Comprei um telemóvel em 2ª mão. Minto. Não é um telemóvel. É um PDA. Minto ainda. Não o comprei, compraram-mo. Porque o anterior, igualzinho, se tinha estragado há muito tempo. Por isso minto também ao usar o verbo comprar em vez do verbo substituir. Talvez seja melhor começar de novo.
Substituíram-me um PDA em 2ª mão. O importante, para o caso, é ser em 2ª mão.
Uma coisa engraçada neste PDA, versão número 2, é que existe a possibilidade de fazer uma gravação permanente de informação contida em algumas áreas chave. Contactos. Eventos. Notas. Tudo isso pode ficar, com um simples clique no écran, a salvo de limpezas involuntárias do conteúdo do PDA...
A conclusão é que ontem, enquanto queria gravar os meus contactos permanentemente no PDA, para não os perder, apareceram-me os dados que o antigo dono também não quis perder.
Como resultado, hoje o meu PDA anuncia-me que uma Helena Coelho faz anos. Aparentemente 35. E eu juro que não me importava de lhe dar os parabéns, ainda que não saiba quem ela é. O problema é que a memória permanente está cheia de aniversários (mas cheia mesmo... devem ser mais de 100) e não há um único número para enviar uma mensagem de Feliz Aniversário.
É por estas e por outras que dou razão à minha avó, quando diz que estamos no fim do mundo...
1 comentário:
hehehehe acabaste por comprar também um pouco da intimidade do antigo dono do teu novo brinquedo. até que ponto as máquinas têm "alma" para guardar os pedacinhos da nossa intimidade do dia a dia?
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