sexta-feira, abril 28, 2006

WAR!


A good article I have just found. When I have the proper time I will read it better, but it seems powerful.

quinta-feira, abril 27, 2006

segunda-feira, abril 24, 2006

Piranesi

Nascido a 1720 e morto em 1778, Giovanni Piranesi foi um arqueólogo e arquitecto muito famoso pelas suas gravuras do imaginário poético de Roma, de tom Romântico. Piranesi proclamava (quase hereticamente) a supremacia da arquitectura Romana sobre a Grega, e desenhava sobretudo catacumbas, ruínas e espaços quase Escherianos. De reparar que é costume não desenhar o céu, apenas uma continuidade infinita de arcos, tectos e pontes. Amostra do "sublime", espírito da Arte do século XVII e XVIII, que é uma mistura entre o horror, fascínio e sensação abismal perante o infinito, teatral. O romantismo está presente na ruína, ou seja, na presença da morte de uma civilização por ele considerada extraordinária, um fascínio pelo declínio de uma "Atlântida" clássica.

Proclamei-o porque sinto que hoje em dia se tenta reproduzir uma civilização do género da que Piranesi retratou. Abismal. Espantosa. Ultra. Giga. Tera. (Metrópolis? Quem nos dera) Pináculos ao alto. Coração em Deus. E tudo em nome do Marketing. Será isso "sustentável"? Parece-me é surpreendentemente idiota.

quinta-feira, abril 20, 2006

Pedra Filosofal


Salvé, grande Piranesi, sonhador da única verdade, profeta dos altíssimos, senhor do sublime. Dai-nos a visão de Babilónia, torre do infinito segredo, santo plano guardado às setenta e duas chaves pelos trinta e seis Senhores deste Mundo. Ó Babel, quão grande o desejo da tua infinita sabedoria e vaidade, desejo do teu púbis, da tua posse. Raínha das Vaidades e Mistérios, Grande Puta, dai-nos a tua virgindade para que nós, na nossa mesquinhez e falta de espírito te possamos violar e deglutir, como cães, como bestas que somos, arqueólogos das tuas tripas, saqueadores da tua beleza infinita.

A ti te damos todos os tesouros da nossa terra, a ti te proclamamos infinita e te adoramos, em ti sentimos o desprezo necessário, o sacrifício humano, seremos o teu cordeiro. Para sempre havemos de te construir, ó torre miserável, que apontas nefasta e impeadosamente contra o céu, contra o Falso. Agulhas telúricas de energias sublunares, criadoras de redes templárias, ó grande Rosa-Cruz, cumpra-se o teu destino, revele-se o segredo da Salvação, e morramos a seguir. À ejaculação. Ao orgasmo do Universo. Porque a seguir vem Outro, que nascerá. A grande Besta. Que destruirá. E cumprirá, o Universo.

O Segredo, a Alma do Negócio, Baphomet. Basta-me insinuar que possuo algo do Plano de Deus que tu desconheces, que tu cais aos meus pés. Rendido aos meus encantos, à minha Puta que criei e te consome. Holograma dos Anagramas, ao Homem foi dada a Palavra, a Santa, para que nós a desdenhássemos e desconstruíssemos. Para que a destruíssemos, e das cinzas nos cumpríssemos. A Jesus, o grande Bode, o Expiatório, carneiro de todos os Homens, foi-lhe dado o segredo. Pequeno. Que nos amássemos. Que nos déssemos a Deus, ou seja, à vida, ao presente, à carne, ao vinho, ao trabalho, ou seja ao amor. E que gerássemos. E que da fruta nasce a árvore, e da árvore nasce a fruta, e que merda de segredo é este?

Acreditais em algo tão simplório, tão idiota? Ridículo, meus gentios, não acrediteis em Deus, acreditai em Algo Maior. Algo Escondido para sempre e irrevelável, pois se o fosse, deixava de o ser. Eternamente Escondido, eis o verdadeiro sentido do Universo e a nós é-nos dado apenas o papel da barata tonta.

Não, minha gente. Sois tontos em ouvi-lo, ao Simplex. Continuai mas é a construir Elefantes dos Brancos, símbolo da Beleza Eternamente Escondida, fonte da maldita esperança fútil. Continuai a escravizar os outros para que Babel se construa, e para que no final da tua vida possas dizer: "matei milhões. mas por uma boa razão."

