos de toda a população pilosa. Aqui redigimos um documento com alguns artigos que achamos fundamentais para a dignidade e respeito de cada pêlo, no seguimento do artigo 29º do DR 290/2003, segundo parágrafo.

Deste modo reinvindicamos o seguinte:

1 - Todo o pêlo tem direito à sua vida. A vida do pêlo é a sua característica mais fundamental à sua existência sem a qual nada faz sentido. Exigimos o respeito de quem nos domina e conjuga de não nos arrancar sem a devida requisição e aprovação pelo conselho de pilosidades, sector 3, gabinete de obras corpóreas.

2 - Todo o pêlo tem direito a ser bem lavado pelo menos uma vez por mês. Existem casos reportados de determinados pêlos que para além de só serem higienizados uma vez por ano ou nem tanto, ainda têm a infelicidade de terem nascido em lugares menos perfumados. A falta de consideração chega a níveis monstruosos, chegando a haver pelocídios completos quando o respectivo tirano se lembra (assim uma vez na vida) de limpar determinadas zonas do seu corpo.

3 - Todo o pêlo tem direito ao seu comprimento mínimo, a estipular de acordo com uma tabela por definir. Lutaremos contra esse infame que é o barbear todos os dias, cortar o cabelo com gillete, fazer a depilação, etc. Tais crimes exigimos nós serem julgados com a pena máxima, dado a brutalidade, a desumanidade, o horror e o holocausto que representam.

4 - Todo o pêlo tem o direito de ser cortado de modo respeitoso e tolerante, de maneira a garantir o seu melhor estado e condição. A ausência de corte do pêlo faz com que se torne fraco, pouco viçoso e eventualmente perde totalmente a sua coerência. Torna-se bêbado e cai desemparado.

Esperamos que estas necessidades e exigências nos sejam garantidas, dada a enorme importância que nós representamos no mundo corpóreo. Muitíssimo obrigado e bem haja.

O Director Geral do Sindicato dos Direitos dos Pêlos,
~

quarta-feira, outubro 20, 2004

On Tour

Boas! Parece que o Blog ficou pela conta aqui do pêlo. É sempre assim, a formiga é que fica sempre a trabalhar, e a cigarra a brincar... (entenda-se que eu personifico a segunda!)

Mas tudo se vai alterar! Entrei já no dito anus lectivus, o que quer dizer muito papel higiénico. Nojeiras à parte, a bola NÃO entrou mesmo, diga lá o Vieira, ou Veiga, ou Vesgos, o que quiserem. E onde é que estavam os penalties hãã? Fiquei sem saber...

Os nortenhos vão ganhar de novo o campeonato, mas isso já não é novidade. Aliás, os três anos de sabática afinal também estavam escritos em acta, segundo uma investigação recente não publicada. Tudo faz parte de um plano escrupuloso e preciso do senhor Pinto da Costa para dominar o mundo e deixá-lo ao filho, resta saber qual e de quem. Este plano estava a ser muitissimo bem delineado e estudado, até que um forasteiro mal encarado quase deitou tudo a perder, adiantando em algumas décadas várias fases do plano, como tornar-se campeão europeu e coisas assim...

Ah, de reparo: o FeCePe é que é Campeão Europeu, e não aquele clube bairrista com farpelas encarnadas perdido entre a cova da moura e o bairro j, noto ainda alguma confusão neste aspecto sobre a importância jornalística que cada notícia tem. É só právisar.

Prontos, pá é que prontos, pareceu-me importante dizer isto... prontos.

segunda-feira, setembro 27, 2004

Um pouco de Arte...

Arq. Pedro Janeiro, Assistente Estagiário da FA.UTL

"Lembro-me muito bem daquela criança de bibe riscado. Pintou no primeiro dia o céu de escarlate. Encarnado vivo. Sagrado.
"A criação artística é propícia, mais do que em qualquer outra actividade, à revelação do Sagrado no gesto do Homem no Mundo. O Gesto incompreensível dá lugar à vida. Forma que nos salva do nada. Ex Nihilo.
"É sempre um acto renovado olhar e ver a cor do Poente.
"A criação artística distingue-se da produção, do trabalho e da técnica. Não da vida. Pertinência e Unidade que sublinha o limite da razão. Ratio. Cálculo. Conta.
"O coração que nos confirma a presença e supera a contradição entre os sentidos e a razão. O Gesto possibilita a fuga possível do Vazio primordial. Caos renascido a cada passo que simboliza a derrota do espírito humano perante o mistério da Existência.
"Esse Vazio, a que Braque chamou perturbação, antecede o Gesto, como Noun antecede o nascimento de Ra, deus que é maior e mais poderoso que o seu próprio criador.
"A impressividade do Caos, personificação e memória do Vazio primordial, incita o drama e a dor do Gesto que ordena os elementos do Espírito.
"Como dizer na tela as palavras mais amadas apaixonadamente?
"Pelo Gesto o artista chama à existência a Forma e partilha com o Divino o seu poder criador.
"Meu céu azul Encarnado vivo."

