sexta-feira, julho 18, 2008
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Taoísmo
Tudo nasce do vazio indiferenciado, imensurável, insondável, que nunca pode ser exausto: «o Tao sem nome», que se move em torno de si mesmo sem parar. Deste «Tao sem nome» (que não existe) nasce o que existe (e tem nome): O Caminho (Tao). Não vemos o Tao como Um por causa dos nomes com que designamos o que vemos com os nossos sentidos - as «dez mil coisas» (O caracter chinês que significa «dez mil» é usado, como aliás também no grego, para significar uma míriade, ou seja, um número grande e indefinido.) É com o aparecimento dos nomes que aparecem todas as coisas e o Um se transforma em muitos.
A Virtude (Te) é a manifestação do Tao através da sua misteriosa operação: o chamado «agir não agindo» - a acção involuntária que caracteriza a natureza das coisas - «O modo de Caminhar».
Lao Zi
A partir destas ideias cosmogónicas e metafísicas, Lao Tzi deduz um sistema de moral e regras de conduta que tem por objectivo conformar as acções humanas com a ordem natural do Universo. O Homem nasceu do Tao mas depois começou a desviar-se dos seus atributos, ou seja, perdeu a Virtude - o saber como Caminhar. É uma queda que lembra a queda que se seguiu à expulsão de Adão e Eva do Paraíso, segundo a Bíblia. O Caminho do Tao é o caminho de volta ao estado de graça em harmonia com o Tao (o chamado «regresso precoce»).
Tao é normalmente traduzido como Caminho ou Via. Mas apenas por parecer ser «o melhor que se pôde arranjar». De facto, o caminho não se distingue do caminhante ou do caminhar. Não há criador. O universo (o Céu e a Terra) apareceu (e aparece continuamente) a partir do Tao primordial. O que existe aparece do que não existia antes e é eterno. O universo é como um organismo vivo resultante da expansão vitalizada do Tao (a ordem natural, a providência). O Tao manifesta-se continuamente no fluxo e refluxo constante de todas coisas que existem e que foram criadas pela sua actividade.
O Tao não tem personalidade. O que vitaliza o universo são dois princípios ou substâncias que combinados são o Tao: o yang (luz, calor, criativo, masculino) - que existe especialmente concentrado no Céu - e o yin (sombra, frio, receptivo, feminino) - que existe especialmente concentrado na Terra.
Vários filósofos taoístas chineses entendem os versículos que expõem as ideias cosmogónicas sobre o início do universo como sendo, de facto ou também, a descrição do modo como a consciência da realidade externa emerge na nossa mente.
Quando vemos uma cor ou ouvimos um som, há um momento breve inicial em que o nosso cérebro ainda não fez um julgamento sobre a nossa percepção; não sabemos ainda que som ou cor é, nem sequer temos ainda uma consciência clara que estamos a ouvir ou ver alguma coisa. Estamos no domínio «do sem nome», do vazio indiferenciado que nunca pode ser exausto ou descrito. Depois, quando emerge a consciência e o pensamento, que tem por base a linguagem, passamos ao domínio «do que tem nome» e vemos então todas coisas diferenciadas, cada uma com o seu nome. É com o aparecimento dos nomes que aparecem todas as coisas e o Um se transforma em muitos.
Em termos mentais, o Caminho do Tao é o caminho de volta a esse breve «estado de graça» inicial. Um estado em que qualquer trabalho mental interior é eliminado e em que regressamos à nossa espontaneidade natural. As práticas dos Budismos Chan e Zen, que tiveram a sua origem nas ideias taoistas, têm como objectivo exactamente atingir esse estado mental primordial de fusão paradoxal com o Um. Cosmogonia no Tao Te Ching
As ideias cosmogónicas e metafísicas do Tao Te Ching de acordo com algumas ramificações do taoísmo podem ser definidos da seguinte forma:
Tudo nasce do vazio indiferenciado, imensurável, insondável, que nunca pode ser exausto: «o Tao sem nome», que se move em torno de si mesmo sem parar. Deste «Tao sem nome» (que não existe) nasce o que existe (e tem nome): O Caminho (Tao). Não vemos o Tao como Um por causa dos nomes com que designamos o que vemos com os nossos sentidos - as «dez mil coisas» (O caracter chinês que significa «dez mil» é usado, como aliás também no grego, para significar uma míriade, ou seja, um número grande e indefinido.) É com o aparecimento dos nomes que aparecem todas as coisas e o Um se transforma em muitos.
A Virtude (Te) é a manifestação do Tao através da sua misteriosa operação: o chamado «agir não agindo» - a acção involuntária que caracteriza a natureza das coisas - «O modo de Caminhar».
Lao Zi
A partir destas ideias cosmogónicas e metafísicas, Lao Tzi deduz um sistema de moral e regras de conduta que tem por objectivo conformar as acções humanas com a ordem natural do Universo. O Homem nasceu do Tao mas depois começou a desviar-se dos seus atributos, ou seja, perdeu a Virtude - o saber como Caminhar. É uma queda que lembra a queda que se seguiu à expulsão de Adão e Eva do Paraíso, segundo a Bíblia. O Caminho do Tao é o caminho de volta ao estado de graça em harmonia com o Tao (o chamado «regresso precoce»).
Tao é normalmente traduzido como Caminho ou Via. Mas apenas por parecer ser «o melhor que se pôde arranjar». De facto, o caminho não se distingue do caminhante ou do caminhar. Não há criador. O universo (o Céu e a Terra) apareceu (e aparece continuamente) a partir do Tao primordial. O que existe aparece do que não existia antes e é eterno. O universo é como um organismo vivo resultante da expansão vitalizada do Tao (a ordem natural, a providência). O Tao manifesta-se continuamente no fluxo e refluxo constante de todas coisas que existem e que foram criadas pela sua actividade.
O Tao não tem personalidade. O que vitaliza o universo são dois princípios ou substâncias que combinados são o Tao: o yang (luz, calor, criativo, masculino) - que existe especialmente concentrado no Céu - e o yin (sombra, frio, receptivo, feminino) - que existe especialmente concentrado na Terra.
Vários filósofos taoístas chineses entendem os versículos que expõem as ideias cosmogónicas sobre o início do universo como sendo, de facto ou também, a descrição do modo como a consciência da realidade externa emerge na nossa mente.
Quando vemos uma cor ou ouvimos um som, há um momento breve inicial em que o nosso cérebro ainda não fez um julgamento sobre a nossa percepção; não sabemos ainda que som ou cor é, nem sequer temos ainda uma consciência clara que estamos a ouvir ou ver alguma coisa. Estamos no domínio «do sem nome», do vazio indiferenciado que nunca pode ser exausto ou descrito. Depois, quando emerge a consciência e o pensamento, que tem por base a linguagem, passamos ao domínio «do que tem nome» e vemos então todas coisas diferenciadas, cada uma com o seu nome. É com o aparecimento dos nomes que aparecem todas as coisas e o Um se transforma em muitos.
Em termos mentais, o Caminho do Tao é o caminho de volta a esse breve «estado de graça» inicial. Um estado em que qualquer trabalho mental interior é eliminado e em que regressamos à nossa espontaneidade natural. As práticas dos Budismos Chan e Zen, que tiveram a sua origem nas ideias taoistas, têm como objectivo exactamente atingir esse estado mental primordial de fusão paradoxal com o Um. "