Não me apetecem palavras. Nem filosofias. Nem sentidos da vida. Nem sonhos por realizar ou dias por sonhar. Não quero metafísica. Nem saudade. Nem nostalgia. Nem solidão. Não quero desejo ou raiva. Não quero medo ou alegria. Não quero emoções fúteis e voláteis.
Quero nada. Não quero nada para além de estar aqui, agora. Só me importa o presente estúpido e irrepetível. O presente omnipotente. O presente que é a zona de contacto entre a caneta da nossa vontade e o papel em branco da nossa vida por acontecer. Estamos no limbo entre o ontem e o amanhã. Entre o passado longínquo e o futuro distante está a ténue linha divisória marcada pelo nosso corpo insignificante e pela nossa mente criadora. Fora disto os dias são apenas repetições infindávei de horas vazias.
O ontem é a lembrança que ficou de um dia que nunca existiu.
O futuro é a esperança de um dia que nunca virá.
Tudo o que sucede, sucede no Presente. Nunca ninguém escreveu uma carta no passado ou comeu uma sandes no futuro.
Por hoje é tudo. (Deste Presente para qualquer outro Presente vai um hiato infinito de presentes como numa recta sem fim. Podemos definir um segmento de recta entre o meu Presente e o vosso. O nosso segmento de recta. Já é alguma coisa, não? )
Sem comentários:
Enviar um comentário