Aconselhável a leitura apenas após algumas jolas dentro da bolsa estomacal, condição sine qua non para o reconhecimento de sentido do texto...

quinta-feira, setembro 23, 2004

WAKE UP CALL

É muito "cansativo" pensar, dá dores de cabeça, "lá vens tu com essas coisas outra vez"... Olham-nos de uma maneira condescendente, como que a dizer, pronto pronto, tudo está bem, mas que coisa esta de andar sempre com jogos de palavras esquisitos, arrancando coisas que estavam tão bem, no seu sítio certo. Deixa estar, tal como diria a avó do outro...

Mas que ruído é este que se ouve dos escombros do mundo destruído já há milénios pela consciência? Que força é esta que nos empurra para a suavidade caseira das novelas, que resistência é esta que se faz sentir em todos? O que nos faz dormir tanto? E porque dormimos tanto, quase parece que sob o feitiço de algum sonífero de grande qualidade?

E se fosse possível acordarmos, o que é que veríamos?

terça-feira, setembro 21, 2004

Pantufa - O Ensaio Filosófico, mas pouco

Imaginem uma pantufa. Vejam-na de perto, façam uma espécie de zoom in na fofura da sua superfície. Esta qualidade de fofura (proveniente do jargão fofoca, do grego forca, formosura, famalicão), é-lhe oferecida por um conjunto (do latim cônjugue, contudo e com reminiscências árabes - Confúcio), de, imagine-se, pêlos.

Mas não se confie nesta história da carochinha. Estes pêlos são na sua grande maioria, falsos (do grego falti, salti, fromaggi), são artificiais. Esta artificialidade do mundo rodeia-nos (surrounds us, Morpheus 2001), criando uma teia de virtualidade a reflectir. Não é de todo estranho que a dinâmica pilosa se converta numa apoteose de sufrágios semânticos arbitrários, com características Junggianas, metamórficas e sobretudo estrábicas (repórter, 1998).

Não é de estranhar portanto uma crise imagética de valores subordinados à Shmett (do grego mettetenatuavida, badamerda), patrocinada pela Coke e quanto muito McDonalds. Duvide-se pouco da relevância do que está escrito, a verdade é que estes pêlos são de facto in.

Provado a superficialidade da existência pilosa deste tipo de seres, é de refrear os ânimos dos pantufúcios, seus fãs incondicionais, além de hipócritas e falsos. Eles crêem na validade do argumento pantuf, quando é óbvio demais a retórica do elemento pan.

Mais tarde desenvolvo a teórica da conspiration. É uma realidade que nos rodeia (sound surround, Creative Labs 1990) Fiquem atentos!!

Direitos das farturas

sinto-me indignado e rançoso.....
está a acabar o verão e a altura das festinhas da aldeia. está a acabar a época das banheiras com matricula estrangeira, dos emigras com sotaque françês, e das bifas q ficam todas contentes por me comer... e estou a ver que mais uma vez nada foi feito.....
Luto pela deglutição continua de farturas!! isto não pode continuar a ser uma actividade sazonal.... vejam o exemplo dos gelados... eles lutaram e conseguiram o reconhecimento... o meu povo não merece ser ignorado durante o tempo de inverno.... iniciaremos uma luta armada...até lá nada de açucar e canela extra..... não mais seremos mais um instrumento de festejo de qq presidente de junta de freguesia que logo a após o nosso fim nos abandona ao esquecimento...
Para quando uma casa de farturas na rua augusta? pq apenas merecemos roulotes de higiene duvidosa, oleo rançoso e festas populares perdidas na dualidade espaço-tempo? exigimos mais... exigimos notoriedade e respeito.... para quando uma lista de colocações de farturas pelo pais, tal ql a lista de colocação de professores nas escolas?
seremos doçaria de segunda? para quando o reconhecimento pelo ministério da saude, e a liberalização? e já agora, porquê toda esta discriminação? se os nossos colegas "sonhos" têm direito ao Natal, pq não o temos tb? sonho com um dia em q os humanos nos podem saborear em qq altura, independentemente do nosso nome, sabor, origem ou pasteleiro.... é um sonho....... mas não dos gordurentos....