A razão de ensinares o teu filho a fazer o mesmo.

segunda-feira, abril 17, 2006

Pensamento do dia

"Tudo aquilo que algum Idiota diz que é Urgente, é algo que algum Imbecil não fez em Tempo Útil e querem que você, o Otário, se desenrasque para o fazer em Tempo Recorde!"
Anónimo

sexta-feira, abril 14, 2006

Out of Control

Atordoado, mexo-me da cama e a medo de uma recaída desço as escadas. Lentamente e com o nervosismo ressacante, apercebo-me que estou fora de perigo e reconstruo-me como a um castelo de cartas. A brisa suave decide deixar-me viver mais um momento, como um favor que irá cobrar mais tarde. De novo. Por mais um ano. O corpo deixa-se convencer pela certeza do espírito, mas não descansa nem deixa descansar: o nervo percorre o corpo incessantemente e lembra o coração da sua fragilidade carnal e do desrespeito a que não tolerará mais no futuro. Para trás a memória de um momento de vida ou de morte na penumbra solitária da noite, no qual se tem a sensação de que um momento de relaxe ou desconcentração é deixar a morte escancarar a seu bel prazer as portas do meu corpo e invadir o pulsar frenético da minha vida. No qual se tem a certeza de ouvir o diabo a quatro a tentar torcer o espírito à cobrança de todos os meus pecados, incutindo o medo do seu poder maligno infinito e imparável, inevitável. Não passa de uma distracção para que o espírito se esqueça que está a proteger o seu castelo. Não passam de mentiras que não são mais que verdades, desboroar de palavras e lógicas que não são mais do que a prova fundamental que não há na vida filosofia que salve, pedra que seja imutável.

São nestes momentos que dou graças à certeza da ressureição. Mesmo quando não acredito. Porque a vida vence, momento a momento, cruxifixão a cruxifixão, através de todas as traições, ódios, invejas e mortes - que não passam de mentiras fugazes da vida - , e é essa a verdade mais bela que existe.

quinta-feira, abril 13, 2006

13, véspera de Sexta-Feira

Certos momentos raiam o ridículo. Hoje pela manhã acordei tenso, era O DIA importante, o dia em que todas a as decisões, mal ou bem teriam q ser tomadas.
O dia começou mal, transito, uma avaria, e depois outra, e por final chatices. É incrível como o escrever pode tornar estes pequenos mas irritantes nadas detalhes irrelevantes. Hoje, 13, véspera de sexta feira deverá ser um dia parado na fábrica, prometo a mim mesmo uns momentos para apontar o que à muito me vai pela alma. Sento-me um pouco….

Mas largo tudo o qto tenho em mãos, recomeço novamente o dia, chegou uma das Urgentes (palavra demasiado séria, para no seu interior se revelar tão mundana…) pena q o seja... não está nas minhas mãos. Hoje em dia vivemos numa contínua falta de respeito, proletariado, ou patronato somos dominados por uma série de vontades alheias (o tempo nunca mais passa… nunca mais são horas de ir de fds).

Subitamente tremo, o telefone toca esganiçado, é este o momento da mentira. (conscientemente acato a teoria que se um problema só tem uma solução, esta é sempre correcta, mentalizo-me, mas as pernas parecem não concordar). Atendo a medo, gagejo,( espero que ninguém repare,) lá conto a minha mentira toda de enfiada, (o cérebro dispara… terá sido demasiado ornamentada? E os detalhes? Serão demasiados? Mas uma boa mentira tem q ter bases aparentemente sólidas…será q ele pode verificar alguma coisa? Será q qr?… vou ser apanhado..) - Quem sou eu? Neste momento sou vulnerável, sou um malabarista de circo - mas o outro lado da linha, meio a vergonha pede-me um favor, diz-me q se enganou, pede perdão, e alarga as minhas hipóteses de fuga, a mentira desmoronou-se sem sentido, o favor que a custo me pedem é a minha salvação. Tou safo!! Vou ser magnânime, e decido ajudar o próximo.
O dia parece q fica mais leve de repente... bonito e tudo.

quarta-feira, abril 12, 2006

ai a loiça!

Sou um elefante dentro de uma loja de porcelana. É impressão minha talvez, mas acho que parti a loiça toda, e não foi bonito. Pensei (e esse foi o problema, pensei) que o que isto estava a pedir era alguma da tradicional ultraviolência. Peço perdão, mas faz parte dos meus desvarios criativos partir o barro amassado e cozido para ver se estava bem forte, mau grado as sensibilidades efémeras. Hão de compreender que só com essa exigência se conseguirá chegar à porcelana, ao tal "bello sublime" por aí convocado.

