Passam 2 dias do começo do ano do fim do mundo. Mais um ano da besta teve início.
Passam 2 minutos que comecei a bocejar. O sono da apatia mais uma vez instala-se. Invade a alma, instala-se no cérebro e faz com que tenhamos vontade de ligar a tv. Mas não… vou resistir…
Este ano não fui festejar o ano novo para a rua. Fiquei dentro de portas, protegido por amigos. Decidi reduzir um feriado estúpido aquilo que ele significa. Mais uma noite… ao menos que seja uma desculpa para jantar com alguns amigos (uns mais do que outros…).
Todos os anos os pessimistas festejam o final do ano, e os optimistas o inicio de um novo, e todo os anos as minhas entranhas oleosas odiaram este feriado. Como é sabido, um ano, demora exactamente 365d 6h 09m 10s ou 365,256363 dias (o q aliás explica a existência de anos bissextos e as correcções q é necessário efectuar no inicio de cada milénio). Transcorrido esse intervalo de tempo o planeta terra volta exactamente à sua posição de partida, ou voltaria se além da rotação e da translação não existissem movimentos de precessão, nutação, movimento dos pólos, movimento espacial do Sol com relação às estrelas da Galáxia e movimento de rotação da Galáxia. (Só da nutação são conhecidos 106 movimentos diferentes, com períodos que vão de cerca de 19 anos até alguns de poucos dias.).
Toda esta argumentação académica para explicar que de facto quando fazemos aquela contagem decrescente, que termina invariavelmente com uma garrafa de champanhe aberta, panelas a bater nas janelas e fogos de artificio na varanda, não estamos a celebrar nada de verdadeiro. O ciclo não se fechou, alias, os jornais são os primeiros a nos mostrar que nada mudou no mundo, continua a haver a mesma merda de todos os dias, guerra nos países pobres, intrigas politicas e lutas plo poder nos países ricos… se estivéssemos na lua por exemplo, de 28 em 28 dias tínhamos uma desculpa para ficarmos bêbados e fazer-mos figura de parvos… o que aliás é o único sentido que vejo nesta festa.
1 comentário:
o ricardo araújo pereira diz a mesma coisa sobre a passagem de ano na visão. simplesmente não compreendo todas aquelas fitas, papéis, abraços e beijos do fim-do-mundo, como se o mundo se resolvesse naquele segundo final da contagem, num orgasmo maluco e como dizes bem, completamente arbitrário, festejamos a passagem do ponteiro de um relógio artificial. Porque não festejar a passagem dos quinze minutos? (Hurray!) Ou do minuto? Ou do segundo?
Vejo no natal um significado muito maior pois basea-se numa experiência humana, aliando-se a um festejo de "fim-de-ano", o solstício de inverno... quer-me parecer que o 1 de janeiro é uma cópia barata do 25 de dezembro, e onde a única razão de ser é uma folha de papel.
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