sábado, setembro 18, 2004

Hoje é um dia que os pêlos acham normal festejar, faz anos que uma determinada fartura foi gerada, 23 para ser exacto, o que invalida certamente o seu consumo. Não sei como é que tal fartura ainda existe neste mundo, é certamente um record do guiness!!!!

Parabéns fartura!!!

quarta-feira, setembro 15, 2004

WoooooowooooooooOOoooOooooooo

Sai mais uma jola.....

se tenho a cabeça as voltas ao menos q seja por um bom motivo.....

(aquilo era Portugues???)

terça-feira, setembro 14, 2004

O erro de Zenão Reloaded

Agora nas manias do reload...

Hoje a minha existência pelada teve um encontro com uma personalidade bem documentada e humorada no que concerne aos temas do cérebro, esse órgão com manias de gestão de tudo o que é natural, artificializando-o. Eu poderia enumerar imensas opressões e claros abusos deste órgão repressivo e fascista, mas não é o que me faz vir aqui.

O que me faz vir aqui é um relato dessa pessoa referida, que contou uma história engraçada sobre Zenão:

Sabem o que lhe aconteceu quando ele explicitou a sua teoria da lebre nunca apanhar a tartaruga? Um transeunte atirou-lhe uma pedra à cabeça, acertou-lhe e perguntou-lhe: "Isso apanhou-te ou não??!??"

É verdade, com pessoas assim só mesmo desta maneira. O que me vale é que aqui neste espaço não há pedras...

segunda-feira, setembro 13, 2004

O erro de Zenão

Este é o testemunho do pêlo. É um testemunho feito da falta de espessura, incrustado na linearidade fractal da existência. Um testemunho de um entre muitos outros que partilham comigo este ser que sou, desde a borbulha que me formou até ao secar da fonte. Sei que tenho os dias contados, embora me escape à óbvia retórica de perguntar por quem. Nada a temer, nada a duvidar, só resta crescer em frente. Até ser cortado. Ou não.

No entanto, há algo em suspenso, há uma suspensão, há uma propensão para o eterno momento do efémero. Do inantingível. Como o que sou, nunca chegarei a ser quem me forma, sempre como potencial em que incarno, sou a essência em suspensão. E no entanto, há algo em movimento, Vento. Penteia-me numa brisa que eu desconstruo.

Desconstruir é ser como Zenão. Será que Zenão estava errado? Todos os pêlos dizem que sim, riem-se da ridicularidade dos seus pensamentos e evocam a sua inteligência mas nos meus olhos não lhes vejo mais características que as da sua pelosidade. Zenão dizia que a lebre nunca conseguiria apanhar a Tartaruga. A Lebre, por mais veloz que fosse, quando chegasse ao ponto onde a Tartaruga estava no início, já esta não estava lá, estava acolá. E em acolá a Lebre não apanhava a Tartaruga. E assim indefinidamente, decorrendo que à primeira seria impossível apanhar a segunda.

E eu digo que dois e dois são cinco. É verdade. Quando passo como uma bolina através dos corredores do Feira Nova, vejo esta realidade vezes sem conta, onde se eu comprar um mais um, não obtenho dois como ensinaram a mente do corpo que habito, mas sim três e algumas vezes até quatro.

Dizem que Zenão errou porque considerou que o tempo poderia ser infinitamente dividido em porções finitas. Zenão errou porque não compreendeu o infinito e perdeu-se na criação do infinitesimal. O pesadelo dessa criação atormenta ainda hoje os que se proclamam como racionais. Eu sou esse pesadelo, eu sou o Erro de Zenão incarnado!

Acreditem no que quiserem, em verdade vos digo, desde que isso seja coerente então faz sentido e pode ser arte, até podem acreditar que um pêlo fala, é verdade o que eu vos digo e bem podem como o outro masturbar-se intelectualmente: qui est veritas?

domingo, setembro 12, 2004

I am aliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiibbe! Com B de baca!

sexta-feira, setembro 10, 2004


back to school....
Posted by Hello

Is this art? or dangerous propaganda? Posted by Hello

a entrega...

