Nascido a 1720 e morto em 1778, Giovanni Piranesi foi um arqueólogo e arquitecto muito famoso pelas suas gravuras do imaginário poético de Roma, de tom Romântico. Piranesi proclamava (quase hereticamente) a supremacia da arquitectura Romana sobre a Grega, e desenhava sobretudo catacumbas, ruínas e espaços quase Escherianos. De reparar que é costume não desenhar o céu, apenas uma continuidade infinita de arcos, tectos e pontes. Amostra do "sublime", espírito da Arte do século XVII e XVIII, que é uma mistura entre o horror, fascínio e sensação abismal perante o infinito, teatral. O romantismo está presente na ruína, ou seja, na presença da morte de uma civilização por ele considerada extraordinária, um fascínio pelo declínio de uma "Atlântida" clássica.
Proclamei-o porque sinto que hoje em dia se tenta reproduzir uma civilização do género da que Piranesi retratou. Abismal. Espantosa. Ultra. Giga. Tera. (Metrópolis? Quem nos dera) Pináculos ao alto. Coração em Deus. E tudo em nome do Marketing. Será isso "sustentável"? Parece-me é surpreendentemente idiota.
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