domingo, abril 09, 2006

Ninguém

Ontem senti-me um idiota profundo. Fui ao café do desportivo daqui da freguesia ver o jogo do ano, aquele que iria decidir quem é que vai ser o maior dos maiores por um ano. Estava gente a jantar adornada com cachecóis do sporting, e eu e outros amigos, gente toda da claque adversária, sentámo-nos onde coubemos. O jogo começou e eu estava com uma dor de cabeça enorme, tinha empatado um jogo de xadrez de quatro horas há pouco tempo e estava arrasado. Nisto começam os comentários inevitáveis sportinguistas ao jogo, eles apenas repararam que haviam ali portistas (esses alienígenas) quando num acesso levantei-me e gritei o golo estupidamente, pois acabava eu o grito e senti toda a gente a rir-se de mim, nem quis olhar. Tinha sido fora-de-jogo. "Olha há aqui portistas!" pois há, e depois? As bocas continuam, mansinhas, qual água em pedra dura, tanto mói até que fura. Quando me deparei com aquilo que seriam "injustiças" do árbitro comecei a mandar bocas à televisão, e do Liedson, meu deus, aquilo que eu disse! A euforia aumentava constantemente. Delirante, acho mesmo que com febre. Super maldisposto, saí do encontro quase sem festejar a vitória, consciente da figura que tinha acabado de fazer. Um dos sportinguistas presentes tentou abordar-me, lancei-lhe um olhar que tentou dizer "fica para a próxima", "você é um bocado ...?", não percebi o seu adjectivo, e evitei-o a seguir. Quis evitar cenas que me lançassem na loucura total. Olhei para a porta e saí.

terça-feira, abril 04, 2006

segunda-feira, abril 03, 2006

Baco

É verdade o que dizes, mas não deixo de sentir uma formatação ainda esgalhada, forçada. Queres a toda a força ser totalmente honesto mas não consegues. A verdade é dor, e o dom dos pais é nos ensinarem a mentir. O que é a linguagem senão uma forma de afastar as pessoas? De criar uma forma de guerra? Passo a vida entre um escritório, uma residência de estudantes e uma casa de idosos, e não deixo de reparar... (aqui pensei: farei um trocadilho com a palavra "reparar"? Decidi que não, decidi fazer antes um parêntesis à moda do Antunes, e em boa verdade decidi mas é gozar com o leitor que agora por azar lê precisamente estas palavras que escrevo agora. Será que é assim que se prende o leitor? Sentes-te preso? Já me mandaste à merda não sem desprezo? Ainda não? Queres ver onde vou chegar... )

Ou apenas ver. Como é a Forma. deste texto?

Anaaalisa-o. Distorce-o. Diz que é feio, que é lindo, como se isso interessasse às palavras que lês. Não vês que elas são cegas à tua presença? Ou será que és cego? "A arte é uma mentira" lá dizia o Picasso e ninguém o entendia (...Confesso, estou bêbado, bêbado como o Baco. Mas não de vinho. Nem de almôndegas. Da vida, mas não da realidade. Da TV, da Arte, dos anúncios belos e cheios de curvas, como todos os objectos à nossa volta foram desenhados para serem os mais sexys, os mais desejáveis. Nem consigo repugnar! É tudo demasiado Belo! Enchem-nos os sentidos até ao esófago e exigem-nos criatividade, não me admira que todos os meus colegas pareçam regurgitar o seu trabalho.

(aqui perdi um pouco a minha sinceridade. Ali em cima pareceu-me mais giro, mais belo.

Belos parêntesis, vejam bem, como a arte é. Nem sequer fechei o anterior para criar uma suspensão na respiração do leitor. Agora não sabes se ele acabou ou não. Usa todas as armas para interessar o leitor, dar-lhe! uma! experiência estética!

Pois pois... Freud delirante é o que chamo ao mundo, eu o velho do restelo... eu eu. Eu?Sim eu. Digo mal pois digo, não é por acaso que escolhi ser do FCP, pois irritavam-me todos esses seres benfiquistas que diziam "ganhámos ganhámos", quando no fundo apenas ganharam uma cara de aparvalhados ao mesmo tempo que perderam o dinheiro das suas quotas e bilhetes. Ridículo? Mas o que andamos aqui a fazer? (é. aqui perdeu-se a linearidade textual, onde se denota demasiada vaidade para tão mau gosto) Gastar pilhas em videojogos "reais"? A vida é um flirt? (...ui ui, isto tá a piorar! Agora entrámos nos lugares-comuns...) Mas que merda! Deixem-me em paz! Parem de analisar! Digam coisas! (ah, bem feito bem colocado. boa passagem de elementos retóricos reais para um mais surrealista, uma passagem de profundidades). Será possível ainda dizer alguma coisa? (mas que harmonia de elementos! Repare-se como o autor mistura dois tempos, criação e crítica num único espaço, desconstruíndo-os, agora entende-se onde o autor queria chegar! Brilhante!)

- Ah mas eu não sou de tal opinião. Isto de ter um escritor que faz de criador e crítico da sua própria obra parece-me mais um sintoma de grandiosidade misturado com autismo grave.
- Capaz... mas lembra-te que também nós não passamos de pensamentos do mesmo.
- E daí? Devo homenageá-lo por isso, não? Ainda por cima tem falta de imaginação e tenta enganar os seus amigos com um pretensiosismo destes! Cá uma lata!.... e não pára!
- Pois é. Já farta.

Farto.
Sinto-me anestesiado por tanta beleza,
farto de tanta estética.
farto de tanto espelho mágico.
Farto da palavra.
e do verbo.

Anesteticizado.

...
Yo ho ho and a bottle of rum!