FORÇA PÊLO!!!!

vê se consegues estregar essa coisa, para ver se tornamos este pasquim em qq coisa com um minimo de sentido....

a invasão do nada blogosférico..

já ando numa de cuscar blogs de amigos e de amigos de amigos e de amigos de amigos de amigos (e por ai fora...) a muito tempo, mas estou cada vez mais surprendido... todos os dias aparecem novos blogs, a malta anda a descobrir a blogosfera, e acho muito bem! o stress esta no conteudo! é complicado ter uma página em branco e isto é um monstro que tem q ir sendo alimentado de vez em quando..... vou criarum desafio...... porque é que não saem do armário e criam um blog sobre nada! sobre as maiores parvoeiras que vos aparecem a frente? vamos criar a maior cadeia de blogs vazios parvos e sem sentido de toda a história.. ( será q já conseguimos?)

será noticia q o fim do curso pode estar proximo? qm qr saber se ando a procura de trabalho, ou se as jolas no bar da esquina voltaram a subir? eu kero... mas mais ninguem...


sabiam que é impossivel apara um humano chegar com a boca ao seu cotovelo?? isso sim é noticia!! 8e sabiam e 75% das pessoas q leem isto tentam a proeza?

quinta-feira, setembro 09, 2004

eles vão e voltam e eu no mm sitio.....

já me cheira a férias.... ainda estão longe, mas quase que já as consigo ver..... parece que este ano elas chegaram mais tarde... mas a piada é mesmo essa.... qdo os outros voltam eu vou.... pode-se dizer que já eles estão a vir e ainda estou eu a ir....
a história da minha vida!!!!

sábado, setembro 04, 2004

Declaração de Intenção

Caro leitor, este post é uma declaração de intenções:


isto da malta ter um blog é uma coisa gira, era suposto escrever coisas inteligentes, profundas, ou pelo menos interessantes..... ñ devia ter erros ortográficos, devia ser actualizado frequentemente, ter fotografias giras e essas coisas q interessam a pessoas q ñ me conhecem....

mas quero q fiquem a saber uma coisa.... este blog... vai ser diferente..... (onde é q o caro leitor já ouviu isto.....) o objectivo deste blog é ser o blog menos visto de toda a blogosfera portuguesa.... quero ser ignorado, desconhecido, quero feder a bolor, de tanto estar perdido na escuridão.... não se querem bisbilhora na vida de uma pessoa anonima procurem noutro lugar... falta ai é gente q qr ser famosa..... se quiserem eu posto o link de alguns desses blogs q procuram.. mas tb vos digo q a curiosidade é uma coisa muito feia... a vossa mãe nunca vos ensinou maneiras??

O meu blog e reparem q escrevo MEU é uma coisa minha, uma parvoice de um anonimo desconhecido com tempo a mais (ou ñ....) pretendo ser ignorado,pq a verdadeira grandeza vem de dentro, a escrita revela pequenos pedaços de um quotidiano repetido até a exaustão..... ou seja, e traduzindo para miudos para qm ficou meio trocado com estas coisas todas.... bazem do blog q aqui só estam escritas babozeiras sem importância....

ñ esperem muito....pior.... se estão a ler esta nota qr dizer q o objectivo do blog falhou.....
queria ser o blog mais ignorado da história......... e por vossa culpa falhei.... e como tal vou ter q inventar qq outro objectivo ainda mais obscuro para este blog....sugestões???

sexta-feira, setembro 03, 2004

ausência..

a malta tem andado distante.... parece q está de chuva...




.....mas que raio andam a fazer a chuva??

sábado, agosto 28, 2004

Som. SOM SOM som som som SOOM...

ok, parece funcionar. tenho de mudar esta merda toda isto é foleiro à brava

novas tecnologias

andava eu metido com os meus botões a tentar engatar mais uma pita sul americana pelo messenger qdo meio a atrofiar meio a gozar decedi criar um blog com o Pêlo.... e .... isto é simples de mais de criar..... um tipo assim criamerdas destas as centenas....

já me vou poder gabar logo a noite na tasca.... além de recordista a comer pastelinhos de bacalhau e emborcar bagacinhos agora até estou a dar para estas coisas dos computadores.....

qq dia até largo as obras e volto pra escola.... estes putos é q têm sorte...

sexta-feira, agosto 27, 2004

o inicio

bem... parece q estamos no activo........