Vamos então festejar o acaso de me sobrar um instante de lucidez num dia cansativo, e aproveitar para tentar arranjar um sentido para a vida. Tenho levado essa tarefa bem a peito nos últimos dias, tenho sido um bom aluno, estou a ler o livro, andei a rever (e ainda estou!) as músicas de Jorge Palma, ando preocupado e pensativo, falta ainda tentar o tabaco e o álcool, mas ultimamente as circunstancias não me tem permitido esses modos de alheamento do mundo circundante. Após uma semana e tal de profunda reflexão, tenho a anunciar as seguintes conclusões: não consegui encontrar um sentido para a vida, com isso não pretendo dizer que a vida é-me indiferente e que estou disposto a abdicar dela, nada disso, muito pelo contrário! O que se passa é que tenho tido dificuldades em ultrapassar a barreira das palavras e definir algo que bem no fundo consegue reger a vida, uma espécie de apatia injustificável perante o futuro, um desejo que nada deseja, uma vontade que se contraria a si própria… a definição mais exacta seria a de um espectro sem vontade que existe indefinidamente para cumprir uma missão que ele desconhece mas que também não pretende conhecer.
Confesso que estas ultimas revelações têm abanado o meu ser, revelando-o mais desprotegido e frágil do que alguma vez pensava ser, criando em mim uma contra vontade irresistível de romper com o passado e começar tudo de novo. Decido então dar largas e essa vontade destruidora de cortar com tudo para que um novo futuro possa ter espaço para crescer e acabo por descobrir que aquilo que eu pensava que queria afinal já tenho… confuso? Bastante! E tem sido isto que me tem ocupado os tempos livres… por isso é normal que o blog ultimamente tenha assumido contornos negros
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